quinta-feira, agosto 30, 2018

SINTRA - MUDANÇAS NO TRANSITO E CONSEQUÊNCIAS


Sintra é, desde há vários anos, um destino de eleição do nosso turismo, e a pressão exercida pelo fenómeno estava a começar a tornar-se muito intensa há 5 anos atrás, apesar da diversificação de pontos de interesse Cultural e paisagístico.

Nos últimos dois anos começaram a surgir os tuk tuk, as vendas agressivas um pouco por todo o lado, os guias piratas, e um número descomunal de casas de alojamento local, tudo sinais de muito oportunismo e pouco planeamento.

Para acrescer a esta verdadeira selva onde todos lutam por se safar, com as armas que têm à mão, desordenadamente como se percebe, a Câmara de Sintra resolve fazer uma alteração ao trânsito no centro histórico, afirmando que o intuito era o de desanuviar o trânsito daquela zona nobre, devolvendo-a aos peões.

Os resultados podem até agradar a alguns, é possível, mas também temos quem enumere as más consequências, e importa meditar nelas.

Para as agências de viagens (que vendem pacotes dum ano para o seguinte), o destino Palácio da Pena, que correspondia a um tour de meio-dia, o desastre foi completo, com turistas descontentes e guias frustrados. Os turistas com carros próprios ou alugados têm possibilidades de chegar à Pena (bem cedo), mas perdem entre 4 e seis horas para subir a serra, comprar bilhetes, visitar e retornar a S. Pedro (se não visitarem o parque), e acabam por ir almoçar a Cascais, Lisboa ou Cabo da Roca.

A Quinta da Regaleira foi, durante algum tempo, uma alternativa, mas depressa esgotou a sua capacidade, e a única saída de automóvel é por Colares, e os que foram a pé, acabam por desaguar na Vila Velha sem vontade de visitar mais nada.

O Palácio da Vila continua sem estar devidamente sinalizado nas placas à entrada de Sintra, e diminuiu as visitas (pelo menos este ano), e os transportes públicos também não ajudam nada.

Um indicador a ter em conta é o TripAdvisor e creio que não é de desprezar a consulta às opiniões dos turistas lá contidas.   



terça-feira, agosto 28, 2018

O TURISMO E AS RECEITAS


Saiu a notícia de que Portugal ultrapassou a Grécia em receitas com turismo, e vai daí toca a lançar foguetes, como se tudo fosse assim tão simples, mas não é.

O número de turista, em 2018, está a baixar, ainda que as receitas estejam a aumentar em cerca de 14%, e isso devia dar que pensar aos diversos actores deste sector, que tem sido o abono de família da nossa economia após os tempos recentes de vacas magras.

Os aumentos dos preços praticados são a razão principal, e outra razão, ainda que menos falada e percebida, tem sido a contracção dos salários praticados em todos os sectores ligados ao turismo, desde a hotelaria até às actividades turísticas puras e duras.

Durante os últimos anos não se investiu na qualidade da oferta turística, ao contrário do que se tem falado, e os baixos salários e o aumento do emprego precário, nem sequer permitem veleidades nessa área. Conhecemos algumas honrosas excepções, em nichos do negócio turístico, mas não passam disso mesmo, excepções.

A preocupação com a sustentabilidade não tem existido, mas lá chegaremos, tarde como é costume!



domingo, agosto 26, 2018

MUSEUS E GRATUITIDADES


Quando perguntamos a alguém se gosta de gratuitidades, a resposta é quase unânime, e afirmativa, pois claro. Mas será que damos sempre o devido valor ao que não nos custa nada?

As entradas grátis nos museus, palácios e monumentos dependentes do Ministério da Cultura, em todos os domingos e feriados até às 14 horas, que se praticam desde Julho de 2017, são contestadas por muitos dos trabalhadores destes serviços, que encaram esses dias grátis como os mais difíceis de suportar, devido ao comportamento do público, muito em especial nos equipamentos mais visitados.

Uma medida que terá sido implementada para dar acesso a todos (residentes em Portugal) à Cultura, sem custos, transformou-se num pesadelo para quem tem por função primordial, manter o Património em segurança.

As queixas são mais do que muitas, desde os que entram apenas porque é de borla e lhes deram um tempo livre, aos que aproveitam a oportunidade porque o tempo na praia não está bom, ou os que vieram dar uma volta com os miúdos e lhes apetece dar uma volta ao museu (sem os prepararem para a visita), até aos que fazem tempo para o almoço. Serão estes a maioria, ou existem muitos que querem mesmo aproveitar para conhecer o Património?

Claro que há muito boa gente que merece as tais borlas, mas infelizmente também há quem desperdice estas oportunidades, desrespeitando quem trabalha e sobretudo, desrespeitando o Património com comportamentos inqualificáveis.

Em vez do tal Bilhete Especial (Bilhete Doação), que não teve qualquer aderência, talvez seja de ponderar outra modalidade, um custo reduzido (por exemplo), até porque o orçamento dos museus, palácios e monumentos é tão curto que nem chega para as necessidades imediatas.



sexta-feira, agosto 24, 2018

A CP E O SERVIÇO PÚBLICO

Não é admissível que uma empresa que presta um serviço público, e que tem sido um sorvedouro de dinheiros públicos, trate de modo diferenciado os seus utentes, e neste caso particular, que mostre clara preferência por membros e simpatizantes dum determinado partido político, que é o partido do Governo.

A CP terá dado "garantias escritas" de que aceita atrasos de outras composições, dando preferência ao comboio fretado pelo PS para a rentrée socialista em Caminha.

António Costa foi infeliz ao afirmar que "um comboio fretado é um serviço prestado a qualquer cliente", porque em causa estava o favorecimento, e Luís Patrão foi ainda mais infeliz quando mencionou os custos de 13 mil euros, como se isso eximisse a CP das suas obrigações enquanto prestador de serviço público, só porque deverá receber um pagamento do fretador deste serviço.

Numa altura em que os serviços públicos de transporte de passageiros estão a falhar, e mesmo a colapsar, o Governo devia mostrar mais prudência e menos desrespeito pelos cidadãos e seus direitos. 


quarta-feira, agosto 22, 2018

A PREVENÇÃO E O EXAGERO

Para começo de conversa devo afirmar que sou a favor da prevenção, do seu ensino nas escolas e na formação profissional nesta vertente, para não ser mal interpretado.

A notícia de que os novos condutores deviam ter formação no uso de desfibrilhadores deixou-me de queixo caído, apesar de se tratar apenas duma recomendação, porque é claramente um exagero.

Claro que li todo o texto da notícia e afinal só essa recomendação é que me pareceu disparatada, e poderia assinar por baixo as outras recomendações, ainda que ache que o próprio Estado terá muitas dificuldades em implementar as recomendações, e disponibilizar aparelhos em quantidades suficientes nos seus serviços, e em locais estratégicos para que isto faça sentido.


Não é do meu conhecimento que existam aparelhos destes em nenhum monumento ou museu deste país. Nunca vi sinalizado em nenhum recinto desportivo, em nenhum centro comercial, nem em nenhum recinto de festas, ou alguma praia, que existe um desfibrilhador disponível em caso de emergência.



segunda-feira, agosto 20, 2018

BOM JORNALISMO E MOÇAMBIQUE


Saiu no Público uma reportagem sobre Moçambique com o título “Moçambique: terra de todos, terra de alguns” que vem revelar alguns problemas que derivam da distribuição de terras e das injustiças criadas com a desculpa do desenvolvimento.

Numa altura em que muitos falam da exploração dos tempos coloniais, e das culpas dos portugueses que derivaram das viagens marítimas a partir do século XV, talvez seja instrutivo ler-se esta reportagem para se perceber que mesmo sem o colonialismo, existirá sempre quem se aproveite da pobreza e da ingenuidade, e quem se deixe corromper pelos poderosos, para explorar (nem quero utilizar o termo escravizar).

O dinheiro corrompe os pequenos (e até os grandes) poderes políticos, serve para enganar os ingénuos, e não tem cor política, raça ou credo, ao contrário do que se tenta fazer crer.

Leiam bem o artigo e façam-no sem preconceitos, porque está lá tudo, pelo que não é necessário qualquer ajuda à compreensão do problema e como ele surgiu.


Beira - Festejos do Aniversário 

Beira (anos 70) - Cidade que comemora hoje os seus 111 anos.

sábado, agosto 18, 2018

UMA IMAGEM

Uma pintura em que Cristo aparece não como recém nascido, nem como adulto como estamos habituados, mas sim como uma criança acompanhando o trabalho do seu "pai". 

A imagem não é famosa pois foi tirada com recurso a um telemóvel com uns anitos, no Palácio de Mafra (Capela do rei). 


quarta-feira, agosto 15, 2018

domingo, agosto 12, 2018

PORTUGUESES DE ONTEM E DE HOJE


Quando se manifestam por aí uns quantos sábios, pregando que os nossos antepassados foram uns cruéis piratas, que aterrorizaram povos de paragens então distantes, e depois os subjugaram, escravizaram e exploraram, cada vez mais estrangeiros, e de todas as paragens, procuram Portugal para visitar, viver ou investir.

O povo português enfrenta hoje inúmeros problemas, tal como no passado, mas com altos e baixos naturalmente, nunca fomos piores do que os outros, apesar do nosso espírito latino, impulsivo e bastante desorganizado.

As razões que fazem de Portugal um país bastante procurado, não são a nossa riqueza, ou outros valores materiais, com toda a certeza, mas sim a nossa maneira de lidar com todos, a nossa tolerância, e a segurança, apesar do que dizem os tais sábios. A nossa maneira de estar no mundo nada tem que ver com o que dizem esses senhores, por muito que isso lhes custe.