quarta-feira, maio 23, 2018

BEIRA - MOÇAMBIQUE 1965 (Cont.)


O desembarque inglês foi suspenso por Harold Wilson, para evitar um embate entre aliados de séculos pois ficou claro que Salazar não iria retroceder.
A frota inglesa voltou para águas internacionais e começou um bloqueio naval ao tráfego marítimo com destino à Beira, sendo apenas permitido que passassem os navios de mercadorias com mercadorias de e para Moçambique, Todos os navios com mercadorias para a Rodésia eram impedidos de entrar no porto da Beira.

Portugal decidiu reforçar a forças terrestres e aéreas na zona, com mais militares e aviões mais modernos (Fiat G91 e F84), bem como peças de artilharia, que equilibravam as duas forças, a inglesa e a portuguesa.

Por esses dias um petroleiro denominado Iona V, de cerca de 12.000 toneladas, carregado de crude para uma refinaria da Rodésia, chegou próximo das águas territoriais portuguesas ao largo do porto da Beira.

O plano inglês era de paralisar a Rodésia por falta de combustíveis, mas Salazar decidiu contrariar os ingleses, não permitindo a interdição de acesso ao porto da Beira.

Uma fragata e um draga-minas que estavam fundeados na Beira, receberam ordens para zarpar e ir buscar o petroleiro bloqueado pela armada inglesa. Os navios partiram e foram colocar-se um de cada lado do petroleiro, de modo a que se os ingleses quisessem impedir o navio de rumar à Beira, teriam de disparar sobre os vasos de guerra portugueses.

As ordens emanadas de Londres foram para não se abrir fogo, e o petroleiro grego foi então o primeiro a furar o bloqueio imposto pelos ingleses. Harold Wilson percebeu que Salazar jamais permitiria este embargo, e mandou retirar a sua força naval.



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