sábado, dezembro 31, 2016
NÃO ERA PARA SER ISTO, MAS...
Estava a preparar-me para fazer um balanço do ano de 2016 e coloquei um CD do Mário Mata a tocar e, deixei de ter vontade de o fazer. Para não deixar o dia em branco deixo-vos duas músicas do Mário, que vem sempre a propósito...
quinta-feira, dezembro 29, 2016
SÓ PODEM ESTAR A GOZAR
Este governo tem estado a
descarrilar nestes últimos meses, e a discussão do ordenado mínimo nacional e o
acordo conseguido, foi apenas o sinal mais visível do desvio do caminho mais
consensual com os parceiros que o apoiam no Parlamento.
Quando há que escolher entre a
posição dos trabalhadores e dos patrões o PS vacila, e quase sempre toma o
partido do patronato. Nos próximos tempos veremos quais serão as alterações
recentes às leis laborais que o executivo estará disposto a anular.
Outra frente que já está na
calha prende-se com o aumento dos dias de férias, para os níveis anteriores à
troika, e já se viu Vieira da Silva a “patinar”. Agora veio “a novidade” da
possível taxação de parte do subsídio de alimentação dos funcionários públicos
em 2017, o que a ser verdade será mais um tiro no pé. A indefinição do feriado
de Carnaval também mostra um recuo assinalável…
O PS pode estar a pensar numa
possível maioria num processo eleitoral a médio prazo, mas o encosto às
posições dos partidos de direita não lhe vai ser favorável, disso podemos todos
ter a certeza.
segunda-feira, dezembro 26, 2016
SÃO SEMPRE OS OUTROS…
Por acaso assisti aos telejornais
da hora do almoço de dia 26 de Dezembro, e uma das notícias em destaque era a
tolerância de ponto dada aos funcionários públicos, e o mesmo já tinha
acontecido com o noticiário da rádio, que também não passou ao lado da notícia.
Na parte da manhã pretendia fazer
uns pagamentos e, na minha pausa, fui ao multibanco e reparei que o banco
estava fechado, e por acaso era um banco que nos custou a todos uma pipa de
massa, mas os outros em redor também estavam fechados. Ao almoço fiquei
surpreendido por encontrar os restaurantes quase todos encerrados, sendo que
alguns só abrem dia 2 de Janeiro.
Já devem ter percebido que sou
funcionário público e que trabalhei no dia 26 de Dezembro, bem ao contrário de
todos aqueles que enchiam os centros comerciais, os passeios da zona de Belém,
os palácios de Sintra, os restaurantes da baixa lisboeta, da Ericeira e muitos
outros locais de que não vi imagens.
O reparo quanto às notícias não tem que ver com a
tolerância de ponto dada pelo governo, mas sim da sua má utilização que fazia
crer a muita gente que eram só os funcionários públicos que tinham tido esse
benefício, e nem todos como se percebe, ignorando que afinal muitos mais
tiveram direito a gozar este dia, para descansar, para estar com a família ou
simplesmente para dar um passeio…
sábado, dezembro 24, 2016
quinta-feira, dezembro 22, 2016
NOTÍCIAS DO PATRIMÓNIO
Sobre museus acho que li nos
jornais umas três notícias, todas sobre o Museu Nacional de Arte Antiga, e eram
sobre o trabalho de Sequeira, sobre a intenção de comprar um novo quadro com a
colaboração da sociedade civil e outra sobre a possível ampliação do museu em
direcção à Avenida 24 de Julho.
Falando de monumentos acho que as
últimas notícias salientavam os números excepcionais das entradas nos Jerónimos
e na Torre de Belém.
Quanto a palácios e já depois do
anúncio da finalização do Palácio da Ajuda, acho que só umas notas de rodapé
sobre o Tricentenário da edificação do Palácio de Mafra.
Fora da alçada do Ministério da
Cultura brilha a Parques de Sintra, que já coleciona distinções mundiais de
conservação, que vai mantendo níveis de público verdadeiramente grandes, que
vai restaurando as fachadas de Queluz, que continua a recuperar todos os outros
monumentos a seu cargo, e que vai anunciando espectáculos de Natal na Vila de
Sintra.
O balanço talvez seja injusto
para o sector público, mas na realidade não há nada de relevante para destacar,
porque não se está a cuidar do Património, e tudo o que se vai fazendo é no
sentido de manter as portas abertas, e viva o velho…
terça-feira, dezembro 20, 2016
O MUNDO QUE NOS RODEIA
O mundo que nos rodeia está cada
vez mais perigoso, não só pela fraca qualidade dos políticos que nos dirigem,
como pelos conflitos que existem em muitas zonas, e a falta de soluções para
diminuir as tensões que vão aumentando a cada dia que passa nas relações
internacionais.
Trump é apenas um dos mais
perigosos políticos, porque é o presidente dos EUA, mas existe também um Putin
que também é igualmente perigoso, com outro estilo. Noutras paragens como a
Síria, no Irão, na Serra Leoa, em Israel, na Palestina, na Turquia, e noutros
países, também existem conflitos com milhares de mortes, uns mais mediatizados,
outros nem por isso.
Mesmo em zonas que não têm em
curso conflitos armados temos problemas mais reais do que muitos pensam, como
na Polónia, na Itália, na Grã-Bretanha, ou Hungria, temos problemas políticos e
económicos que colocam em causa a economia e o equilíbrio geopolítico mundial.
Se quiserem juntar a tudo isto o
terrorismo que grassa um pouco por todo o lado, talvez tenhamos um retrato bem
negro do mundo em que vivemos.
domingo, dezembro 18, 2016
A MENTIRA DA TOLERÂNCIA DE NATAL
Se há coisa que não suporto é a
hipocrisia, e pouco me importa que estejamos perante um governo de direita ou
de esquerda, porque é o acto que me repugna e não qualquer outra coisa.
O que o primeiro-ministro disse
em declarações públicas sobre a decisão de dar tolerância de ponto a toda a
função pública, que a decisão se justificava porque “o Natal é um momento de
encontro das famílias, muita gente não trabalha no local onde tem as famílias,
por isso é natural que haja deslocações e optou-se por fazer a tolerância de
ponto dia 26”, não é verdadeiro para todos aqueles que trabalham aos sábados,
domingos e feriados, mesmo os que o fazem em serviços não essenciais, como os
Museus, Lojas do Cidadão e outros.
Sabe-se que o senhor António
Costa não conhece a realidade de toda a função pública, que os seus
conselheiros também não tiram os traseiros dos gabinetes, nem tão pouco vão
trabalhar nos dias 24 e 31, mas não é justo que se esqueçam dos que trabalham
nesses dias e que também gostariam de passar o Natal com as suas famílias, e
que sabem bem que não será por estar fechado um museu, ou uma Loja do Cidadão
que a vida de alguém sofre danos irremediáveis. Acrescente-se ainda que o dia
26, segunda-feira, já é dia de folga na maioria dos museus.
Governantes que estão tão longe
dos governados, e inclua-se aqui o senhor ministro da Cultura, que não abre a
boca, não merecem mais do que uma crítica que demonstre o meu desprezo.
sexta-feira, dezembro 16, 2016
VEM AÍ UM ANO EXCEPCIONAL…
O ano que corre não foi dos
melhores, ainda que segundo a comunicação social eu tenha visto o meu salário
aumentar porque sou funcionário público, e terei sido um grande felizardo.
Confesso que não dei por
melhorias e fazendo comparações com o ano de 2010 fiquei bem abaixo do que
então recebera, quer em termos brutos quer líquidos.
Agora voltei a ler que vou
receber em 2017 o mesmo que em 2010, ou até mais, porque me vão aumentar
substancialmente o subsídio de alimentação.
Não sou muito versado em contas,
mas mesmo considerando o “substancial aumento” de 25 cêntimos por dia
trabalhado a partir de Janeiro, não consigo ver como é que isso vai compensar o
aumento dos descontos para a ADSE, os aumentos de impostos entretanto verificados,
já para não falar no raio da inflação acumulada nestes anos.
Será que vale a pena festejar?
quarta-feira, dezembro 14, 2016
PALÁCIO DE MAFRA E A HIGIENE
Depois de algumas visitas a esta
obra majestosa e imponente, uma falta saltou-me à vista e deixou-me bastante
admirado, porque embora este palácio não tivesse sido muito utilizado pela
família real, recebeu-os por diversas ocasiões em visitas curtas, mas
devidamente documentadas.
A lacuna é a de casas de banho
dignas desse nome nos aposentos reais, com água corrente e sanitas fixas, que
nos séculos XIX e XX eram comuns noutras residências reais temporárias, como se
pode ver nos palácios de Sintra.
Sabemos que no século XVII era
generalizada a rejeição da água, tida como veículo contaminador do corpo,
portador de doenças e de várias moléstias e pestes, mas à toillete seca, ligada
ao enxugar e ao perfume, com a importância da roupa interior, segue-se nos anos
1740-1750, a água quente e depois fria que faz o regresso aos hábitos de
higiene, ainda que com distinções sociais, mas mais saudável.
Note-se que o Palácio de Mafra não tem, aparentemente
abastecimento de águas no andar nobre, mas em contrapartida existe um rede de
esgotos que desemboca em galerias onde circulava água vinda da zona do Jardim
do Cerco, que depois iriam desembocar em zonas mais baixas, pretensamente na
rectaguarda da Caixa Geral de Depósitos de Mafra, fronteira ao edifício.
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segunda-feira, dezembro 12, 2016
DISPARIDADES SALARIAIS EM PORTUGAL?
Ainda há poucos dias se discutia o salário do novo
presidente da Caixa Geral de Depósitos, que para muitos (eu incluído), é
simplesmente ofensivo para a maioria dos cidadãos portugueses que são afinal os
accionistas do banco, mas os senhores que apoiam o governo decidiram (mal)
manter o salário milionário prometido ao anterior titular.
Soube-se agora, oficialmente através de dados do Eurostat
referentes a 2014, que Portugal é dos países europeus com maior disparidade
salarial, não só entre os salários mais altos e os mais baixos, mas também
entre os mais altos e a média do país, onde surge mesmo em 1º lugar.
Os senhores políticos que nos governaram, os que hoje nos
governam, e os que os apoiam ou apoiaram, deviam neste momento apresentar
desculpas aos portugueses e manifestar estarem envergonhados com esta
realidade. O mesmo se aplica ao patronato reacionário e explorador que continua
a contestar um aumento do salário mínimo que o leve a níveis de dignidade
humana.
O problema não é a falta de dinheiro, como se percebe, mas
sim a sua má distribuição, e aqui temos o papel regulador do Estado, que afinal
não tem sido competente como ficou comprovado.
sábado, dezembro 10, 2016
VELHOS SÓ PARA GUIAR?
Não sei quem teve a ideia
peregrina de incluir no novo Plano Estratégico de Segurança Rodoviária (PENSE
2020) a medida de fazer com que a revalidação da carta dos condutores com 65
anos ou mais, esteja dependente de fazer uma formação obrigatória.
Por que carga de água é que estes
iluminados pensam que um individuo só porque atingiu os 65 anos deixou de estar
desactualizado no que respeita aos conhecimentos de condução, ou não reúne
condições mentais para a condução?
Este governo presta-se para
aumentar a idade de reforma, e esta já se situa acima dos 66 anos, e que me
conste não pensou em tornar obrigatória a formação dos funcionários com 65
anos, nem sequer pensou em aliviar a sua carga horária, o tipo de trabalho que
desenvolvem, e muito menos faz questão em fazer avaliações médicas (medicina no
trabalho), para saber as condições em que estão os seus próprios funcionários.
Será que a avaliação médica
obrigatória dos condutores com 50 e mais anos não é suficiente para determinar
as capacidades do condutor? Que tipo de formação será indispensável para que um
condutor de 65 anos fique mais capacitado para andar nas estradas? Por que é
que para conduzir uma viatura seja exigível mais do que para desempenhar um
qualquer ofício? Pessoas com mais de 65 anos podem e devem trabalhar, mas
talvez não estejam capazes para o acto de conduzir um veículo motorizado?
A pergunta mais interessante que
hoje ouvi, foi se Marcelo Rebelo de Sousa estará capaz para desempenhar o cargo
ou se necessitará de alguma formação obrigatória…
sexta-feira, dezembro 09, 2016
A TECNOLOGIA É LIXADA
Enquanto uns se deliciam com as
novas tecnologias, e com as facilidades que elas nos proporcionam, outros
tremem de cada vez que se anuncia uma nova descoberta, ou um novo uso para as
tecnologias mais recentes.
O recente anuncio da Amazon que
pretende avançar com loja sem filas nem caixas, é o mais perfeito exemplo do
que digo: delicia quem diz não ter tempo a perder, horroriza quem trabalha em
supermercados.
As novas tecnologias podem
facilitar-nos a vida mas também contribuem para um aumento do desemprego, e
isso já devia estar a ser equacionado pelos diferentes governos deste planeta,
porque existe uma potencial ameaça ao sistema de segurança social que tanto
prezamos na Europa.
A tecnologia continuará a
evoluir, e ela é (quase sempre) benéfica para a humanidade, mas na verdade é
alterado um factor de equilíbrio da sociedade actual, que é o baixo desemprego.
Chegados aqui é necessário reequacionar a natureza dos nossos impostos,
pensados para fazer uma redistribuição da riqueza a partir dos rendimentos do
trabalho.
Não existem muitas opções para
garantir uma redistribuição mais justa da riqueza, com estes avanços constantes
da tecnolologia, e o patronato não vai gostar de nenhuma, porque terá que se
taxar as máquinas, ou o que elas produzem, diminuir os horários de trabalho, e
aumentar os salários, a menos que se desejem grandes assimetrias e constantes
conflitos sociais.
terça-feira, dezembro 06, 2016
UMA MÁ IMPRESSÃO DE SINTRA
Fui ao centro de Sintra num dia
de comemoração do aniversário da minha esposa e, apesar de conhecer muito bem a
Vila, onde trabalhei durante muitos anos, fiquei espantado com as mudanças
acontecidas nestes últimos dois anos.
Comecei por ficar mal
impressionado com o trânsito, porque entrar ou sair de Sintra via S. Pedro é
uma trapalhada e está tudo mal assinalado, mas disseram-me que depois de nada
se fazer durante os últimos anos, agora em vésperas de eleições autárquicas a autarquia
acordou.
O número de turistas nesta época
do ano parece ser maior, e sobretudo deixou de estar exclusivamente dependente
do afluxo de espanhóis, que embora sejam muitos já não são os únicos.
Curiosamente o turismo em grupo continua a existir, mas os que se deslocam de
carro ou em transportes públicos são cada vez mais, o que nos traz mais gente
jovem e gente com maior poder de compra.
O restaurante escolhido,
excelente diga-se já, fica perto da estação de comboios e depois de algumas
voltas, lá encontrei um lugar pago para estacionar. Tinha notado que junto à
estação havia alguma aglomeração de pessoas, que não me parecia normal. Não
era, de facto, e eram indivíduos jovens na sua maioria, que abordavam
agressivamente os turistas para alugar bicicletas, e carros de todos os tipos,
bem como as sempre presentes tuk-tuk.
Acho que a venda de serviços
devia ser regulada, porque é extremamente aborrecido ser quase assaltado por
quem “vende” serviços na via pública. Sei que isto existe em Itália e noutras
paragens turísticas por esse mundo fora, mas posso discordar deste tipo de
abordagem, e não serei o único.
domingo, dezembro 04, 2016
O GOVERNO E A COMPETÊNCIA
A nomeação da nova gestão da Caixa Geral de Depósitos, não foi só uma monumental trapalhada, de que todos os meios de comunicação social fizeram eco, mas também um sinal de esperança para todos os trabalhadores que ainda acreditam que a Justiça prevalecerá.
Parece estranho que se faça um paralelo entre um gestor como Paulo Macedo e um qualquer trabalhador, mas se o executivo de António Costa acha que a competência do gestor que escolheu merece um altíssimo salário, então também é lícito pensar que o mesmo é válido para todos os trabalhadores, dos mais variados ofícios, que o fazem de um modo competente.
Será que isto é como acreditar no Pai Natal?Então não vamos todos receber salários competitivos relativamente aos dos países com os quais competimos neste mundo globalizado?
sexta-feira, dezembro 02, 2016
QUE PAROLICE…
Temos assistido a diversas
demissões por se desvendar que havia diversas habilitações falsas de pessoas
ligadas ao poder, e isso tem sido “um pratinho” para a comunicação social, e
para a oposição, apesar de não serem factos únicos, ou até pouco comuns na
nossa sociedade.
Em Portugal tem-se tido como dado
por certo que um qualquer licenciado estar imediatamente capacitado para
desempenhar qualquer cargo, independentemente da afinidade entre a licenciatura
e o cargo ocupado.
A tolice imensa chegou ao ponto
de um engenheiro ser considerado apto para o ministério da saúde, um médico ser
considerado ideal para a educação ou um diplomata ser uma boa escolha para a
Cultura.
Trabalho num serviço onde um
terço dos “doutores” não o é, e onde pessoas da mesma
categoria profissional têm horários diferentes, com o conhecimento dos
superiores, que acabam por discriminar os próprios funcionários, sem admitirem
nunca situações de favorecimento.
Isto é o Portugal parolo no seu pior!
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