Sabe-se há dois dias que o facto de “discordar” publicamente do modelo de gestão dos museus, foi o motivo do afastamento de Dalila Rodrigues da direcção do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Pode parecer a alguns que isso seja justificação razoável para a decisão, até porque é um cargo de nomeação, mas continua por demonstrar que a gestão proposta não seja realmente de ponderar. Posto isto, e porque é reconhecido o seu bom desempenho enquanto directora dos museus Grão Vasco e de Arte Antiga, este afastamento é manifestamente incompreensível.
A programação dum grande museu nacional é comparável à programação de qualquer empresa, ao mesmo tempo complexa e dinâmica, e implica saber-se à partida com o que é que se conta, em termos de recursos financeiros e humanos, para se poder executar e assumir compromissos futuros. Quem conhece a realidade dos museus e dos monumentos nacionais, sabe que nestes serviços, sem qualquer autonomia administrativa e financeira, os meios humanos e financeiros estão sempre dependentes dos institutos que os tutelam, que os vão libertando à medida que assim o determinem, o que quase nunca coincide com o momento em que realmente são necessários.
Estou convencido que não é um problema de pessoas, mas sim uma opção centralista que afoga os serviços em dificuldades constantes não permitindo libertar energias para a melhoria dos serviços e da animação destes espaços. Os problemas da falta de vigilantes, para situar alguns mais distraídos, demorou anos a ser resolvido, e mesmo assim, só está acautelado até finais de Setembro. Há muitos outros, que até podem parecer ridículos mas que são muito reais, como a falta de tinteiros para impressoras, a falta de assistência de equipamento, computadores, impressoras e outro material essencial, por falta de verbas, etc… .
Como se pode responsabilizar os diversos directores de museu e avaliar o seu desempenho, se não se garantem condições para poderem programar a sua acção com orçamentos conhecidos de um ano para o outro? Ou será que o seu desempenho é tão meritório quanto menos ondas levante?
A programação dum grande museu nacional é comparável à programação de qualquer empresa, ao mesmo tempo complexa e dinâmica, e implica saber-se à partida com o que é que se conta, em termos de recursos financeiros e humanos, para se poder executar e assumir compromissos futuros. Quem conhece a realidade dos museus e dos monumentos nacionais, sabe que nestes serviços, sem qualquer autonomia administrativa e financeira, os meios humanos e financeiros estão sempre dependentes dos institutos que os tutelam, que os vão libertando à medida que assim o determinem, o que quase nunca coincide com o momento em que realmente são necessários.
Estou convencido que não é um problema de pessoas, mas sim uma opção centralista que afoga os serviços em dificuldades constantes não permitindo libertar energias para a melhoria dos serviços e da animação destes espaços. Os problemas da falta de vigilantes, para situar alguns mais distraídos, demorou anos a ser resolvido, e mesmo assim, só está acautelado até finais de Setembro. Há muitos outros, que até podem parecer ridículos mas que são muito reais, como a falta de tinteiros para impressoras, a falta de assistência de equipamento, computadores, impressoras e outro material essencial, por falta de verbas, etc… .
Como se pode responsabilizar os diversos directores de museu e avaliar o seu desempenho, se não se garantem condições para poderem programar a sua acção com orçamentos conhecidos de um ano para o outro? Ou será que o seu desempenho é tão meritório quanto menos ondas levante?
Nota do autor: Não conheço pessoalmente Dalila Rodrigues, mas visitei várias vezes o Museu Grão Vasco e o Museu Nacional de Arte Antiga, antes e depois da sua direcção, e as melhorias que por lá encontrei fazem-me pensar que o seu trabalho foi meritório e visível para quem acompanha regularmente a vida de espaços culturais.
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FOTOGRAFIA
6 comentários:
A Isabelinha e o Sansão estão um mimo...
Bjos
Agora é assim! Quem não concorda "vai fora". Virá o dia em que quem não concordar "vai dentro"…
De certeza que após esta substituição o museu vai ficar muitíssimo mais "ROSA", porque será?
Lembrei-me, ao ler o artigo, do que se dizia do significado do brasão da cidade de Lisboa: os corvos diziam - Se pias, embarcas.
Fui
Leiam o Vasco Pulido Valente hoje no "Público".
Meu caro zé povinho
Já comentei em algures que o que mais importa hoje em dia, não é o fazer bem,mas sim ser da cor.Isto no que respeita a lugares de nomeação.Por outro lado o nomeado,como não sabe fazer,também não sabe mandar fazer,e quem se atreve a contestá-lo ou dar sugestões vai fora.Isto passa-se a nível geral,sendo que os bons profissionais deixam de o ser,e os bufos e incompetentes têm um bom lugar ao sol,razão porque este país está em igualdade (por enquanto) com os países de Leste.
Na minha área profissional(saúde),o caos e a anarquia instalados, estão a fazer estragos de tal ordem,que as populações ainda não sentiram verdadeiramente na pele aquilo que aí vem.
Ser assistido numa ambulãncia do INEM, ás escuras por causa dos mirones e à porta de um hospital,não é nada comparativamente com episódios bem mais graves que se passam nos bastidores...
Cala-te boca!!!
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