sábado, dezembro 31, 2011

BOM ANO DE 2012

Devido à impossibilidade de visitar o espaço de todos os amigos para desejar um Bom Ano de 2012, deixo aqui a minha mensagem de Ano Novo.




quinta-feira, dezembro 29, 2011

RETRATO

O Engraxanço e o Culambismo Português

Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores, os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.
Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas. Ninguém gostava de um engraxador.

Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu. Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu. Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing.Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.

(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês.


Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'


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Fizeste serão com o chefe, já sei!

quarta-feira, dezembro 28, 2011

SOBERANOS MAS ESCRAVOS

Os homens que estão em altos lugares são escravos de três modos: escravos do soberano ou do Estado; escravos da reputação; e escravos dos negócios. Não gozam de liberdade, nem nas suas pessoas, nem nas suas acções, nem no seu tempo. Estranho desejo é o de ganhar o poder e perder a liberdade, ou de buscar o poder sobre os outros para perder o poder sobre si-próprio. A ascensão às altas funções é laboriosa; através de canseiras chega o homem a maiores canseiras; a ascensão é por vezes humilhante, e por meio de indignidades é que o homem chega às dignidades. Manter-se à altura é difícil, e a descida é uma queda vertical; ou pelo menos um eclipse, coisa melancólica.

Francis Bacon

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Caída by Palaciano

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terça-feira, dezembro 27, 2011

UNS TÊM ZONA DE CONFORTO

Há pouco tempo ouvimos um secretário de Estado dizer que há muitos desempregados que não querem sair da sua zona de conforto, e ir trabalhar, apesar de estarmos numa situação de alto desemprego. Claro que se tratava de uma desculpa para mais uns cortes na protecção social, e não uma verdadeira preocupação com a situação real dos desempregados.

As zonas de conforto na realidade existem, para os bancos que em caso de dificuldade têm dinheiro à sua disposição, para as transportadoras privadas que são prontamente compensadas por não entrarem em vigor os aumentos em Janeiro, ou para os concessionários das estradas que têm garantidos os proventos calculados na altura dos contratos.

Percebe-se que afinal há quem tenha as suas zonas de conforto, que estão sempre garantidas mesmo que os cidadãos que trabalham não tenham garantias de aumentos que cubram a inflação, ou garantias de virem a ser compensados pelo confisco dos subsídios a que tinham direito, tirados a pretexto da emergência nacional.

A zona de conforto quando nasceu não foi para todos, mesmo considerando que somos todos iguais, ainda que com a ressalva de que há uns mais iguais do que outros.

É por causa desta e doutras que não tenho confiança em Passos Coelho e companhia!

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IMAGEM
Fire by Palaciano

segunda-feira, dezembro 26, 2011

MORALIDADE E EQUIDADE

Moralidade e equidade são dois conceitos que não são apanágio da política, ou melhor, da maioria dos nossos políticos.

Com a mania de obrigar os outros trabalharem mais dias, cortando nos feriados, nas férias, e nas pontes, e acrescentando ainda meia hora de trabalho sem remuneração, os nossos governantes entraram numa espiral inebriante de conquista de produtividade, que veio a culminar na ausência de tolerâncias de ponto de Natal e de Ano Novo.

Ufanos com as suas decisões perfeitamente inúteis, até se esqueceram do facto de existir muito boa gente, mesmo na Administração Pública, central e regional, que trabalha aos sábados e domingos.

Os génios que imaginaram um fabuloso aumento de produtividade com o corte das tolerâncias de Natal e de Ano Novo, são os mesmos que abandonaram S. Bento ainda na quinta-feira e só pensam voltar no próximo dia 3 de Janeiro de 2013.

No conforto das suas casas ou em paragens agradáveis para passar uns dias de descanso, ou em companhia das suas famílias, deputados, ministros, gestores e altas chefias, deixaram a máquina do Estado entregue aos subalternos até ao próximo ano, cientes de que a sua falta em nada comprometerá o andamento dos serviços. Este ritual é verdadeiro nesta quadra e também no mês de Agosto, e o país sobrevive perfeitamente, podem crer.


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O Pai Natal dá, os ladrões tiram!

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Flor na Tela by Palaciano
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sexta-feira, dezembro 23, 2011

FELIZ NATAL




FILME DE NATAL
Nesta quadra em que as crianças sonham e os adultos dão uma ajuda, deixo-vos aqui um filme completo alusivo ao Natal.
Divirtam-se, meus amigos.

quinta-feira, dezembro 22, 2011

ESTRATÉGIAS ERRADAS, MAUS RESULTADOS

De há bastante tempo a esta parte, a estratégia seguida por uma elite liberal tem sido a de precarizar o trabalho, diminuir os direitos laborais, diminuir os salários, aumentar os horários de trabalho e enfraquecer a segurança social.

A combinação de todos estes ingredientes é sempre justificada por imperativos económicos, de competitividade e de aumento de produção com a diminuição dos custos do trabalho.

Esta estratégia resulta da abertura dos mercados e da deslocalizações dos últimos 10 ou 15 anos, que propiciaram o crescimento de outras economias até então incipientes, e onde os direitos laborais e segurança social não existem ainda.

Será que o liberalismo destes senhores governantes leva as economias ocidentais a algum lado, continuando a querer esmagar os direitos dos trabalhadores e destruindo a segurança social que caracterizava a Europa?

Não creio que esta estratégia leve a bom porto, porque a partir dum determinado patamar de esforço exigido, em que os trabalhadores deixam de ter esperança num futuro melhor, acontece a desmoralização e a produtividade não recupera de modo nenhum.

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Outro Zé Natal

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quarta-feira, dezembro 21, 2011

FALTA DE LEGITIMIDADE

Não faz muito tempo, fui atacado via mail por umas quantas pessoas, por ter dito aqui que este governo tinha perdido a legitimidade por não estar a fazer o que Passos Coelho tinha dito antes de ser eleito, mas mantenho o que disse então.

Passos Coelho apresentou-se perante os portugueses com um discurso que não corresponde em nada com o que o seu governo está a fazer. Teriam os portugueses votado nele se tivesse dito que mal chegasse ao governo iria aumentar os impostos, ou que se apressaria a cortar subsídios de férias e de Natal?

O argumento mais recente para tentar encontrar justificações para todas as promessas por cumprir é o acordo com a troika. O maldito acordo começou por ter umas quantas exigências e já vai pelo menos na sua terceira versão, numa sucessão de transformações absolutamente disparatadas.

A teoria de que os credores é que ditam as leis, não resiste perante a lógica mais simples: será que um contrato de empréstimo é alterado unilateralmente a cada dois ou três meses? Terá um contrato com uma entidade emprestadora um valor superior à Constituição?

Ninguém consegue explicar-me como é que um governo que se diz eleito democraticamente, respeita mais as indicações de um conjunto de agiotas do que a vontade do povo que o elegeu. Os portugueses não podem continuar a ser governados por quem não cumpre as suas promessas.


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O Zé Natal

terça-feira, dezembro 20, 2011

O GOVERNO, SA

Eu tenho dito por diversas vezes que os governantes não são tão estúpidos como parecem, e que os disparates que fazem, que nos conduzem a situações graves não derivam apenas de erros de gestão.

Deixo-vos aqui uma explicação bem plausível, e também uma visão bem cinzenta do futuro que estes senhores estão a "construir". Vale a pena ouvir tudo até ao fim.


segunda-feira, dezembro 19, 2011

O GUARDADOR DE REBANHOS

Os Meus Pensamentos são Todos Sensações

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema IX"



FOTOGRAFIA MANIPULADA

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domingo, dezembro 18, 2011

INEVITÁVEL SÓ A MORTE

É revoltante ouvir pela voz do primeiro-ministro que é inevitável ver baixar as reformas em cerca de metade nos próximos 20 anos, acrescentando mesmo que se os portugueses quiserem aumentar esses montantes, então devem recorrer a fundos privados ou até estatais.

Passos Coelho tem tentado fazer passar a ideia de que o Estado social é insustentável e que os portugueses vão ter de se habituar a pagar mais pela saúde, pela educação, pela justiça, pela cultura, e receber cada vez menos pelo seu contributo por via dos impostos, que por seu lado também aumentam.

É uma absoluta mentira que tenha que ser assim, até porque há países dos mais ricos e felizes do mundo, como a Noruega, a Dinamarca, a Suécia e a Finlândia, para citar apenas 4, que Passos Coelho decididamente não quer imitar.

Porque não é inevitável que Portugal enverede pelo caminho que o 1º ministro indica, só posso interpretar o seu desejo ou como incapacidade para governar melhor o país, como o fazem os políticos dos países mencionados, ou porque tem uma agenda em que os cidadãos não são uma prioridade.

É impossível não pensar deste modo, porque de um eleito espera-se que deseje o melhor para o seu povo, e não o que Passos Coelho nos quer impor, alegando uma inevitabilidade que não é real.

PINTURA

CARICATURA

sábado, dezembro 17, 2011

HIPOCRISIA

Uma das exigências que os nossos credores, em especial a Alemanha, fizeram ao governo português terá sido o da nacionalização da EDP, entre outras.

É sabido que a EDP tem em mãos um monopólio natural, que é o da produção e fornecimento de electricidade em Portugal, que sendo um país de pequena dimensão, não justifica a existência de concorrência real de outros possíveis operadores.

O que se torna complicado explicar é que os dois concorrentes mais bem colocados no negócio da privatização são precisamente duas companhias estatais, uma chinesa e outra alemã.

Passos Coelho já veio a público dizer que não terá preferências, ainda que pareça ter uma ligeira queda para preferir a E. ON (alemã). O que ainda não se ouviu da boca do 1º ministro foi uma explicação para a vantagem da privatização da EDP, passando para a dependência de uma companhia estatal estrangeira.


IMAGEM
Margarida by Palaciano

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sexta-feira, dezembro 16, 2011

ALBERTO CAEIRO

Se às Vezes Digo que as Flores Sorriem

Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa cousa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos



FOTOGRAFIA MANIPULADA

quarta-feira, dezembro 14, 2011

A HORA DA DECISÃO

Houve quem recebesse a notícia de que a “Irlanda admite referendo à permanência na zona euro” com algum espanto e até indignação.

Não há nesta notícia nada que me espante, pelo contrário há coisas na actuação e no discurso do nosso governo que me espantam e até causam indignação, e prendem-se com um optimismo injustificado e despropositado.

A nossa economia afunda-se a cada dia que passa, o desemprego aumenta para níveis incomportáveis, a miséria começa a ser visível até para os que andam distraídos, e a criminalidade começa a tornar-se insustentável.

A falta de protecção social é uma verdadeira ameaça, e o desvio de verbas para a capitalização da banca privada, que é uma opção do governo, não vem aliviar a falta de financiamento da economia, antes satisfaz os accionista da banca, que souberam recolher dividendos até há pouco tempo, mas não estão dispostos a investir.

A saída do euro devia ser uma hipótese que devia estar sobre a mesa do governo, enquanto ainda a podemos negociar, porque por este andar vamos ficar ainda em pior situação, e nessa altura seremos atirados fora, como está prestes a acontecer à Grécia.

É útil recordar que os portugueses nunca foram chamados a pronunciar-se sobre a moeda única ou sobre esta “integração” europeia, pelo que a legitimidade dos governos nestas matérias é mais do que questionável. Dar a oportunidade aos cidadãos de se pronunciarem sobre esta Europa que agora temos, é um dever, porque não foi isto que os políticos nos “venderam”.

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FILME
Tinha deixado na aba direita este filme completo para que os meus leitores o possam ver ou que o possam partilhar com a criançada, nesta quadra festiva. Pensei melhor e decidi passar o mesmo para aqui, ficando assim disponível mesmo quando colocar outro na aba direita, o que acontecerá em breve.


Pinóquio (no original em inglês: Pinocchio) é um filme norte-americano do género fantasia, sendo o segundo longa-metragem de animação produzido pelos estúdios Disney no ano de 1940. O filme é baseado em As aventuras de Pinóquio de Carlo Collodi.

DO DISCURSO À REALIDADE

Tive a oportunidade de ouvir a entrevista de Francisco José Viegas à Antena 1 fiquei com a impressão reforçada de que o secretário de Estado da Cultura não domina bem o que se passa na área do Património.

O que ele diz quanto à autonomia dos museus, que diz ser uma situação ideal para aqueles que geram receitas substanciais que lhes permitem ser auto-sustentáveis, ou perto disso, não se traduz de modo nenhum no que anunciou para os próximos anos.

Foi curioso que ele tenha falado de dois serviços que bem podiam ser autónomos como sejam o Palácio Nacional de Sintra e o Museu Nacional dos Coches, e se tenha percebido pelas suas próprias palavras, que não vão ser autónomos, sendo pelo contrário inseridos em outras estruturas.

Também registei que sobre o Palácio da Vila de Sintra, Francisco José Viegas disse que as obras (?) de jardim são feitas pela Câmara de Sintra, e que as chaminés foram pintadas pela mesma Câmara, o que não é nada rigoroso, porque o Jardim da Preta não está devidamente cuidado e as chaminés também não foram pintadas.

Não sei se é o senhor secretário de Estado da Cultura é quem decide sobre os serviços que tutela, mas não estou em crer que tenha sido por sua vontade que os Palácios de Queluz e de Sintra vão passar para a tutela da empresa Parques de Sintra – Monte da Lua, a acreditar no que disse nesta entrevista à jornalista Rosário Lira.





Texto e fotografia by Palaciano

terça-feira, dezembro 13, 2011

INDIGNAÇÃO

Só pode ser com uma profunda indignação que seja recebida a mensagem do primeiro-ministro de que o governo está “muito longe de esgotar o plafond de crescimento das taxas moderadoras”.

Um 1º ministro que admite como justo pagar tanto pelos cuidados de saúde como eu, não merece qualquer respeito, pois é hipócrita, injusto e demagogo. Não existe qualquer proporcionalidade entre os rendimentos e as taxas a cobrar, o que é uma perfeita indignidade.

Não é minimamente aceitável que os aumentos das taxas, que nada têm já de moderadoras, sejam superiores a 1oo% e que os salários reais baixem durante pelo menos 3 anos.

Este governo já perdeu a perspectiva da realidade. Os dados estão aí para quem quiser ver, quer no que toca ao desemprego galopante, à miséria que já não encontra resposta adequada nas instituições que estão no terreno, e passando mesmo pelas inúmeras dificuldades que enfrentam muitos dos que ainda têm trabalho, que depois de perderem as suas casas e os seus carros, já começaram a diminuir no volume de bens alimentares consumidos.

Não há maior cego do que aquele que não quer ver, senhor Passos Coelho. Da indignação à revolta vai um pequeno passo.

NOTA

Como estamos na quadra do Natal, e porque a crise custa a quase todos, o Zé decidiu deixar na coluna da direita um filme completo que todos podem ver nos seus computadores. A escolha foi para o Pinóquio em desenhos animados, quem sabe se a pensar nos nossos políticos.

Pinóquio (no original em inglês: Pinocchio) é um filme norte-americano do gênero fantasia, sendo o segundo longa-metragem de animação produzido pelos estúdios Disney no ano de 1940. O filme é baseado em As aventuras de Pinóquio de Carlo Collodi.

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segunda-feira, dezembro 12, 2011

RAPIDINHAS DE NATAL

Pai, porque é que o Pai Natal, este ano vai trazer menos presentes?
- Olha filho, desta vez ele vai ter que pagar portagens para cá chegar.


Pai, este presépio só tem dois reis magos.
- Pois é filho, o Gaspar anda a portar-se mal, por isso está de castigo...

*

Debaixo de uma árvore de Natal, toda iluminada, diz um cão para o outro: - Até que enfim, puseram luz na casa de banho.

sábado, dezembro 10, 2011

QUE ACORDO?

Fiquei algo perplexo com o agrado com que alguns políticos e comentadores receberam o “acordo” conseguido nesta Cimeira Europeia.

Os dados são ainda limitados mas gostaria que alguém me explicasse em que é que Portugal vai beneficiar com este reforço da disciplina orçamental e com a chamada governação económica.

Pelo que entendi haverão penalizações para quem não cumpra um determinado défice, que pelos vistos querem ver plasmados na Constituição de cada país, e os orçamentos nacionais terão de passar pelo crivo europeu antes de serem aprovados nos parlamentos nacionais.

Estas matérias são intrusivas, na linguagem da Cimeira, ainda que a mim me pareçam abusivas para não ser indelicado. Não vejo como é que um Estado soberano se pode sujeitar a estas exigências e à menorização dos parlamentos nacionais.

Se a forma me parece inaceitável, o conteúdo também não me parece nada favorável a Portugal, pois não vejo em lado nenhum qualquer abertura para ajudar ao crescimento de que necessitamos como de pão para a boca. Vejo apenas defendidos os interesses imediatos das grandes economias, e nada mais.

Não sei o que é que passos Coelho traz desta Cimeira, mas para mim fica a sensação de que será uma mão cheia de nada, e a vontade de mudar a Constituição a troco de outra mão também sem nada.


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By Magdalena Campomenosi

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quinta-feira, dezembro 08, 2011

DIFERENÇAS NO DISCURSO

A caminho de mais uma cimeira europeia, penso que a oitava deste ano, Passos Coelho disse que Portugal tem de “ter flexibilidade e mostrar abertura para ver todas as propostas” que forem apresentadas, apesar de já se saber que o que está sobre a mesa é a proposta da senhora Merkel e do senhor Sarkozy.

O 1º ministro inglês, Cameron, por sua vez, veio dizer que não irá dar o seu apoio a nenhuma proposta que não favoreça os interesses do Reino Unido, e que se baterá por salvaguardas que protejam os seus interesses.

As diferenças são bem claras, enquanto David Cameron coloca os interesses do Reino Unido em 1º lugar, Passos Coelho está mais preocupado em ficar bem com a dupla Merkel/Sarkozy, mostrando toda a flexibilidade para lhes agradar, sem nunca mencionar os interesses nacionais, que deviam ser a sua grande prioridade.

Não me consta que seja necessária tanta submissão para defender os interesses nacionais, nem penso que a atitude certa seja a de deixar nas mãos de outrem os nossos destinos enquanto nação, mas isso sou eu a dizer…

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quarta-feira, dezembro 07, 2011

TRATAM-NOS DA SAÚDE

Quando a condução da saúde é entregue a um “contabilista”, os resultados para a saúde dos utentes são péssimos, pois o que está sobre a mesa são apenas os critérios económicos e não os critérios de saúde pública e os critérios sociais.

Paulo Macedo disse que a alteração nas taxas moderadoras aumentam o acesso à saúde, o que exemplifica bem a falta de sensibilidade social do ministro. Os aumentos superiores a 100% das taxas moderadoras são “colossais”, para usar a linguagem do próprio governo, e não respeitam qualquer tipo de proporcionalidade com os rendimentos auferidos pelos utentes.

Basear as isenções às taxas moderadoras num patamar salarial não chega, porque na prática leva a que quer se ganhe 700 euros ou 5.000 euros, o valor é exactamente igual. A juntar a esta absoluta injustiça, temos os critérios fiscais, que como todos sabemos não são fiáveis, pois há muita gente que simplesmente não declara boa parte dos rendimentos, conseguindo isenções, sem que a máquina fiscal o consiga evitar.

O Serviço Nacional de Saúde começa a ficar reduzido a um serviço assistencial, e a redução do leque de exames e a falta de comparticipação de certos exames e de medicamentos é o passo seguinte, e já a partir de Janeiro.

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FOTO MANIPULADA

terça-feira, dezembro 06, 2011

A TEORIA DO BOM ALUNO

Este país começa a ficar “inundado” de “jovens turcos”, que saíram das faculdades transformados em “especialistas” em todo o tipo de matérias, sem nunca terem “metido a mão na massa”.

Nos corredores do poder encontram-se muitos “meninos” desses, que emitem opiniões sobre saúde, sobre finanças, sobre educação e sobre agricultura, como se por lá tivessem andado uma vida inteira e conhecessem bem as matérias.

Quem não se lembra de João Duque a perorar sobre televisão? Pois agora falou sobre política e economia, dizendo concordar “com o destino que o governo vai dar aos dois mil milhões de euros de excedente deste ano”.

Também temos o deputado João Almeida a garantir que “não havia margem para abdicar de corte no subsídio de Natal”, porque a troika só dava luz verde à transferência do fundo pensões da banca se fosse tomada esta medida.

O que dizer de António Galamba quando diz que suscitar constitucionalidade do OE seria factor negativo de perturbação”? Como é que um político nacional pode considerar que invocar a Lei fundamental deste país pode ser um factor negativo de perturbação, ou uma falta de responsabilidade?

Em Portugal tem prevalecido a teoria do bom aluno, que é como quem diz, do seguidor do chefe que nunca se interroga sobre a bondade do que lhe é colocado à frente. Há gente que se limita a ser uma câmara de eco do poder, sem que se lhe seja conhecida qualquer ideia própria.

Abomino seres rastejantes, e não me refiro apenas aos répteis. Há características importantes dos seres humanos, como a capacidade de pensar pela própria cabeça e saber defender as suas opiniões batendo-se por elas com convicção. A escola dá-nos muitas ferramentas, mas é a experiência que nos prepara para as usar para atingir os resultados que pretendemos.


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domingo, dezembro 04, 2011

NO REINO DA HIPOCRISIA

É com a nossa habitual bonomia que ouvimos alguém da política tentar desvalorizar o caso do Audi que substituiu a Vespa do senhor ministro. Afinal o popó até foi encomendado por um secretário de Estado do governo anterior e o contrato até nem podia ser anulado.

Seja quem for que encomendou a bomba, fez asneira, tal como quem o usa também fica muito mal na fotografia.

Vendo bem, tanto este governo como o anterior, usaram e abusaram das medidas especiais, dos cortes e dos aumentos de impostos, o que em nada condiz com trapalhadas de carripanas para os membros do executivo.

Temos foguetórios porque se dispensou o uso de gravatas, poupando-se assim energia, ou porque o ministério nem sequer paga o telemóvel da senhora ministra, mas muito alegremente senta-se o traseiro num carro de luxo pago pelos contribuintes.

São políticos deste calibre que decidem que cortando uns feriados a produtividade aumenta, e que carregando um pouco mais nos impostos se protege a economia nacional. São os mesmos que diziam que o aumento de impostos era um disparate e que o mérito devia ser premiado.

Não há dinheiro, dizia o ministro das Finanças, mas continua a haver demasiado luxo à disposição dos nossos governantes, que ainda não perceberam que estão completamente desacreditados, e que grande parte do povo já lhes retirou a sua confiança.

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A política

sexta-feira, dezembro 02, 2011

OS TEMPLÁRIOS (O FINAL)

O crescimento da Ordem e a sua riqueza e poder, fez com que fossem admitidas pessoas que não atendiam aos critérios que eram seguidos no início, sem o fervor cristão, a vida austera e a vontade de proteger os cristãos peregrinos.

O poder dos Templários não agradava a alguns monarcas e Filipe IV de França acabou por ser o rei que deu o golpe decisivo no seu descrédito, acusando-os de heresia. Filipe IV pegou exactamente nas cerimónias de iniciação, conseguindo que sob tortura vários cavaleiros confessassem crimes graves, como renegar Cristo, cuspir sobre a cruz, ou praticar a homossexualidade ou o culto do Diabo.

A igreja católica e o rei de França acabaram por beneficiar materialmente com a extinção da Ordem dos Templários, e é curioso que o Papa Clemente V tenha absolvido os Templários das acusações de heresia, devido à forma como foram conseguidas as confissões, (Pergaminho de Chinon), levando a que se tenha concluído que a queda da Ordem se deveu à perda da sua missão e algum oportunismo político.

Um detalhe interessante relacionado com a execução do grão-mestre, De Moley, foi a maldição que este teria lançado sobre o Papa e Filipe IV, anunciando que se reuniriam diante do Criador antes do final do ano. Na realidade Clemente V morreu apenas um mês depois e o monarca francês morreu, ainda bastante novo, em Novembro desse ano devido a um acidente de caça.

Os outros dois artigos sobre o mesmo tema AQUI e AQUI


Templários condenados à fogueira pela Santa Inquisição.

quinta-feira, dezembro 01, 2011

O ÚLTIMO FERIADO NO 1º DE DEZEMBRO

Já foi dito por muita gente que Portugal não tem muitos feriados nacionais, e os que tem são referentes a datas com muita simbologia e significado histórico. Que me recorde apenas o 1º de Janeiro não reunirá estas características.

Este governo vem demagogicamente cortar dois feriados nacionais com o pretexto de se aumentar a produtividade, o que é ridículo porque ninguém acredita que seja por isso que nós iremos ter algum aumento de produtividade que nos venha a tirar da crise, onde sucessivos governos nos enfiaram.

O que importa registar é que temos agora uma geração de políticos para quem a História não tem qualquer significado, ou pior, que não quer que a simbologia de certos dias possa perdurar no espírito dos cidadãos.

O 1º de Dezembro, como “quase” todos sabem, é o dia em que se comemora a Restauração da Independência Nacional, relembrando os acontecimentos do 1º de Dezembro de 1640, em que os portugueses reconquistaram a sua independência depois de quase 40 anos de dominação espanhola.

Eu que até nem sou monárquico, fico com a vaga impressão que o governo PSD/CDS parece temer que os cidadãos deste país sejam contagiados pelo desejo de independência e castiguem algum Miguel de Vasconcelos, numa altura em há quem pretenda “vender” este país a retalho, não se importando de hipotecar a nação a interesses estrangeiros.

Será que o corte dos feriados do 5 de Outubro e do 1º de Dezembro tem alguma outra explicação? Estou aberto a sugestões.

PINTURA

VÍDEO

quarta-feira, novembro 30, 2011

FADO PORTUGUÊS

O Fado nasceu um dia,

quando o vento mal bulia

e o céu o mar prolongava,

na amurada dum veleiro,

no peito dum marinheiro

que, estando triste, cantava,

que, estando triste, cantava.



Ai, que lindeza tamanha,

meu chão , meu monte, meu vale,

de folhas, flores, frutas de oiro,

vê se vês terras de Espanha,

areias de Portugal,

olhar ceguinho de choro.



Na boca dum marinheiro

do frágil barco veleiro,

morrendo a canção magoada,

diz o pungir dos desejos

do lábio a queimar de beijos

que beija o ar, e mais nada,

que beija o ar, e mais nada.



Mãe, adeus. Adeus, Maria.

Guarda bem no teu sentido

que aqui te faço uma jura:

que ou te levo à sacristia,

ou foi Deus que foi servido

dar-me no mar sepultura.



Ora eis que embora outro dia,

quando o vento nem bulia

e o céu o mar prolongava,

à proa de outro velero

velava outro marinheiro

que, estando triste, cantava,

que, estando triste, cantava.


José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'

VARIAÇÕES EM AZUL

terça-feira, novembro 29, 2011

OS NOSSOS POLÍTICOS

São muitas as vezes que dou comigo a pensar que não vivo num país onde os políticos sejam pessoas normais e cordatas, pessoas que tenham convicções e consciência social como devia ser apanágio de qualquer servidor público.

Há uns dias veio à praça pública um membro do governo dizer que há muitos países onde não se pagam subsídios de natal ou de féria, para “justificar” os cortes que vão ser feitos aos funcionários públicos e pensionistas, e usou a Dinamarca, entre outros países, como termo de comparação.

Fiquei abismado com o ridículo da comparação, e de imediato fiquei com a quase certeza de que o dito servidor (?) público, desconhecia completamente a realidade da Dinamarca, ou que nos estava a chamar estúpidos com todas as letras.

Ontem li sobre o caso do ministro Mota Soares, que deixou a sua Vespa para passar a usar uma bomba de 86 mil euros. Depressa veio um esclarecimento do ministério dizendo que o carro não fora comprado pelo ministro, mas que está alugado por 48 meses.

Porque será que o senhor ministro não abdicou da carripana de luxo e fez como os seus congéneres dinamarqueses, continuando a usar a sua viatura pessoal? Então as comparações não servem para os nossos ministros, que até ganham, comparativamente, mais do que os colegas nórdicos?


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segunda-feira, novembro 28, 2011

O NOSSO FADO

A notícia mais “badalada” deste domingo foi sem dúvida a de que “o fado já é património mundial”. As televisões e as rádios repetiram-no vezes sem conta, e os jornais vão fazê-lo na segunda-feira.

Não sei se fique contente por ter-mos que partilhar o fado com toda a humanidade, considerando que este é mesmo nosso, e também porque há alguns que não partilham nada com Portugal. Eles “presta-nos “ajuda”, daquela que nós pagamos com juros.

Pensando bem, até temos um certo fado que podemos partilhar com os nossos “amigos” representados pela chamada troika. Temos aquele fado a que chamam destino, que se traduz por maus políticos, péssima justiça, péssimos salários, impostos demasiado altos, etc.

Partilhemos as nossas desgraças, talvez assim eles nos entendam melhor, mas acho melhor guardar bem o nosso fado musical, e vamos fazer os estrangeiros largar a nota se quiserem ouvir o trinar das guitarras e as vozes e letras do que é o nosso FADO.



sábado, novembro 26, 2011

OS CONVENCIDOS DA VIDA

Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.

(…) Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.

(…) No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.

Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima. A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.

Alexandre O'Neill


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PINTURA

quinta-feira, novembro 24, 2011

SOBRETAXA OU ROUBO?

Muito se tem falado acerca dos cortes dos subsídios de Natal e de férias do próximo ano, que vai incidir sobre funcionários públicos e pensionistas, mas pouco se diz do corte de parte do subsídio de Natal deste ano, que alguns já puderam ver reflectido nas folhas de vencimento.

Um corte é sempre um corte, e portanto injusto aos olhos de quem se vê esbulhado daquilo a que tinha direito, mas há cortes que vão além disso, como é o caso desta sobretaxa extraordinária.

O governo não se limitou a criar um imposto extraordinário, como se afirmou, foi mais além do que isso, o que é um roubo descarado. Repare-se que os descontos incidem sobre o montante global, sobretaxa incluída.

É preciso não ter vergonha para se fazer descontos sobre um montante que não se recebe. Isto na minha óptica é um roubo descarado.

Será que em 2012 e 2013 também vamos pagar os impostos referentes aos dois subsídios, mesmo sabendo-se que os não vamos receber? Já era só o que faltava…


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terça-feira, novembro 22, 2011

OS TEMPLÁRIOS (CONT.)

Apesar de ter sido criada para a defesa da Terra Santa, a Ordem dos Templários teve grande relevo na Península Ibérica logo ao tempo de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, quando fundam a sua sede em Soure, no Mondego, e mais tarde em Tomar já no reinado de D. Afonso Henriques.

Ajudando a coroa portuguesa, e outras na Europa, os Templários receberam em troca muitos privilégios, em terras e rendas, ganhando uma importância militar, política e económica que começou a suscitar muitas críticas por parte dos povos e muitas reticências por parte dos poderes políticos e eclesiásticos.

Para alguns estudiosos o súbito enriquecimento da Ordem não era explicada pelas doações e recompensas pela ajuda prestada, mas sim por algo mais difícil de comprovar. Segundo a lenda os Templários teriam encontrado algumas relíquias sagradas, como o cálice sagrado e a coroa de espinhos de Cristo, em escavações por eles efectuadas em Jerusalém. Há mesmo quem afirme que terão encontrado o tesouro dos judeus, calculado em mais de duzentas toneladas de ouro.


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segunda-feira, novembro 21, 2011

OS COMPROMISSOS ASSUMIDOS

Para pessoas que foram criadas como eu, a palavra de um homem é para ser respeitada e os compromissos são para manter. Não teria muito futuro em certas actividades, com toda a certeza, e a política deve ser um dos casos.

Em Portugal temos visto a cadeira de primeiro-ministro ocupada com pessoas que não fazem o que prometeram quando se apresentaram ao eleitorado, e que facilmente dizem uma coisa hoje para dizer o seu contrário pouco tempo depois. José Sócrates não tem o exclusivo nesta matéria, porque depressa apareceu quem lhe veio fazer digna concorrência.

Na semana que passou ficámos todos a saber que as tabelas salariais dos funcionários públicos não vão ser mexidas em 2012, porque decorrem de compromissos assumidos, nas palavras de Passos Coelho.

É uma pena que o senhor 1º ministro não se recorde que disse que não ia aumentar os impostos e de que cortar subsídios aos funcionários públicos era um disparate, porque são muitos os portugueses que se recordam do que ele disse e que não cumpriu.

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Ida às compras

domingo, novembro 20, 2011

FUGAS DE INFORMAÇÃO

A preocupação do PGR, Pinto Monteiro, com as fugas de informação foi recebida com indiferença por uns e com aplauso de outros, mas não conseguiu recolher o apoio unânime dos portugueses.

Creio que para muita gente as figuras públicas acabam por pagar a factura de serem ou terem sido figuras públicas, e para outros, mais puristas, o respeito pela intimidade e a presunção da inocência deve prevalecer, para todos.

Não vou tomar partidos, nem sequer exprimir a minha opinião, porque seria parcial na medida em que não simpatizo com a figura do senhor Duarte Lima, mas o assunto não me passou despercebido.

Acho mesmo que existem fugas de informação, e estas de que falo não podem ter saído dos suspeitos do costume. Talvez alguns tenham reparado na presença de um indivíduo sempre que as televisões fazem um directo importante. Esse alguém é o conhecido emplastro.

O emplastro deve ter informação privilegiada e o PGR deve prestar muita atenção ao caso, e quem sabe até deva abrir um processo de averiguações, porque me parece que é inadmissível sermos obrigados a ver entrar nas nossas casas semelhante criatura que insiste em mostrar a cara sobre o ombro de cada entrevistado.


sexta-feira, novembro 18, 2011

OS AGIOTAS

Os agiotas são geralmente procurados por quem não consegue crédito nos circuitos normais, sejam eles nacionais sejam internacionais.

Portugal devido à má classificação da sua dívida foi forçado a recorrer a entidades externas que não estão no circuito normal do crédito, o que se traduziu no tão falado protocolo com a troika.

Aquilo que nos disseram é que se tratava de uma “ajuda”, mas na verdade trata-se de um empréstimo feito por três entidades distintas, que obtêm esse dinheiro a um juro muito baixo e nos emprestam esse mesmo dinheiro cobrando um juro substancialmente superior, mas que também nos forçam a medidas várias, por eles impostas.

Por tudo isto pode afirmar-se que a troika se está a comportar como os agiotas e que está a praticar aquilo que se convenciona chamar de usura.

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quinta-feira, novembro 17, 2011

CHANTAGEM TROIKISTA

É uma inadmissível ingerência por parte da troika, vir afirmar que “não tem um plano B” caso o Tribunal Constitucional chumbe o corte nos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas, e que acrescente que “consideramos que os cortes de salários estão de acordo com a Constituição”. 

É certo que esta ideia é passada pelo executivo português que também quer empurrar o Tribunal Constitucional contra a parede, confrontando-o com a hipótese de chumbo ser a causa do fim do resgate da nossa dívida pública. 

Estamos perante uma monumental chantagem, pois perante as dúvidas sobre a constitucionalidade desta medida, já levantadas por diversas entidades e até pela Presidência da República, o governo não teve o cuidado de prevenir um chumbo, consultando preventivamente o TC. 

A política do facto consumado e o argumento da inevitabilidade, são atitudes de prepotência e de desprezo pelas instituições e pela Democracia. A situação é grave mas isso não legitima estratégias deste calibre. 

Será que o governo comportando-se desta maneira, está à espera que os cidadãos aceitem tudo pacificamente e sem mostrarem a sua indignação de forma bem clara?

Mais AQUI e AQUI
 
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ARTE AFRICANA