É comum ouvir-se por aí que se
deve recompensar o mérito e a competência, existindo mesmo quem ache que as
classificações do desempenho, na função pública, são o melhor método para
aquilatar da qualidade e empenhamento dos trabalhadores.
Do discurso à realidade vai um
caminho imenso, e entre o que se diz e o que se pratica vai uma distância tão
grande que qualquer semelhança é meramente fortuita.
Nas empresas a sucessão dos
lugares de poder é invariavelmente ocupada por alguém com um grau de parentesco
próximo, como acontece também no ensino superior, nos escritórios de advocacia,
e noutros sectores da nossa economia.
Como julgamos viver numa
Democracia, era de esperar que os nossos políticos fossem aqueles que nós
escolhemos directamente pelo voto, mas não é assim, pois os partidos é que
escolhem quem vai para o Parlamento e até para o Governo. Assim sendo nem os
políticos respondem directamente a quem os elege, o que distorce o conceito de
lealdade que deveria existir entre eleitos e eleitores.
As coisas podem ainda ser piores,
como se está a perceber, pois todos os órgãos de poder e da Administração
Pública podem ser invadidos por familiares e amigos dos governantes, que
naturalmente alegam que as nomeações são feitas pela competência dos
escolhidos, mas convenhamos que ninguém acredita nessa explicação, como é cada
vez mais evidente.
1 comentário:
Boa malha!
Abraço
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