quinta-feira, fevereiro 02, 2017

FOMENTAR A INVEJA

Em Portugal tem sido muito frequente ver pessoas e certos interesses a fomentar a divisão dos portugueses, apelando aos sentimentos mais baixos como o da inveja. Não é difícil alimentar invejas especialmente quando a economia nos proporciona vidas menos desafogadas.

O processo mais fácil é o de empolar diferenças entre grupos de pessoas, dizendo que existem diferenças que podem ser consideradas discriminatórias, como se Portugal fosse um país onde todos temos os mesmos direitos e as mesmas obrigações. É também curioso que os instigadores destes sentimentos de inveja sejam claramente de direita e convictamente liberais, e não comunistas ferrenhos como seria de esperar.

A tentativa mais clara de divisão de cidadãos é obviamente entre funcionários públicos e funcionários do sector privado, e um dos seus instigadores é Miguel Sousa Tavares, saberá ele por que motivos, mas não está sozinho porque a política e o oportunismo dão sempre uma ajuda.


Quando alguém comentou que para um funcionário usufruir da ADSE tem que descontar 3,5% do vencimento bruto e que para se aposentar tem que ter 66 anos e 3 meses e uma carreira contributiva de 40 anos, a menos que queira sofrer as penalizações legais (iguais para todos), as respostas foram uma demonstração de ignorância a toda a prova.

Também gostava de registar que dois dos que demonstraram não saber do que falavam, nem suspeitando que estavam a ser instrumentalizados, eram num caso um bancário e noutro um antigo funcionário da PT, ambos com bastantes anos de serviço, que se esqueceram dos benefícios que as suas entidades empregadoras também tinham regimes diferentes, até que os fundos de pensões foram absorvidos pelo Estado e passaram a ficar dependentes da Segurança Social.


Eu ganho menos que o meu superior hierárquico, e não tenho direito a viatura e muito menos a motorista, mas em vez de o invejar, tenho que lutar por uma carreira melhor e mais valorizada, sabendo que em última instância terei que fazer greve, descontando esses dias no meu salário, ficando na lista negra das chefias, mas a vida é mesmo assim: quem se conforma acaba por ficar para trás, pois é!


2 comentários:

Anónimo disse...

Gajos como o tipo da UGT fazem os possíveis por dividir quem trabalha ao serviço dos patrões, e esse era assalariado do Salgado como deve saber...
Joca

Pata Negra disse...

quando a malta se divide, ou quando dividem a malta, ou quando a malta olha sempre para a galinha da vizinha, ou quando a gente se convence que melhora com o mal dos outros, ou quando os outros não fazem nada e a gente é que faz tudo, ou quando nivelamos por baixo, ou quando somos estúpidos e cegos, quem reina são os mesmos de sempre.

um abraço povinho