Fez a casualidade, que um incêndio viesse a alterar os meus afazeres de ontem. Por acaso estava na zona Sintra ao final da manhã, quando se verificou um incêndio que acabou por tomar grandes proporções ao final da hora de almoço, mantendo-me retido no local por efeito de terem sido bloqueadas diversas estradas da zona. Estragado o dia por não me poder deslocar aos sítios que tinha programado, resolvi ficar junto das autoridades que comandavam o transito, pois sempre era o local onde se ouviam as últimas novidades, quer através dos rádios quer por parte de alguns cidadãos da zona que iam comentando os acontecimentos, contactando furiosamente amigos e familiares através dos telemóveis.
Pode parecer que o drama do fogo não me tocava, o que não é verdade, mas a curiosidade era mais forte e as informações e comentários eram também muito interessantes, pelo que não arredei pé do local.
Fiquei a saber que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa tem uma casa na zona onde o fogo lavrava, e que, pelo menos alguns bombeiros foram enviados com urgência para o local, de prevenção. Vila qualquer coisa, penso que Catarina, segundo a voz roufenha saída dos rádios. Também ouvi de diversos populares, referências a diversas casas de mais de uma dezena de políticos, situadas em zonas limítrofes da área que entretanto ía ardendo, desde o PS até ao PSD e até ao CDS. Fiquei espantado com a quantidade de ilustres que escolheram Sintra como segunda residência, porque parece que não residem por lá todo o ano, isto de acordo com o que ouvi.
O comentário mais caricato que ouvi, foi sobre os bonés da protecção civil, pois parece que foram solicitados alguns, para adornar algumas cabeças talvez menos habituadas a eventos desta natureza, e que não estavam suficientes no teatro de operações. A chegada das televisões também foi anunciada com a devida antecedência, bem como a das individualidades que se juntavam na zona de comando das operações.
Já à noite, em frente à televisão pude descortinar os tais bonés, as individualidades e toda aquela organização, que me deu a sensação de ser bastante desorganizada, que acabou por circunscrever o sinistro. Ouvi também os elogios rasgados e a referência à colaboração do senhor presidente da Câmara de Lisboa, que tinha sido o primeiro a ficar sem a água da sua piscina, que até tinha sido utilizada no combate ao fogo.
Meus amigos, afinal não perdi grande parte do dia como disse, pelo contrário, constatei que por vezes só estando mesmo nos locais por onde circula a informação, não filtrada, é que se sabem coisas que os órgãos de comunicação não apanham nem reproduzem.
Pode parecer que o drama do fogo não me tocava, o que não é verdade, mas a curiosidade era mais forte e as informações e comentários eram também muito interessantes, pelo que não arredei pé do local.
Fiquei a saber que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa tem uma casa na zona onde o fogo lavrava, e que, pelo menos alguns bombeiros foram enviados com urgência para o local, de prevenção. Vila qualquer coisa, penso que Catarina, segundo a voz roufenha saída dos rádios. Também ouvi de diversos populares, referências a diversas casas de mais de uma dezena de políticos, situadas em zonas limítrofes da área que entretanto ía ardendo, desde o PS até ao PSD e até ao CDS. Fiquei espantado com a quantidade de ilustres que escolheram Sintra como segunda residência, porque parece que não residem por lá todo o ano, isto de acordo com o que ouvi.
O comentário mais caricato que ouvi, foi sobre os bonés da protecção civil, pois parece que foram solicitados alguns, para adornar algumas cabeças talvez menos habituadas a eventos desta natureza, e que não estavam suficientes no teatro de operações. A chegada das televisões também foi anunciada com a devida antecedência, bem como a das individualidades que se juntavam na zona de comando das operações.
Já à noite, em frente à televisão pude descortinar os tais bonés, as individualidades e toda aquela organização, que me deu a sensação de ser bastante desorganizada, que acabou por circunscrever o sinistro. Ouvi também os elogios rasgados e a referência à colaboração do senhor presidente da Câmara de Lisboa, que tinha sido o primeiro a ficar sem a água da sua piscina, que até tinha sido utilizada no combate ao fogo.
Meus amigos, afinal não perdi grande parte do dia como disse, pelo contrário, constatei que por vezes só estando mesmo nos locais por onde circula a informação, não filtrada, é que se sabem coisas que os órgãos de comunicação não apanham nem reproduzem.
Nota do autor: O Zé não percebe nada de fogos, nem de tácticas de combate aos mesmos, como é evidente, pelo que se limitou a ir registando o que ouvia ao seu redor, que é o que pode relatar aqui.
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FOTO - NÚ
12 comentários:
Vivo numa zona todos os anos martirizada pelos fogos! Tenho fobia aos fogos! Há 30 anos que o país anda a arder e a classe política limita-se a medidas, declarações e estatísticas que ofendem um povo cada vez mais impotente e indefeso!
António Costa e companhia? Não tenho pena, mesmo que uma casa lhes ardesse ainda ficariam com outras e dinheiro para comprar outras tantas!
Não sei se foi coincidência, mais uma, mas ouvi dizer que até os Sapadores Bombeiro de Lisboa por lá estiveram...
Abraço do Zé
O António Costa não tinha outro remédio. Sei que há uma norma legal que prevê que, em caso de perigo, se possa ir buscar água a pontos particulares.
Interessante mesmo era saber-se porque raio qualquer dia mais solarengo é incêndio pela certa...
O país já está a arder há muito e ninguém parece preocupar-se.
Aqui e ali vão ateando fogo real e do outro, havendo sempre quem não se queime (nesse fogo cruzado) e se governe desgovernando...
Um abração para si, compadre Zé!
Protesto, protesto, protesto, preponho já o abaixo-assinado, então tiram a água à piscina do homem, ainda por cima não existiam chapéus para todos, que país este, que país este...
Continuamos a viver num país de mordomias. Esta mentalidade mesquinha de "veneração" ao sr. doutor e de compadrio continua a hipotecar o nosso futuro como nação moderna e verdadeiramente europeia.
Infelizmente pelo que se vê no dia-a-dia o status-quo está para durar.
Abraço do Corcunda.
Pelo que vi na TV foi um arraial. O que mais me tocou foi o contributo do Costa, a água da sua modesta piscina! Espero que o Seara mande um tanque encher a dita com a máxima urgência, que amanhã é sábado... eheheh.
Fui
É o que se chama estar em cima do acontecimento ;-)
Tadinho do COsta que vai ter que encher a banheira, digo a piscina, outra vez...
Abraços :-)
A SULISTA
Estou chocado! Com o calor que está hoje, como é que o senhor Presidente pode dar banho à minhoca, sem água na piscina? Já não há respeito?
Tal como diz o amigo Zé Lérias, o país está a arder há muito tempo e isto já não vai lá com água da piscina!
Aquele abraço infernal!
Caros amigos
Segundo um leitor atento, a piscina não é só do Dr. Costa, mas sim do condomínio. Não tenho meios de confirmar a notícia, mas aqui fica mais esta informação. Segundo a mesma fonte, hoje já apareceram algumas máquinas na zona circundante do tal condomínio, estando-se a fazer trabalhos de limpeza. Apetece dizer que não há como por as barbas de molho para se actuar, só não sei é quem vai pagar a limpeza.
Abraços do Zé
Zé, o que se passou em Sintra, visto pela televisão foi, além do fogo, uma feira de salamaleques.
E os reporteres, meu Deus! Ou seriam "pés de microfone"?
E os gritos ouvidos e repetidos, repetidos até à exaustão.
Hoje estou de má catadura
um abraço
A isto chamo eu reportagem in loco não filtrada!
Óptima tembém a imagem e fala do primeiro boneco.
Um abraço.
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