Está na ordem do dia falar-se de
censura e de liberdade de expressão, o que nunca é demais, mas este é um
problema antigo, que afecta os espíritos livres de qualquer povo.
Um poeta muito conhecido, mas não
muito divulgado, talvez por se ter atrevido a ousadia de se comparar a Camões,
foi também ele censurado.
“Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co'o sacrílego gigante.
Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo.
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.”
Censurado e desprezado por uma
sociedade que frequentemente criticava, escreveu poesia satírica, em que se
nota o seu desprezo por uma sociedade em que se não revia.
"Casou-se um bonzo da China
Com uma mulher feiticeira
Nasceram três filhos gêmeos
Um burro, um frade e uma freira."
Com a devida vénia
3 comentários:
https://a.disquscdn.com/uploads/mediaembed/images/2698/228/original.jpg
Boa partilha
A coisa não é fácil
Abraço
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=4853485
Enviar um comentário