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domingo, junho 16, 2019

NINGUÉM FICA DE FORA


Os nossos governantes vivem literalmente num mundo à parte, muito distante da realidade vivida pela maioria dos trabalhadores portugueses.

A Secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho, proferiu esta frase verdadeiramente delirante: “com as rendas acessíveis, ninguém fica de fora para ter habitação digna”.

Um simples T2 em Lisboa custa em média, e bem por baixo, pelo menos 1.200 euros mensais, o que exige que um casal ganhe, em conjunto, pelo menos 3.000 euros para ter condições para aceder (já em sobrecarga) ao tal arrendamento acessível. As contas para um solteiro e um T0 são ainda mais desfavoráveis pois só que aufira uns 1.500 € mensais é que poderá ter alguma sorte.

Não tenho dados estatísticos actualizados, mas não estarei muito longe da verdade se disser que mais de metade dos trabalhadores portugueses aufere um salário mensal inferior a 1.200 euros, o que indica que mais de metade dos portugueses ficaria de fora do tal tipo de arrendamento, ao contrário do que pretende a senhora Secretária de Estado.

Esta é apenas mais uma prova do divórcio existente entre governantes e governados, se é que alguém ainda não tinha reparado…



segunda-feira, setembro 24, 2018

CONTRA A CENSURA

Pode parecer estranho mas o Cara de Livro bloqueou-me por causa dum artigo do El País que falava da exposição de Robert Marpplethorpe em Serralves, e dos acontecimentos que a rodearam. Fiquei sem saber se foi por no título constar a palavra "sadomasoquistas", referindo-se a algumas imagens, ou se foi pela imagem que acompanha o artigo, que francamente não sei se chocam alguém.

Abomino a censura e por isso denuncio-a como me é possível.

Nota: Siga este link se o desejar, e verá o artigo a que me refiro.

segunda-feira, novembro 13, 2017

PÚBLICOS E PATRIMÓNIO



Aproveitando a visibilidade dada pelo caso do jantar no Panteão Nacional, penso que convém assinalar que o Património não tem apenas que ser dignificado, até porque existem outras vertentes a que é necessário dar a devida atenção se queremos cuidar verdadeiramente do Património.

É sabido que a conservação dos museus, palácios e monumentos necessita de investimento, que é insuficiente como se sabe, e que a sua preservação depende de todos nós, porque é insubstituível.

O investimento depende de todos, através dos impostos e das receitas arrecadadas com bilheteiras e lojas, pelo que dependem não só de políticas mas também de visitas aos museus.

A preservação dos edifícios e das colecções dependem não só de quem cuida do Património, mas também de quem o visita, que por vezes não se comporta devidamente, por ignorância, ou por falta de civismo.

Muitos de nós pensamos que o público que visita museus e monumentos se comporta devidamente, e isso é válido em boa parte dos visitantes, mas infelizmente ainda há muita gente que não se sabe comportar devidamente, e os períodos da gratuitidade (domingos e feriados pela manhã) são um verdadeiro pesadelo para quem lá trabalha, ainda que não seja apenas nesses períodos que os maus comportamentos se verifiquem.

Um jantar no Panteão pode ser mais inofensivo do que um qualquer visitante com  uma conduta reprovável.



segunda-feira, julho 10, 2017

A IGNORÂNCIA

As verdadeiras conquistas, as únicas de que nunca nos arrependemos, são aquelas que fazemos contra a ignorância.

Napoleão Bonaparte


terça-feira, maio 02, 2017

DIVÓRCIO COM A REALIDADE

Em conversa com responsáveis da Cultura pude constatar que são muitos os que desconhecem o que se passa em serviços da sua área de trabalho, que deviam conhecer em profundidade.

O assunto era a greve dos funcionários de vigilância dos museus, e fiquei a saber que um director de museu, e um responsável na área contabilística, desconheciam os montantes dos salários dos funcionários que estavam em greve, e não sabiam que eles não recebiam nem um avo mais, pelo trabalho feito aos sábados e domingos.

Tudo isto pode parecer caricato e surreal, mas garanto-vos que é verdade. Também é verdade que um responsável por um museu, nas vésperas dum feriado, se dirigiu aos vigilantes desejando-lhes uma “boa ponte”, quando eles nem podiam ter direito a passar o feriado com a família, quanto mais ter uma ponte.


Para se perceber bem o divórcio entre as chefias e os subordinados, nem vou recorrer a um exemplo nacional, mas cito o caso da Tate Gallery, onde a instituição (ou alguns dos responsáveis), pediu donativo aos funcionários para oferecer um veleiro ao director. É preciso ter muita lata, ou estar muito alheio à realidade.

Tate Modern

quinta-feira, fevereiro 02, 2017

FOMENTAR A INVEJA

Em Portugal tem sido muito frequente ver pessoas e certos interesses a fomentar a divisão dos portugueses, apelando aos sentimentos mais baixos como o da inveja. Não é difícil alimentar invejas especialmente quando a economia nos proporciona vidas menos desafogadas.

O processo mais fácil é o de empolar diferenças entre grupos de pessoas, dizendo que existem diferenças que podem ser consideradas discriminatórias, como se Portugal fosse um país onde todos temos os mesmos direitos e as mesmas obrigações. É também curioso que os instigadores destes sentimentos de inveja sejam claramente de direita e convictamente liberais, e não comunistas ferrenhos como seria de esperar.

A tentativa mais clara de divisão de cidadãos é obviamente entre funcionários públicos e funcionários do sector privado, e um dos seus instigadores é Miguel Sousa Tavares, saberá ele por que motivos, mas não está sozinho porque a política e o oportunismo dão sempre uma ajuda.


Quando alguém comentou que para um funcionário usufruir da ADSE tem que descontar 3,5% do vencimento bruto e que para se aposentar tem que ter 66 anos e 3 meses e uma carreira contributiva de 40 anos, a menos que queira sofrer as penalizações legais (iguais para todos), as respostas foram uma demonstração de ignorância a toda a prova.

Também gostava de registar que dois dos que demonstraram não saber do que falavam, nem suspeitando que estavam a ser instrumentalizados, eram num caso um bancário e noutro um antigo funcionário da PT, ambos com bastantes anos de serviço, que se esqueceram dos benefícios que as suas entidades empregadoras também tinham regimes diferentes, até que os fundos de pensões foram absorvidos pelo Estado e passaram a ficar dependentes da Segurança Social.


Eu ganho menos que o meu superior hierárquico, e não tenho direito a viatura e muito menos a motorista, mas em vez de o invejar, tenho que lutar por uma carreira melhor e mais valorizada, sabendo que em última instância terei que fazer greve, descontando esses dias no meu salário, ficando na lista negra das chefias, mas a vida é mesmo assim: quem se conforma acaba por ficar para trás, pois é!


domingo, dezembro 18, 2016

A MENTIRA DA TOLERÂNCIA DE NATAL

Se há coisa que não suporto é a hipocrisia, e pouco me importa que estejamos perante um governo de direita ou de esquerda, porque é o acto que me repugna e não qualquer outra coisa.

O que o primeiro-ministro disse em declarações públicas sobre a decisão de dar tolerância de ponto a toda a função pública, que a decisão se justificava porque “o Natal é um momento de encontro das famílias, muita gente não trabalha no local onde tem as famílias, por isso é natural que haja deslocações e optou-se por fazer a tolerância de ponto dia 26”, não é verdadeiro para todos aqueles que trabalham aos sábados, domingos e feriados, mesmo os que o fazem em serviços não essenciais, como os Museus, Lojas do Cidadão e outros.

Sabe-se que o senhor António Costa não conhece a realidade de toda a função pública, que os seus conselheiros também não tiram os traseiros dos gabinetes, nem tão pouco vão trabalhar nos dias 24 e 31, mas não é justo que se esqueçam dos que trabalham nesses dias e que também gostariam de passar o Natal com as suas famílias, e que sabem bem que não será por estar fechado um museu, ou uma Loja do Cidadão que a vida de alguém sofre danos irremediáveis. Acrescente-se ainda que o dia 26, segunda-feira, já é dia de folga na maioria dos museus.


Governantes que estão tão longe dos governados, e inclua-se aqui o senhor ministro da Cultura, que não abre a boca, não merecem mais do que uma crítica que demonstre o meu desprezo. 


domingo, abril 10, 2016

IGNORÂNCIA



Frases célebres
 
"Ignorância e arrogância são duas irmãs inseparáveis, com um só corpo e alma."

"A ignorância está sempre pronta a admirar-se a si própria."


PS - Paris é uma cidade onde se pode ter acesso a muitos equipamentos culturais de excelente qualidade, desde museus, a teatros ou monumentos, mas não sei se haverá disposição para um tolo se cultivar...

domingo, dezembro 07, 2014

PASSOS BARALHOU DEFINIÇÕES



Não me admiro com a falta de rigor de Passos Coelho ao definir (mal) o que é socialismo, dizendo que socialismo é todos pagarem para “beneficiar alguns”, porque quem não consegue perceber que os mais desfavorecidos ficaram sem esperanças de melhorar as suas vidas, e que a estes se juntaram muitos mais, quer devido ao desemprego, quer pela diminuição dos rendimentos do trabalho, então não percebe mesmo nada.

Talvez seja uma boa oportunidade para recordar ao 1º ministro que a social-democracia propunha, ainda há poucos anos, a nacionalização selectiva das principais indústrias nacionais, também queria promover programas sociais financiados pelos impostos e a regulação dos mercados, e que nas sociedades mais desenvolvidas do norte da Europa, nunca recusaram a designação de socialistas.

É claro para qualquer pessoa que Passos Coelho nunca foi um social-democrata, que nunca se preocupou em implementar políticas social-democratas, muito pelo contrário, o que quer dizer que a sua candidatura por um partido que se diz social-democrata, é um perfeito embuste. Não se trata de nenhuma questão de semântica, é apenas uma constatação dos factos.



sábado, outubro 04, 2014

PRECONCEITO E PRIORIDADES



Regra geral os homens são responsabilizados pela descriminação das mulheres no plano laboral, o que para mim é um tiro ao lado, porque não se trata dum preconceito sexista que está em causa mas sim algo muito diverso.

Estava eu a ler um jornal espanhol quando deparei com uma notícia que dá algumas pistas que podem mudar esta visão muito limitada da descriminação das mulheres nas empresas. Uma responsável pelos empresários, sim uma mulher, não hesitou em declarar que preferia contratar uma mulher com mais de 45 anos em vez de uma com menos de 25 anos para evitar “o problema” de poder ficar grávida.

A nossa sociedade foi capturada pelas teorias economicistas, e o lucro a qualquer custo não admite que a realização pessoal, o bem-estar e a segurança no emprego são factores que motivam e que contribuem para o aumento da produtividade. A visão dominante só se preocupa com números e com o lucro e nada mesmo com os aspectos sociais, e isso nada tem que ver com opções sexistas.


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