Mostrar mensagens com a etiqueta Greve. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Greve. Mostrar todas as mensagens

domingo, novembro 25, 2018

ESTIVADORES E JUÍZES EM GREVE

António Costa veio falar da greve dos estivadores de Setúbal, dando a ideia de que tudo está a decorrer dentro da mais absoluta legalidade, e que não compreende a atitude dos sindicatos e dos estivadores precários, mas curiosamente não  teve a mesma atitude relativamente à greve dos juízes, vá-se lá saber porquê...


quinta-feira, novembro 22, 2018

QUE FALTA DE VERGONHA


O que se passou hoje no porto de Setúbal, com o atentado à lei da greve, por parte da Autoeuropa e com o aval do Governo, devia envergonhar-nos a todos.

O direito à greve está consagrado na Constituição, e vertido em forma de lei (Lei 7/2009) constante no DR 1ª série – Nº30 de 12 de Fevereiro de 2009. No seu Artigo 535º nº1, que diz textualmente: O empregador não pode, durante a greve, substituir os grevistas por pessoas que, à data do aviso prévio não trabalhavam no respectivo estabelecimento ou serviço nem pode, desde essa data, admitir trabalhadores para aquele fim.

O espírito da lei é absolutamente claro e não adianta querer usar os detalhes da redacção para tentar clamar por legalidade, pois aí surgem outros detalhes que também pesam neste caso, como o de dizer que a Autoeuropa não pode contratar directamente trabalhadores para trabalhar naquele porto, nem o Estado o pode permitir, sem alterar a legislação existente.

É uma vergonha que o próprio estado viole o espírito da lei, claramente em favor duma entidade privada, quando nunca o fez noutras situações semelhantes em que estavam em causa bens de primeira necessidade, como os combustíveis e até a farinha.

Furar deliberadamente uma greve é feio, mas ser o Estado a dar cobertura a isso, é muito triste.



quinta-feira, outubro 25, 2018

PROBLEMAS DOS VIGILANTES DOS MUSEUS


Os vigilantes dos museus dependentes da Direcção Geral do Património Cultural não surgiram apenas agora que se perfila uma greve da função pública.

Nos últimos anos estes profissionais, que anteriormente tinham uma carreira específica,  foram integrados na carreira de Técnico Auxiliar, uma carreira comum da função pública, que se devia regular pela legislação geral, mas alguém se lembrou que os horários dos museus não eram compatíveis com a generalidade dos serviços do Estado.

A tutela decide então fazer um despacho que pretendia ser de alteração de horários, que desvirtua o que consta na legislação geral, pois transforma os sábados e domingos em dias normais de trabalho, o que se traduz numa clara discriminação dos trabalhadores que desempenham estas funções de vigilantes dos museus, relativamente aos seus colegas da mesma carreira, pois não recebem qualquer pagamento extra pelo trabalho aos fins-de-semana, ao contrário de todos os restantes funcionários.

A injustiça não se verifica apenas nesta discriminação, mas também no trabalho obrigatório na maior parte dos feriados, no trabalho por escalas que são muitas vezes adaptadas às necessidades do serviço sem qualquer respeito pela vida familiar dos trabalhadores, e até a restrições e alterações discricionárias das férias, sempre que há falta de pessoal.

O Ministério da Cultura não tem peso político suficiente para admitir o pessoal necessário para as funções de vigilância dos museus, que esbarra nas Finanças, mas a pressão turística aumenta enquanto o número de profissionais na função diminui por força da idade e das aposentações.

A dificuldade de fixar novos profissionais nestas funções é conhecida pelo ministério, e a solução está obviamente no pagamento previsto na lei do trabalho aos sábados e domingos, e na admissão de mais vigilantes para suprir as reais necessidades dos serviços.

Não se resolvem os problemas sem diálogo, e nem a DGPC nem o Ministério da Cultura têm mostrado abertura para se encontrarem soluções.   



sexta-feira, outubro 27, 2017

ENTRE OUTRAS COISAS, É POR ISTO QUE ESTOU EM GREVE

Estou em greve! Sou mal pago, tenho a minha carreira congelada e horizontalizada, já não sei o que é um aumento desde 2009, não sou classificado há 5 anos, e sou frequentemente ridicularizado por ser funcionário público.

Os meus superiores recebem classificações óptimas e não fazem nada, nem sequer têm tempo para me classificar, chegam tarde ao serviço quase todos os dias, recusam o ponto electrónico, porque os penalizaria como é óbvio, e vão receber aumentos para o ano que vem, porque têm a faca e o queijo na mão.

Fui enganado pelo Estado português quando abracei a função pública, porque me prometeram a reforma por inteiro aos 36 anos de serviço, e agora com 42 de serviço não me posso reformar sem uma penalização que passa os 30%.

Fui discriminado por assumir a defesa dos meus colegas, representando-os no sindicato, e mesmo sem me poderem apontar o que quer que seja a nível profissional, não estou no lote dos que vão subir de escalão no próximo ano, porque isso ficou apenas para quem lambe as botas das chefias, mesquinhas e incompetentes que grassam pela administração pública.

Recuso-me a colaborar com incompetentes e a pactuar com gente medíocre, mesmo que tenha que pagar este preço.

quarta-feira, novembro 14, 2012

EU VI ESTE POVO A LUTAR


Eu vi este povo a lutar
Para a sua exploração acabar
Sete rios de multidão
Que levavam História na mão

Sobre as águas calmas
Um vulcão de fogo
Toda a terra treme
Nas vozes deste povo

Mesmo no silêncio
Sabemos cantar
Povo por extenso
É unidade popular

Somos sete rios
Rios de certeza
Vamos lá cantando
No fragor da correnteza

Eu vi este povo a lutar
Para a sua exploração acabar
Sete rios de multidão
Que levavam História na mão

A fruta está podre
Já não se remenda
Só bem cozidinha
No lume da contenda

Nós queremos trabalho
E casa decente
E carne do talho
E pão para toda a gente

Ai, meus ricos filhos
Tantos nove meses
Saem do meu ventre
Para a pança dos burgueses

Eu vi este povo a lutar
Para a sua exploração acabar
Sete rios de multidão
Que levavam História na mão

Alça meu menino
Vê se te arrebitas
Que este peixe podre
Só é bom para os parasitas

Só a nosso mando
É que há liberdade
Vamos lá lutando
P'ra mudar a sociedade

Bandeira vermelha
Bem alevantada
Ai minha senhora
Que linda desfilada

Eu vi este povo a lutar
Para a sua exploração acabar
Sete rios de multidão
Que levavam História na mão

quinta-feira, novembro 25, 2010

O RECADO ESTÁ DADO

A Greve Geral de dia 24 de Novembro de 2010 foi um grande recado à classe política e empresarial deste país, que só não entende quem não quer ver o que está bem à frente dos seus olhos.

Ficou bem claro que os trabalhadores estão fartos de ser os bodes expiatórios da má governação que temos tido nas últimas décadas, e dos disparates que se têm permitido na destruição do tecido de produção, como a agricultura, pescas e metalomecânica, em detrimento do apoio excessivo de sectores como a banca e os serviços ou a construção que ultrapassaram os limites do razoável.

Todos os erros estratégicos, alimentados pelas ajudas dos dinheiros da adesão à União Europeia e ao euro, estão agora a ser pagos não por quem os cometeu mas por quem trabalha honestamente para ganhar salários que são cada vez mais reduzidos em nome de uma competitividade impossível em muitos sectores.

As afirmações de um líder da Associação Têxtil e do Vestuário de Portugal (ATP), João Costa, mostra bem a fraca qualidade de alguns empresários. Segundo este dirigente dum sector que é dos que mais mal pagam em Portugal, o “sector público faz greve porque pode brincar”, mostra bem a falta de visão de quem continua a pensar que os trabalhadores não podem pensar pela sua cabeça nem podem manifestar-se contra o que julgam que está profundamente errado, e que ainda pensa que se alcança maior produtividade sem salários justos e sem direitos laborais que nos têm sido cortados devido à má redistribuição da riqueza num Portugal cada vez mais desigual e injusto.

O descontentamento social pode não ficar por aqui, e não saímos desta crise com estas receitas de ataque aos rendimentos do trabalho e aos direitos sociais, que é a que está a ser seguida nos últimos vinte anos.



FOTOGRAFIA
By Palaciano


CARTOON
Para os que desistem...

segunda-feira, novembro 22, 2010

CONTABILIZEM BEM

Já todos pudemos ler ou ouvir quanto é que pode custar uma Greve Geral por dia, e já tivemos números para todos os gostos. Já apanhei um boy do PS que escreveu para um jornal, passando-se por um cidadão qualquer, dizendo que esta greve é de alguns trabalhadores contra outros.

Nestas ocasiões é preciso ter alguma cabeça fria para não se dizerem uns quantos palavrões contra esta gente que se acha acima da crítica e que continua a pensar que o protesto e a greve não deviam ser permitidos.

Quem contabiliza agora os prejuízos de um dia de greve, esqueceu-se de contabilizar os custos da Cimeira da Nato, não apenas nos custos directos, mas na perturbação do tráfego aéreo, e nas perdas do turismo e do comércio, na tolerância de ponto, e nas restrições do tráfego terrestre da capital.

Contabilizam-se os prejuízos duma greve na economia, mas quem a faz com convicção contabiliza os inúmeros erros da governação que caiem sempre sobre os rendimentos do trabalho. È muito simples meus amigos, a Greve Geral é contra quem nos governou mal durante estas últimas décadas, e agora nos vem cobrar a factura dos seus actos.



CARTOON




FOTOGRAFIA
By Palaciano

quinta-feira, março 04, 2010

RAPIDINHAS

Processo negocial – É curioso que o governo alegue que a greve dos funcionários públicos tem contornos políticos porque, segundo o governo, estava ainda em curso o processo negocial. Ficou por dizer que o processo negocial está fechado no que respeita aos pontos que justificam a greve, nomeadamente os aumentos (congelamento), e as medidas penalizadoras das aposentações (antecipadas 3 anos). Seriedade é o mínimo exigível aos governantes, e a afirmação de que o processo negocial estava ainda em curso não é rigorosa, atendendo aos motivos que levaram a esta greve, concorde-se ou não com ela.

O insulto de Zeinal Bava – O presidente executivo da PT considera que é um “insulto” dizer que a PT foi instrumentalizada no alegado negócio da compra da TVI, já que o mesmo não foi discutido ao mais alto nível dentro da PT. Eu acho que o senhor Zeinal Bava está a insultar a inteligência dos portugueses porque as suas declarações em Junho de 2009, exactamente sobre este caso, provam que ele conhecia o negócio (entretanto inviabilizado). A menos que o presidente executivo da empresa não seja um dirigente de alto nível, as suas declarações são incompreensíveis.

Nana Mouskouri – A cantora grega que já foi eurodeputada renunciou à pensão que recebia pelo cargo que ocupara, pelo menos até o país sair da crise em que se encontra. Diz a cantora que é “um dever para com a minha pátria”. Por cá temos umas boas centenas de políticos e ex-políticos que acumulam pensões pelos cargos que ocuparam, com outras reformas ou remunerações do trabalho que desenvolvem, e que se saiba não houve um só que tivesse dado um exemplo destes. Os sacrifícios são sempre para os mesmos, e de cima nunca vem qualquer bom exemplo.




FOTOGRAFIA
mitru


CARTOON
Akbar-Pirjani

Jordan Pop-Iliev