Todos se recordarão do discurso dos partidos que suportam o governo, atacando com todas as suas forças a oposição que dizia ser imperiosos renegociar o acordo com a troika, por ser impraticável satisfazer os prazos de reembolso, e por ter condições que conduziam à recessão, sem qualquer contrapartida para o relançamento da economia.
A oposição era irresponsável, não pretendia pagar a ajuda, e outras coisas ainda mais absurdas. Em menos de seis meses o discurso mudou, e mudou muito.
Agora temos o próprio Passos Coelho a admitir “ajustamentos” do programa com a troika já em Novembro. É curioso que o motivo invocado seja a dívida e o financiamento das empresas públicas, poucos dias depois de ser anunciado que essas dívidas passavam a ser dívida pública.
Não admira pois que o Bloco de Esquerda venha agora dizer que este “ajustamento” seja em benefício único da banca. Os pagantes das dívidas, das empresas públicas e de toda a “ajuda” da troika, são os contribuintes, mas as ajudas meus caros, não vão para os mais necessitados nem para os que mais contribuem para o pagamento das dívidas.