Sou leitor intermitente de Pacheco Pereira no Abrupto, e não pude deixar de ler o artigo “ Diário da crise no PSD escrito em rongorongo (31)”, onde o militante do PSD critica as posições do Presidente Cavaco Silva e do presidente do seu próprio partido, Marques Mendes, sobre o caso da directora do Museu Nacional de Arte Antiga.
Confesso que me surpreendeu um pouco a sua posição, ainda que do ponto de vista formal esteja correcta. O autor do Abrupto critica o apoio dado tanto por Marques Mendes como por Cavaco Silva, por este caucionar um acto inadmissível numa funcionária pública no exercício das suas funções, terminando por afirmar que o assunto “é uma questão de Estado”.
Claro que a sua opinião é legítima, como qualquer outra, e que tem fundamento legal, mas mesmo assim algo estranha para quem o conhece como livre pensador e como um político que mesmo sendo militante dum partido, nunca se eximiu de manifestar a sua opinião, muitas vezes discordantes, em relação a diversas matérias apresentadas pelo PSD.
O que me confunde ainda mais, é que fiquei com a sensação de que PP desconhece os antecedentes desta embrulhada toda e o que realmente está em causa. O modelo de gestão actual dos museus, palácios e monumentos tem sido motivo de contestação, cá dentro e lá fora, e o nosso é dos poucos, para não dizer o único, porque não conheço a maioria dos países que entraram recentemente para a UE, em que nem os museus e monumentos com maior projecção e geradores de maiores receitas, têm alguma autonomia de gestão.
O centralismo de todas as decisões de gestão num só instituto, é um erro crasso e origina a quase paralisia dos serviços que tutela. Claro que há quem conviva bem com a situação, é mais cómodo, dá menos trabalho e não responsabiliza quem está dependente da tutela, mas isso não são virtudes do sistema, muito pelo contrário.
A discussão foi relançada já há algum tempo por Dalila Rodrigues e até vieram ao nosso país individualidades estrangeiras que falaram sobre outros tipos de gestão possíveis e até já testados, mas nem o Ministério da Cultura, nem alguns directores de museus gostaram muito das ideias nem sequer foi aberta uma discussão alargada sobre o assunto, pois já estava em marcha uma nova lei orgânica que mantinha o status quo vigente.
Pacheco Pereira condena a atitude da directora do Museu de Arte Antiga por enfrentar a tutela com a sua opinião, baseando-se na quebra do dever de lealdade, eu questiono-me se dessa atitude de Dalila Rodrigues, a tutela não tira nenhum ensinamento útil para revitalizar os museus, dando-lhes maior visibilidade, porque cá estaremos para ver se com a gestão centralizada, alguém consegue dar a volta ao marasmo em que vivemos.
Confesso que me surpreendeu um pouco a sua posição, ainda que do ponto de vista formal esteja correcta. O autor do Abrupto critica o apoio dado tanto por Marques Mendes como por Cavaco Silva, por este caucionar um acto inadmissível numa funcionária pública no exercício das suas funções, terminando por afirmar que o assunto “é uma questão de Estado”.
Claro que a sua opinião é legítima, como qualquer outra, e que tem fundamento legal, mas mesmo assim algo estranha para quem o conhece como livre pensador e como um político que mesmo sendo militante dum partido, nunca se eximiu de manifestar a sua opinião, muitas vezes discordantes, em relação a diversas matérias apresentadas pelo PSD.
O que me confunde ainda mais, é que fiquei com a sensação de que PP desconhece os antecedentes desta embrulhada toda e o que realmente está em causa. O modelo de gestão actual dos museus, palácios e monumentos tem sido motivo de contestação, cá dentro e lá fora, e o nosso é dos poucos, para não dizer o único, porque não conheço a maioria dos países que entraram recentemente para a UE, em que nem os museus e monumentos com maior projecção e geradores de maiores receitas, têm alguma autonomia de gestão.
O centralismo de todas as decisões de gestão num só instituto, é um erro crasso e origina a quase paralisia dos serviços que tutela. Claro que há quem conviva bem com a situação, é mais cómodo, dá menos trabalho e não responsabiliza quem está dependente da tutela, mas isso não são virtudes do sistema, muito pelo contrário.
A discussão foi relançada já há algum tempo por Dalila Rodrigues e até vieram ao nosso país individualidades estrangeiras que falaram sobre outros tipos de gestão possíveis e até já testados, mas nem o Ministério da Cultura, nem alguns directores de museus gostaram muito das ideias nem sequer foi aberta uma discussão alargada sobre o assunto, pois já estava em marcha uma nova lei orgânica que mantinha o status quo vigente.
Pacheco Pereira condena a atitude da directora do Museu de Arte Antiga por enfrentar a tutela com a sua opinião, baseando-se na quebra do dever de lealdade, eu questiono-me se dessa atitude de Dalila Rodrigues, a tutela não tira nenhum ensinamento útil para revitalizar os museus, dando-lhes maior visibilidade, porque cá estaremos para ver se com a gestão centralizada, alguém consegue dar a volta ao marasmo em que vivemos.
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