segunda-feira, outubro 29, 2018

O TEMPORÁRIO CONVENIENTE

O senhor ministro Vieira da Silva  veio afirmar que a suspensão da publicação da lista das subvenções vitalícias é apenas "temporária", e nós, simples cidadãos, que descontamos 40 e mais anos para auferir reformas bem baixinhas, acreditamos.

Um ministro não mente, e todos devemos louvar a preocupação do Governo em respeitar a protecção de dados, ainda que a isso não tenha sido obrigado, e nem sequer tenha consultado a Comissão Nacional de Protecção de Dados, o que são apenas uns detalhes menores.

Vieira da Silva tem sido uma caixinha de surpresas, e pode dizer-se que não são agradáveis, nem eram das que dele se esperavam, mas deve ser um sinal dos tempos...


sábado, outubro 27, 2018

CULTURA - OUVIR E DIALOGAR

O ambiente nos museus, palácios e monumentos não é o desejável, porque os problemas existem a quase todos os níveis, causados pela insuficiência de meios, quer humanos quer materiais, mas existem outros problemas de que pouco se fala.

O funcionamento dos museus, como de todas as outras actividades, deve evoluir adequando-se aos tempos e às exigências dos consumidores/visitantes. Os serviços ligados ao Património, em Portugal, comparam mal com os congéneres europeus, onde parece haver mais actividade, mais realizações, e uma evolução constante.

Fala-se agora em mais autonomia dos museus, palácios e monumentos, mas o que o governo propõe é uma autonomia muito curta, que continua dependente da autorização da DGPC, mantendo-se por isso a burocracia que impede que se pense a médio e longo prazo.

Já se ouviu a voz do director do Museu de Arte Antiga, a que se juntou agora a da directora do Museu do Chiado, denunciando as insuficiências do regime jurídico de autonomia de gestão dos museus que deve ser levado a conselho de ministros, ainda este ano, não só por ser insuficiente, mas também porque não foi discutido com os directores de museus.

Na realidade este governo não tem ouvido os trabalhadores dos museus, palácios e monumentos, nem tem dado qualquer importância aos problemas que são sentidos por quem lá trabalha, independentemente das funções que desempenham nos diversos serviços.


Os problemas da falta de diálogo são muitos, e a falta de disponibilidade da tutela, o Ministério da Cultura, fazem com que tudo fique estagnado, o ambiente de trabalho se vá deteriorando, e a oferta seja cada vez de menor qualidade, já para não falar dos prejuízos da falta de manutenção e conservação do Património.


quinta-feira, outubro 25, 2018

PROBLEMAS DOS VIGILANTES DOS MUSEUS


Os vigilantes dos museus dependentes da Direcção Geral do Património Cultural não surgiram apenas agora que se perfila uma greve da função pública.

Nos últimos anos estes profissionais, que anteriormente tinham uma carreira específica,  foram integrados na carreira de Técnico Auxiliar, uma carreira comum da função pública, que se devia regular pela legislação geral, mas alguém se lembrou que os horários dos museus não eram compatíveis com a generalidade dos serviços do Estado.

A tutela decide então fazer um despacho que pretendia ser de alteração de horários, que desvirtua o que consta na legislação geral, pois transforma os sábados e domingos em dias normais de trabalho, o que se traduz numa clara discriminação dos trabalhadores que desempenham estas funções de vigilantes dos museus, relativamente aos seus colegas da mesma carreira, pois não recebem qualquer pagamento extra pelo trabalho aos fins-de-semana, ao contrário de todos os restantes funcionários.

A injustiça não se verifica apenas nesta discriminação, mas também no trabalho obrigatório na maior parte dos feriados, no trabalho por escalas que são muitas vezes adaptadas às necessidades do serviço sem qualquer respeito pela vida familiar dos trabalhadores, e até a restrições e alterações discricionárias das férias, sempre que há falta de pessoal.

O Ministério da Cultura não tem peso político suficiente para admitir o pessoal necessário para as funções de vigilância dos museus, que esbarra nas Finanças, mas a pressão turística aumenta enquanto o número de profissionais na função diminui por força da idade e das aposentações.

A dificuldade de fixar novos profissionais nestas funções é conhecida pelo ministério, e a solução está obviamente no pagamento previsto na lei do trabalho aos sábados e domingos, e na admissão de mais vigilantes para suprir as reais necessidades dos serviços.

Não se resolvem os problemas sem diálogo, e nem a DGPC nem o Ministério da Cultura têm mostrado abertura para se encontrarem soluções.   



quarta-feira, outubro 24, 2018

RESTAURO DOS CARRILHÕES DE MAFRA

 Uma operação delicada a da retirada de alguns dos sinos maiores e mais pesados da torre norte, que começou hoje.



No passado as máquinas eram outras, menos eficientes, menos poderosas e sofisticadas...


sábado, outubro 20, 2018

PORTUGUESES TÊM MENOS FILHOS DO QUE GOSTARIAM


Podem fazer relatórios internacionais, podem discursar especialistas, feministas, machistas, religiosos, agnósticos, governantes, dirigentes da oposição, e apresentar inúmeras soluções, apontar os mais diversos caminhos, que o problema da baixa natalidade se manterá enquanto for a economia a ditar as regras.

Falar de igualdade de géneros, de licenças parentais e de infantários, é bom, mas insuficiente. O problema social deriva do rumo da economia, e esta está ao serviço do lucro de uns poucos, por muito que se fale em Democracia.

Nos países mais desenvolvidos são os países como menores desigualdades os que têm melhores taxas de natalidade, e não o inverso.

Os problemas sociais, e a baixa natalidade é um deles, só se podem resolver com mais justiça social e melhor distribuição da riqueza, esse é que o ponto, tudo o resto são pensos rápidos que não resolvem o problema.

Para terminar isto, que tal começarem por exigir salários justos e emprego com qualidade e com direitos, que é o que nunca consta destes relatórios de peritos?



quinta-feira, outubro 18, 2018

MAUS POLÍTICOS

A política nacional está transformada num pantanal. As promessas não são para cumprir, fazem-se afirmações que não correspondem completamente à verdade, o rigor só existe no discurso, os números são manipulados, e a realidade nem sempre corresponde à propaganda.

Portugal caminha a passos largos para o descrédito absoluto da classe política e o caminho abre-se para todos os populismos, mesmo aqueles que nós criticamos noutras paragens.

O que se tem passado com o discurso governamental sobre os aumentos dos funcionários públicos, sobre as reformas antecipadas e sobre o défice público, tem feito aumentar o descrédito nos políticos, quer dos que apoiam o governo, quer dos da oposição, que já fizeram pior e não apresentam agora soluções, antes se entregando a uma oposição oca e sem conteúdo.


terça-feira, outubro 16, 2018

DESONESTINADE INTELECTUAL

A afirmação de Mário Centeno que "estima" um aumento do salário médio na função pública de 121 euros em dois anos (são 68 euros, agora, e 53 euros, depois), acima dos 3%, só encontra comparação com a aquela máxima popular: para as estatísticas (estimativas), se num universo de duas pessoas, um comer dois frangos, para a estatística cada uma das pessoas terá comido um frango.

A realidade é porém muito diversa, pois há muitos funcionários que não beneficiaram de qualquer subida de escalão, nem em 2018 nem é expectável que subam em 2019, e esses também entram na estimativa de Centeno, que tem a reputação de ser uma pessoa muito rigorosa, mas... 


domingo, outubro 14, 2018

CULTURA, A INOVAÇÃO E O PATRIMÓNIO


No dia em que se soube da substituição de Luís Filipe Castro Mendes da pasta da Cultura, e da entrada em funções, já amanhã, de Graça Fonseca, vem mesmo a propósito falar da necessidade de se inovar também na Cultura, e particularmente na área do Património.

A Direcção Geral do Património já vende bilhetes on-line (com o prazo mínimo de 10 dias úteis), e de Vouchers para operadores turísticos, praticando-se descontos de quantidade (com o prazo mínimo de 10 dias), o que sendo já um passo em frente, ainda é difícil e algo burocrático.

Falando dos bilhetes, quer dos comprados on-line, quer os comprados nos balcões, todos reparamos que têm um código de barras que devia ser lido por um PDA (assistente pessoal digital), ou em caso de inoperacionalidade do equipamento próprio, o vigilante deveria destacar o canto recortado no bilhete para inutilização do mesmo. Pois não vejo os tais PDA’s nos museus, palácios e monumentos que visito, nem vi ainda nenhum bilhete com um canto recortado, nem sequer nos novos bilhetes com fotografias na sua frente, que são cortados sem apelo nem agravo destruindo as imagens que alguns gostam de colecionar.

Outra inovação que era muito bem recebida tem que ver com a informação, que é insuficiente, e que podia ser fornecida por apps fornecidas pelos serviços, grátis ou a preços razoáveis. Claro que para isso devia existir uma rede Wi-Fi disponível em cada museu ou monumento, e simplesmente não existe.

Pode ser que alguém vindo da Secretaria de Estado da Modernização Administrativa, a próxima ministra da Cultura, esteja aberta à inovação, ao contrário da maioria dos responsáveis actuais, que nunca deram qualquer atenção ao assunto.  



sexta-feira, outubro 12, 2018

SINAIS DOS TEMPOS

Nos dias que correm são cada vez mais as pessoas que visitam os museus e outros monumentos, não para se enriquecerem a nível intelectual, ou para desfrutarem da sua beleza, mas sim para partilharem com os amigos a sua passagem por esses espaços como se fosse um qualquer troféu.

Entre selfies e fotos tiradas por amigos ou conhecidos, pouco mais fica destas visitas... infelizmente.  


««« * »»» 

Não está fácil a vida para os homens, porque quase tudo hoje pode ser considerado discriminatório, e atentatório de outrem, mesmo que seja um simples piropo ou mau uso de palavras. À boleia de abusos reais, e de comportamentos absolutamente censuráveis, surgem acusações ou sugerem-se comportamentos discriminatórios, sem qualquer fundamento, e perfeitamente injustificados.


quarta-feira, outubro 10, 2018

FRASES ELUCIDATIVAS


Estava hoje a ouvir uma peça sobre as vítimas do estouro do BCP, e ao mesmo tempo lia o jornal, e eis que surgem duas afirmações, a do professor universitário João Duque, exactamente sobre o caso BCP, e deparo-me com um título duma notícia, sobre a substituição dos humanos por robôs, e imediatamente percebi tudo: os robôs nunca serão tão convincentes numa burla como os humanos...

 
"O capitalismo tem essa diferença face à Democracia, uns são mais importantes que outros…"

João Duque
 

"Há tarefas complexas que não podem ser substituídas por robôs"

António Moniz

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