quarta-feira, novembro 28, 2018

PATRIMÓNIO E CULTURA


Este governo tem passado ao lado da política de defesa do Património, e dos museus, palácios e monumentos tutelados pela DGPC.

António Costa a propósito do Orçamento de Estado apenas conseguiu falar das entradas grátis nos museus aos domingos e feriados pela manhã, e nada mais acrescentou a isso, pois nada mais tinha a acrescentar.

A nova ministra da Cultura, também nada conseguiu dizer nestes poucos dias de mandato, até porque se enredou em casos como o do IVA das touradas, onde o governo saiu derrotado, e o da não leitura dos jornais portugueses enquanto estava no estrangeiro, o que foi um erro crasso.

Todos se lembram da luta de alguns directores de museus pela autonomia dos seus serviços, e o que está previsto para o próximo ano é manifestamente insuficiente. Recordar-se-ão das diversas promessas de admissão de vigilantes de museu para vários serviços, e também neste particular a realidade mostra-se abaixo das necessidades. Como último exemplo cito a promessa da abertura do Museu da Música até ao final deste ano, em Mafra, que caiu manifestamente no esquecimento, e já nem se fala nisso.


Rui Gaudêncio, Público

domingo, novembro 25, 2018

ESTIVADORES E JUÍZES EM GREVE

António Costa veio falar da greve dos estivadores de Setúbal, dando a ideia de que tudo está a decorrer dentro da mais absoluta legalidade, e que não compreende a atitude dos sindicatos e dos estivadores precários, mas curiosamente não  teve a mesma atitude relativamente à greve dos juízes, vá-se lá saber porquê...


quinta-feira, novembro 22, 2018

QUE FALTA DE VERGONHA


O que se passou hoje no porto de Setúbal, com o atentado à lei da greve, por parte da Autoeuropa e com o aval do Governo, devia envergonhar-nos a todos.

O direito à greve está consagrado na Constituição, e vertido em forma de lei (Lei 7/2009) constante no DR 1ª série – Nº30 de 12 de Fevereiro de 2009. No seu Artigo 535º nº1, que diz textualmente: O empregador não pode, durante a greve, substituir os grevistas por pessoas que, à data do aviso prévio não trabalhavam no respectivo estabelecimento ou serviço nem pode, desde essa data, admitir trabalhadores para aquele fim.

O espírito da lei é absolutamente claro e não adianta querer usar os detalhes da redacção para tentar clamar por legalidade, pois aí surgem outros detalhes que também pesam neste caso, como o de dizer que a Autoeuropa não pode contratar directamente trabalhadores para trabalhar naquele porto, nem o Estado o pode permitir, sem alterar a legislação existente.

É uma vergonha que o próprio estado viole o espírito da lei, claramente em favor duma entidade privada, quando nunca o fez noutras situações semelhantes em que estavam em causa bens de primeira necessidade, como os combustíveis e até a farinha.

Furar deliberadamente uma greve é feio, mas ser o Estado a dar cobertura a isso, é muito triste.



terça-feira, novembro 20, 2018

QUESTÃO DE BOM SENSO

Ontem assisti a uma discussão entre dois amigos sobre o caso duma rapariga australiana que terá sido proibida de entrar no Louvre por causa da roupa que levava vestida. Terá sido tomada a decisão mais correcta?

Nós vivemos em sociedade e como tal obedecemos a códigos de conduta, não só os escritos mas também os que nos são ditados pelo respeito pelos outros e o bom senso.

Nos dias que correm as fronteiras entre o bom senso e a a falta dele, são demasiado ténues. Todos os dias vemos gente a entrar em igrejas com chapéus na cabeça, e não é raro receberem mal quem lhes pede para se descobrirem. Há quem se descalce nos museus e depois coloque o calçado nas cadeiras, e onde calha para tirar umas selfies.

No caso da rapariga australiana, creio que ela se enganou no destino que pretendia, que certamente não seria o Louvre, e como lhe barraram a entrada, lá veio a crítica relativa ao segurança que a contrariou. Quem gosta de ser contrariado?

Outra coisa comum nestas situações de chamada de atenção, ou proibição, é tentar recorrer a códigos ou regulamentos escritos onde conste exactamente tal proibição. As pessoas que o fazem sabem bem que o seu comportamento não foi adequado, mas o que verdadeiramente as irrita é que as tenham contrariado.


Neste caso não terá sido por uma questão de gosto, que alguém barrou a entrada da moça no museu, mas sim de bom senso. 


domingo, novembro 18, 2018

ANIVERSÁRIO

Já lá vão 90 anos desde que este par nos começou a encantar, e eu, que muitos livros e vídeos tenho visto deles, só posso estar agradecido a quem os criou.


sexta-feira, novembro 16, 2018

ESTRANHO PAÍS ESTE

Portugal está a transformar-se num país muito estranho e difícil de entender, onde o voluntarismo e o conservadorismo se misturam dum modo muito estranho.

A tolerância de género, credo ou origem étnica têm expressão nas leis da República, bem como o bem-estar das pessoas e dos animais, mas depois as coisas começam a complicar-se, e parece que as leis têm demasiadas nuances.

Os gatos e os cães, sobretudo estes, estão devidamente protegidos pela lei e bem, mas os touros podem ser magoados nas touradas, e isso é difícil de entender.

Falo hoje de touradas porque é um assunto que está na ordem do dia, pela exigência que muitos fazem para a descida do IVA para 6%, apoiados até em sondagens encomendadas.

Quanto a esta problemática da taxa do IVA, não tenho dinheiro para encomendar nenhuma sondagem, mas aposto que se fossem colocadas várias opções de escolha, incluindo por exemplo a electricidade, o gás, as touradas e o golf, e que se desse a liberdade de os sondados poderem escalonar por prioridades quais os itens que desejavam ver com um IVA de 6%, a electricidade e o gás ficariam nos dois primeiros lugares.  

Infelizmente neste país em que os senhores políticos vivem num mundo à parte, vamos ter o golfe e as touradas com um IVA reduzido, de 6%, e continuaremos a ter a electricidade, o gás, e o cinema com um IVA superior.


Existirá alguma lógica para isto, senhores deputados?


Bartoon, Público 16/11/2018

quarta-feira, novembro 14, 2018

O MUSEU DA MÚSICA E AS PROMESSAS

Estamos quase no final do ano de 2018 e a promessa de ter em Mafra o Museu da Música está esquecida, e nem se fala dos preparativos para que isso aconteça.

Devemos esquecer a promessa, ou entretanto vingaram outras ideias que não são públicas?

A memória é quase sempre inimiga dos políticos...


segunda-feira, novembro 12, 2018

MEDO DA TECNOLOGIA?

Muitas vezes surge esta pergunta mas ela não está bem formulada, pois a tecnologia não é boa nem má em si mesma, mas nas mãos erradas pode ser muitíssimo má.

Todos sabemos que as empresas ao fornecerem telemóveis de serviço, e mesmo viaturas de trabalho, conseguem controlar os passos dos seus funcionários, por vezes depois mesmo do horário de trabalho.

O controlo que algum mau patronato deseja pode ir ainda mais além com o (mau) uso da tecnologia, pois agora até há quem queira implantar microchips nos funcionários, o que é só mais um exemplo do que afirmo.


Fala-se muito de escravatura, e de colonialismo em termos históricos, com paixão, mas a mesma energia não é canalizada para as novas formas de escravatura, que muitos nem sequer percebem, ou preferem ignorar.

Será que inconscientemente já tememos o futuro, ou somos apenas descuidados?


quinta-feira, novembro 08, 2018

O CAVALEIRO ANDANTE

Coitado do jornalista que se viu acusado de ter "posto as mãos" na estagiária da Casa Branca, que lhe tentou tirar o microfone, só porque Trump não gostou das perguntas dele...

terça-feira, novembro 06, 2018

MUSEUS E TECNOLOGIA

A tecnologia não é inimiga dos museus, palácios e monumentos, mas a resistência continua a ser muita, quer por inércia, quer por falta de vontade para disponibilizar conteúdos.

Boa parte dos serviços tem muita falta de informação para disponibilizar ao público, e a divulgação do nosso Património é incipiente e pouco eficaz. 

A realidade está à vista de todos, e se em alguns (poucos) serviços se tenta remar contra a maré, na maioria dos casos não se vê qualquer tipo de inovação, nem se conhece qualquer tentativa  de inverter a situação, pelo menos que seja pública.


domingo, novembro 04, 2018

PARADA MILITAR

Cem anos depois Lisboa parou para homenagear os antigos combatentes da I Guerra Mundial, e foi ver a correria de políticos para ocupar os seus lugares no palanque, ou para debitar uns quantos comentários para um órgão de comunicação social.

Não eram apenas os fatos que tinham saído dos armários, mas também as medalhas que saíram da naftalina para a Avenida da Liberdade.

Depois da trapalhada de Tancos nada melhor do que uma enorme parada de fardas para deliciar o povinho...

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sexta-feira, novembro 02, 2018

O PORTUGAL DO AVESSO

A maior fatia do "investimento" nacional foi na banca falida, mas claro que é tudo a bem do povo, que os nossos políticos fazem sempre tudo a bem do povo!