sábado, março 30, 2019

O EMPREGO E AS QUALIFICAÇÕES


Recentemente o Banco de Portugal identificou a falta de qualificações como um dos problemas que está a travar a criação de emprego, ao mesmo tempo que os patrões se queixam da falta de profissionais para preencher as vagas existentes em muitos sectores.

Identificar problemas é relativamente fácil, já investigar as razões desses problemas e indicar soluções para eles, parece não ser o forte dos patrões e do Banco de Portugal.

Durante muito tempo foi relativamente fácil para o patronato esmagar os salários em Portugal, porque o desemprego era muito alto e as pessoas lá se iam sujeitando ao que era oferecido. A juventude que agora tinha maiores qualificações começou naturalmente a procurar oportunidades além-fronteiras, e muitas empresas estrangeiras vieram a Portugal recrutar mão-de-obra qualificada, oferecendo salários e outras condições bem mais aliciantes.

Os empresários portugueses espremeram os trabalhadores até ao tutano, sem pensarem que os seus profissionais mais qualificados estavam naturalmente a envelhecer, que não conseguiam transmitir os seus conhecimentos aos mais novos porque eles trabalhavam 6 meses ou pouco mais e depois procuravam algo melhor. A situação agravou-se não só por causa da sangria de jovens qualificados para o estrangeiro, mas também porque são cada vez menos e mais velhos, os trabalhadores qualificados e com experiência.

A formação nas empresas é uma miragem, na generalidade dos casos, e com a oferta de salários miseráveis as vagas ficam por preencher. Procurar preencher essas vagas com imigrantes não tem resultado e não tem efeitos a médio prazo.

A degradação dos serviços é uma realidade em quase todos os sectores, a qualidade dos nossos serviços e produtos ressente-se e há empresas que já começaram a “roubar” trabalhadores de outras com ofertas de maiores salários. Esta realidade começa a notar-se e é um bom sinal, porque todos ficamos a ganhar, mas quem se atrasar vai acabar por se afundar a médio prazo…



terça-feira, março 26, 2019

O MÉRITO E A COMPETÊNCIA FAMILIAR


É comum ouvir-se por aí que se deve recompensar o mérito e a competência, existindo mesmo quem ache que as classificações do desempenho, na função pública, são o melhor método para aquilatar da qualidade e empenhamento dos trabalhadores.

Do discurso à realidade vai um caminho imenso, e entre o que se diz e o que se pratica vai uma distância tão grande que qualquer semelhança é meramente fortuita.

Nas empresas a sucessão dos lugares de poder é invariavelmente ocupada por alguém com um grau de parentesco próximo, como acontece também no ensino superior, nos escritórios de advocacia, e noutros sectores da nossa economia.

Como julgamos viver numa Democracia, era de esperar que os nossos políticos fossem aqueles que nós escolhemos directamente pelo voto, mas não é assim, pois os partidos é que escolhem quem vai para o Parlamento e até para o Governo. Assim sendo nem os políticos respondem directamente a quem os elege, o que distorce o conceito de lealdade que deveria existir entre eleitos e eleitores.

As coisas podem ainda ser piores, como se está a perceber, pois todos os órgãos de poder e da Administração Pública podem ser invadidos por familiares e amigos dos governantes, que naturalmente alegam que as nomeações são feitas pela competência dos escolhidos, mas convenhamos que ninguém acredita nessa explicação, como é cada vez mais evidente.

Leituras AQUI , AQUI e AQUI


quinta-feira, março 21, 2019

EFEMÉRIDE

Raphael Augusto Bordallo Pinheiro foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor.

Nasceu a 21 de Março de 1846, em Lisboa. 


segunda-feira, março 18, 2019

A BEIRA APÓS A PASSAGEM DO IDAI

Estas são apenas duas fotografias das muitas que têm circulado pela rede, depois da passagem do ciclone Idai que fustigou a zona centro de Moçambique, tendo afectado gravemente a cidade onde nasci, a Beira. Numa altura trágica como esta para as populações daquela cidade, aqui fica o testemunho da nossa solidariedade.


quinta-feira, março 14, 2019

QUE POVO INGRATO...


Segundo o 1º ministro e restantes colegas o país nunca esteve tão bem no que respeita à economia e ao bem-estar dos cidadãos, desde que saímos da crise. Os anúncios do fim da austeridade foram muitos e houve quem acreditasse.

A realidade é outra bem diferente, e a Deco Proteste deu a conhecer agora um barómetro que mostra bem os cidadãos nem vivem melhor nem estão optimistas como os governantes.

77% das famílias portuguesas têm dificuldades em pagar as contas do dia-a-dia, e 7% vivem mesmo em situação de pobreza. As conclusões são preocupantes e mostram que quem empobreceu nos últimos anos não conseguiu recuperar. É curioso que se registe que Portugal mostra bons indicadores económicos e as famílias têm muitos problemas na sua gestão diária.

O gráfico em baixo, do Jornal de Negócios, mostra bem todo o tipo de dificuldades sentidas pelas famílias, que vão desde a alimentação, à mobilidade, saúde, habitação, educação e tempos livres.



terça-feira, março 12, 2019

CITANDO D. FERNANDO II

«É pena que Portugal, criado verdadeiramente pelo céu para ser unicamente feliz, não chegue a compreender quão salutar lhe seria, nestes tempos, um pouco de sentido prático (...) Portugal com bom senso poderia ser tão feliz.»

D. Fernando II, 1836

D. Fernando II

terça-feira, março 05, 2019

RECIPROCIDADE OU SUBSERVIÊNCIA?



Não encontro razões para um pedido de desculpas, por parte dum governante nacional, a Angola, no caso Bairro da Jamaica, que sendo um incidente grave que merece ser totalmente esclarecido, é do foro interno e a investigação está ainda em curso.

Falo em reciprocidade pela simples razão de nunca ter tido conhecimento de nenhum pedido de desculpas por parte do Estado angolano, pelos crimes praticados sobre cidadãos portugueses, e têm sido bastantes.

Não quero empolar esta situação lamentável, mas detesto ver um governante português a praticar actos de subserviência perante um Estado estrangeiro, e acho que foi o caso, lamentavelmente. A simetria ou reciprocidade é aceitável, a subserviência não!



sexta-feira, março 01, 2019

A BANCA COMO PRIORIDADE

É uma vergonha! Este governo continua a fazer os mesmos erros dos anteriores, preferindo "enterrar" dinheiro nos bancos que praticaram as maiores tropelias financeiras, a investir em saúde, educação e no pagamento justo aos seus funcionários.

O que são 1.149 milhões de euros dos nossos impostos, para o Novo Banco, em vez do Fundo de Resolução (da responsabilidade da banca comercial) onde os banqueiros não colocam o seu dinheiro, apesar de terem recebido dividendos referentes a lucros de 2018?

Para os funcionários só estavam disponíveis 50 milhões, dizia o senhor ministro das Finanças, mas agora já tem 1.149 milhões para o Novo Banco.

Anteriormente tínhamos um governo apoiado pela direita, agora temos outro apoiado pela esquerda, mas a prioridade continua a ser a capitalização da banca. Descubram as diferenças...