Eu tenho uma teoria sobre os discursos dos políticos que me vem sempre à mente, de cada vez que algum aproveita uma ocasião para nos dirigir umas palavras.
Primeiro comecemos pelos que escrevem o discurso, que não são os mesmos que o lêem, o que explica o facto de se ouvirem ideias que não “encaixam” nas práticas do “leitor”.
Outra característica importante é circunstancial, e depende de diversas situações com sejam, se os discursos são feitos enquanto se está na oposição, no governo ou numa situação superior, de analista ou quem sabe, presidente.
Assim se percebe o discurso de Cavaco Silva, disse que “acabaram os tempos de ilusões”, que Portugal vive “tempos muito difíceis” e que “perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado. Acomodámo-nos em excesso”.
É simplesmente curioso ouvir o actual chefe de Estado, antigo dirigente máximo do PSD e ex-primeiro ministro vir dizer que a situação que atravessamos é uma “oportunidade” para deixarmos de viver acima das nossas possibilidades, de redescobrir a “austeridade digna”, de poupar em “gastos desmesurados”, e até de consumir produtos portugueses e de fazer turismo no país.
É formidável a capacidade que certas pessoas têm de esquecer o passado e de actuarem como se ele não tivesse acontecido, talvez tanto como é doloroso ter memória e estômago fraco para aguentar este tipo de discursos.
4 comentários:
Ás vezes penso que os politicos sofrem todos de um sindrome parecido com o Alzheimer. Um abraço
o senhor Presidente falou. Hoje, dia 5 de Outubro, data da independência de Portugal, Cavaco Silva esteve bem como porta-voz do governo. Enquanto o senhor PR discursava o povo podia bater palmas.
Palavras de b... não chegam aos meus ouvidos.
Lol
AnarKa
Caro Zé,
por vezes apetece-me desligar a ficha da tomada. Não ver noticiários, não ouvir rádio, não conversar com as pessoas, não ler notícias na internet. Deixar-me ficar sossegado até que tudo isto estoure e nessa altura eu, e todos nós, percebamos que finalmente a hora chegou para tentar mudar isto.
Até lá... Cantemos, bebamos, dancemos e durmamos.
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