Depois de algumas visitas a esta
obra majestosa e imponente, uma falta saltou-me à vista e deixou-me bastante
admirado, porque embora este palácio não tivesse sido muito utilizado pela
família real, recebeu-os por diversas ocasiões em visitas curtas, mas
devidamente documentadas.
A lacuna é a de casas de banho
dignas desse nome nos aposentos reais, com água corrente e sanitas fixas, que
nos séculos XIX e XX eram comuns noutras residências reais temporárias, como se
pode ver nos palácios de Sintra.
Sabemos que no século XVII era
generalizada a rejeição da água, tida como veículo contaminador do corpo,
portador de doenças e de várias moléstias e pestes, mas à toillete seca, ligada
ao enxugar e ao perfume, com a importância da roupa interior, segue-se nos anos
1740-1750, a água quente e depois fria que faz o regresso aos hábitos de
higiene, ainda que com distinções sociais, mas mais saudável.
Note-se que o Palácio de Mafra não tem, aparentemente
abastecimento de águas no andar nobre, mas em contrapartida existe um rede de
esgotos que desemboca em galerias onde circulava água vinda da zona do Jardim
do Cerco, que depois iriam desembocar em zonas mais baixas, pretensamente na
rectaguarda da Caixa Geral de Depósitos de Mafra, fronteira ao edifício.
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