Surpreendentemente, ou talvez
não, a notícia de que o “governo, patrões e UGT de acordo nas alterações à lei laboral” e a outra segundo a qual “Portugal tem o gás mais caro da UE e o preço da luz é o segundo mais alto”, não foram dadas em sequência em nenhum
telejornal das nossas televisões, mas sim com algumas notícias diversas de
permeio.
Pode parecer que as duas notícias
não estão relacionadas, mas pode não ser mesmo assim.
O patronato nacional estica cada
vez mais a corda, acenando com o possível aumento do desemprego, dizendo que as
empresas não suportam salários mais altos nem as empresas podem admitir mais
funcionários nos seus quadros. O custo do trabalho vem sempre à baila, como se
só estes tivessem influência nos custos globais das empresas.
Se juntarmos as duas notícias
vemos que é evidente que a energia é um custo a ter em conta, e que neste campo
os empresários portugueses estão em desvantagem clara com os concorrentes
europeus, ao contrário dos custos salariais, que não alinham pelos valores mais
altos, mas sim pelos mais baixos.
Outra informação que torna isto
mais evidente, prende-se com o preço dos combustíveis rodoviários, que também
estão entre os mais altos, em termos de paridade do poder de compra, sabendo-se
que muitas das nossas exportações (e importações) dependem do transporte
rodoviário.