domingo, novembro 19, 2017
CULTURA - PALAVRAS DA SEMANA
quinta-feira, maio 04, 2017
quinta-feira, março 10, 2016
O PODER E A BARAFUNDA CULTURAL
quinta-feira, outubro 22, 2015
A CENSURA E BOCAGE
sábado, junho 28, 2014
OS NOSSOS MUSEUS E A SOCIEDADE CIVIL
terça-feira, setembro 15, 2009
O ZÉ ESMIÚÇA A POLÍTICA
A minha estima pelos políticos portugueses da actualidade é reconhecidamente baixa e isso não é novidade para quem me conhece.
Tenho razões muito minhas para desconfiar dos discursos políticos, e naturalmente dos seus protagonistas. Hoje foi anunciada, mais uma vez, uma medida no mínimo discutível que se pretende implementar nas escolas portuguesas, que é a de se pretenderem dar aulas com as portas e janelas abertas. Olhei de soslaio para a janela e verifiquei que soprava um ventinho que arrastava umas nuvens bastante cinzentas. Estamos à beira do mês de Outubro, se é que alguém deu por isso!
Outra curiosidade foi a menção de “independência económica” e da alusão ao passado referindo o isolamento económico. Não falo do TGV e da antipatia de uma senhora para com os nossos vizinhos espanhóis, mas de economia e de agricultura. Estamos isolados, ou quase, na economia e na agricultura, onde somos (quase) os piores e os mais dependentes.
Considerando apenas esta duas esmiuçadelas, fiquei certo de que os nossos estudantes vão ficar todos engripados com este “planeamento”, com a gripe normal ou com a temida gripe A, tal a validade das medidas anunciadas. Também fiquei a saber que ainda penso “à antiga”, por que acho que estamos demasiado dependentes, a nível alimentar, do exterior, e que os preços dos bens alimentares, com a concentração em grandes grupos de distribuição alimentar, estão à mercê destes grupos que ditam as regras deste mercado.
Será que isto interessa aos nossos políticos? Perguntem-lhes, e logo verá!
sexta-feira, agosto 31, 2007
A CRÍTICA DE PACHECO PEREIRA
Confesso que me surpreendeu um pouco a sua posição, ainda que do ponto de vista formal esteja correcta. O autor do Abrupto critica o apoio dado tanto por Marques Mendes como por Cavaco Silva, por este caucionar um acto inadmissível numa funcionária pública no exercício das suas funções, terminando por afirmar que o assunto “é uma questão de Estado”.
Claro que a sua opinião é legítima, como qualquer outra, e que tem fundamento legal, mas mesmo assim algo estranha para quem o conhece como livre pensador e como um político que mesmo sendo militante dum partido, nunca se eximiu de manifestar a sua opinião, muitas vezes discordantes, em relação a diversas matérias apresentadas pelo PSD.
O que me confunde ainda mais, é que fiquei com a sensação de que PP desconhece os antecedentes desta embrulhada toda e o que realmente está em causa. O modelo de gestão actual dos museus, palácios e monumentos tem sido motivo de contestação, cá dentro e lá fora, e o nosso é dos poucos, para não dizer o único, porque não conheço a maioria dos países que entraram recentemente para a UE, em que nem os museus e monumentos com maior projecção e geradores de maiores receitas, têm alguma autonomia de gestão.
O centralismo de todas as decisões de gestão num só instituto, é um erro crasso e origina a quase paralisia dos serviços que tutela. Claro que há quem conviva bem com a situação, é mais cómodo, dá menos trabalho e não responsabiliza quem está dependente da tutela, mas isso não são virtudes do sistema, muito pelo contrário.
A discussão foi relançada já há algum tempo por Dalila Rodrigues e até vieram ao nosso país individualidades estrangeiras que falaram sobre outros tipos de gestão possíveis e até já testados, mas nem o Ministério da Cultura, nem alguns directores de museus gostaram muito das ideias nem sequer foi aberta uma discussão alargada sobre o assunto, pois já estava em marcha uma nova lei orgânica que mantinha o status quo vigente.
Pacheco Pereira condena a atitude da directora do Museu de Arte Antiga por enfrentar a tutela com a sua opinião, baseando-se na quebra do dever de lealdade, eu questiono-me se dessa atitude de Dalila Rodrigues, a tutela não tira nenhum ensinamento útil para revitalizar os museus, dando-lhes maior visibilidade, porque cá estaremos para ver se com a gestão centralizada, alguém consegue dar a volta ao marasmo em que vivemos.
sábado, agosto 04, 2007
AINDA A CULTURA
No primeiro, pude constatar que o autor considera que “o simples facto de a directora contestar o modelo de gestão apontado pelo governo” é determinante para ditar a sua demissão ou a não renovação da comissão de serviço. Mais à frente salienta ainda que “o modelo que ela tanto criticou na praça pública” é o mesmo que lhe permitiu fazer “o trabalho que agora alguns elogiam”.
Pois bem, discordo das nomeações políticas que reduzem a avaliação do mérito apenas à obediência e não ao trabalho desenvolvido. Quanto ao tipo de gestão em vigor nos museus e nos monumentos, estão por provar as suas virtualidades bastando para tal visitá-los com assiduidade e reparar nas suas carências, deficiências e estado de conservação, para não ir mais longe.
O segundo leitor, alude à possibilidade de ser uma preferência minha, pessoal, já que o nome apontado é igualmente competente e o seu trabalho é patente no Museu do Azulejo. Também alude ao meu desconhecimento sobre a verdadeira autonomia de gestão dos directores de museu.
Quanto ao director nomeado não me vou pronunciar, porque não tenho por costume reduzir a minha opinião sobre os assuntos que comento, a pessoas, muito menos quando não as conheço pessoalmente, o que é o caso. Quanto ao Museu do Azulejo, que conheço muito bem, devo dizer-lhe que já conheceu melhores dias e maior dinâmica, facto que não atribuo à competência, ou falta dela, do director actual. Sobre a autonomia dos directores de museus, posso aconselhar este leitor a ler o Diário da República e consultar os diplomas referentes ao IMC, que foi o que eu fiz.