Quando se discute a autenticidade das pinturas que serão expostas numa exposição do Museu Nacional de Arte Antiga, o que é perfeitamente aceitável, existem muitas coisas que passam ao lado dos historiadores, que também não são autênticas, e que não lhes merecem a devida atenção.
Todos os que conhecem bem os palácios reais sabem que o que é mostrado ao público não são os espaços exactamente como estavam no tempo dos Reis (e viveram lá bastantes), mas sim um ambiente o mais idêntico possível a um determinado período da história relacionada com o palácio.
No Palácio Nacional da Ajuda as coisas foram mais ou menos consensuais, e fáceis de conseguir, e no Palácio Nacional da Pena também se conseguiu criar uma exposição aproximada, mas nos outros palácios as coisas foram mais difíceis e pouco consensuais.
Imaginem a dificuldade em decorar o Palácio Nacional de Mafra, onde apenas o D. João VI viveu durante cerca de um ano, tendo os outros Reis passado lá em muito poucas ocasiões, ou no Palácio da Vila de Sintra que foi usado ao longo de muitos séculos como residência de Verão e como sala de visitas para altos dignitários estrangeiros, e compreenderão como as decorações são muito discutíveis.
Para exemplificar o que digo deixo-vos umas aguarelas de Enrique Casanova, de espaços que já não existem como estão representados e uma fotografia duma cama que nem sequer está em exposição, que estava nuns aposentos que nem sequer são hoje visitáveis.
Vamos mesmo discutir a autenticidade de tudo?
Cama do Quarto da rainha D. Maria Pia
Quarto de D. Luís
Quarto Toilette
Sala do Despacho
1 comentário:
Ainda me lembro de visitar os aposentos da rainha que eram muito interessantes e com lareiras em todas as salinhas.
Bjo da Sílvia
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