Ariane é um navio.
Tem mastros, velas e bandeira à proa,
E chegou num dia branco, frio,
A este rio Tejo de Lisboa.
Carregado de Sonho, fundeou
Dentro da claridade destas grades...
Cisne de todos, que se foi, voltou
Só para os olhos de quem tem saudades...
Foram duas fragatas ver quem era
Um tal milagre assim: era um navio
Que se balança ali à minha espera
Entre as gaivotas que se dão no rio.
Mas eu é que não pude ainda por meus passos
Sair desta prisão em corpo inteiro,
E levantar âncora, e cair nos braços
De Ariane, o veleiro.
MIGUEL TORGA Prisão do Aljube - Lisboa, 1 Janeiro de 1940
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LABORATÓRIOS DUPLICAM PREÇO DOS MEDICAMENTOS
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FOTOGRAFIA
8 comentários:
Comprei hoje a Visão com o Cântico do Homem de modo que também eu hoje vou ter o Homem Torga à cabeceira
Zé Povinho
O nosso TORGA sempre foi um homem corajoso, firme nas suas ideias e irredutível na sua forma de estar na vida.Antes quebrar que torcer!
Também tenho umas coisas para pôr no blog sobre esse grande homem e grande poeta que considero íntegro e vertical, como poucos.Um exemplo que devemos seguir e passar o testemunho às gerações futuras, para que a memória não se apague.
Eu também comprei hoje a Visão sobretudo,pelo Torga.
Daqui do meu Alentejo envio ao Zé
Um abraço do tamanho do mundo
O Torga nos dias de hoje o que escreveria sobre o rectângulo?
Os medicamentos, a Saúde e o mercado livre não merecem umas palavrinhas do responsável das doenças em Portugal...
Fui
Excelente escolha, nos dias de hoje é preciso lembrar tudo o que temos de bom.
Caros amigos
Já percebi que a Visão hoje teve mais clientes do que é habitual, epor um bom motivo - Torga.
Vale a pena ler ou reler.
Abraços do Zé
Torga é Totga, estarátudo dito, e foi im transmontano de boa cepa.
Das imagens, gostei particularmente do penteado daquela ave da qual desconheço o nome.
um abraço.
Torga na maior, assim é que está bem! Nunca são demais as homenagens.
Ah... a ave, lá tenho de descobrir quem fez aquele penteado. Terá sido o Beauté?
Os cartoons ...ahahahahahah
Um abraço
Também não me esqueci do centenário dele. Fiz-lhe uma singela homenagem lá na minha Torre.
Abraço.
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