A Greve Geral de dia 24 de Novembro de 2010 foi um grande recado à classe política e empresarial deste país, que só não entende quem não quer ver o que está bem à frente dos seus olhos.
Ficou bem claro que os trabalhadores estão fartos de ser os bodes expiatórios da má governação que temos tido nas últimas décadas, e dos disparates que se têm permitido na destruição do tecido de produção, como a agricultura, pescas e metalomecânica, em detrimento do apoio excessivo de sectores como a banca e os serviços ou a construção que ultrapassaram os limites do razoável.
Todos os erros estratégicos, alimentados pelas ajudas dos dinheiros da adesão à União Europeia e ao euro, estão agora a ser pagos não por quem os cometeu mas por quem trabalha honestamente para ganhar salários que são cada vez mais reduzidos em nome de uma competitividade impossível em muitos sectores.
As afirmações de um líder da Associação Têxtil e do Vestuário de Portugal (ATP), João Costa, mostra bem a fraca qualidade de alguns empresários. Segundo este dirigente dum sector que é dos que mais mal pagam em Portugal, o “sector público faz greve porque pode brincar”, mostra bem a falta de visão de quem continua a pensar que os trabalhadores não podem pensar pela sua cabeça nem podem manifestar-se contra o que julgam que está profundamente errado, e que ainda pensa que se alcança maior produtividade sem salários justos e sem direitos laborais que nos têm sido cortados devido à má redistribuição da riqueza num Portugal cada vez mais desigual e injusto.
O descontentamento social pode não ficar por aqui, e não saímos desta crise com estas receitas de ataque aos rendimentos do trabalho e aos direitos sociais, que é a que está a ser seguida nos últimos vinte anos.
2 comentários:
Não se vai lá com acções civilizadas e com luvas de pelica. Todos sabem que para os tirar do poleiro, só à porrada.
Lol
AnarKa
Fujo da política e adoro as imagens que escolhes.
Bjos da Sílvia
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