Fiquei admirado com o espanto de alguns quando deram pelo facto de que as subvenções vitalícias dos antigos políticos, afinal ficavam de fora do corte que vai afectar funcionários públicos e pensionistas, com vencimentos ou pensões superiores a 485 euros.
Depois da explicação curiosa de Passos Coelho ao dizer que os cortes nos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores do sector privado não resolveriam o problema do défice, só faltava mesmo ver poupados uns quantos senhores, velhinhos e sem meios de subsistência, como Mira Amaral, Santana Lopes, Armando Vara, ou Marques Mendes.
O senhor Mira Amaral, aquele que dizia que os salários dos portugueses tinham que baixar cerca de 30% para equilibrar a produtividade e os salários, vem agora recusar o seu esforço numa altura de “emergência nacional” dizendo que tecnicamente as subvenções não são pensões. Repare-se que o argumento serve também para acumular o recebimento da subvenção com outras actividades remuneradas, que vão ser completamente proibidas.
Eu admiro-me com a falta de vergonha destes senhores, e já agora de quem os poupa ao tal esforço de “emergência nacional”, quando soube em 2011, arranjar maneira de tributar os rendimentos do trabalho, mesmo de quem não aufere subsídio de Natal. É estranho que o senhor ministro tenha perdido a criatividade agora, ou que tenha propositadamente deixado estes senhores de fora.
NOTA: Já depois de ter escrito este post, mais precisamente quando o estava a colocar aqui, saiu uma notícia dizendo que Vítor Gaspar está determinado a encontrar uma solução para as subvenções. Cá estaremos para avaliar o que for decidido. Mira Amaral contudo, sai mal no assunto, porque se devia ter prontificado a contribuir antes de ser obrigado.
6 comentários:
é preciso compreender que existem 2 tipos de cidadãos, os cidadãos comuns e os cidadãos canalhas...
abraço
Fora do corte é indecente é... sem comentários :S
Tadinhos de nós camelos
O Gaspar sonecas nem tinha pensado no caso, e não fora a denúncia da opinião pública, nada teria feito . Ainda assim vamos lá a ver se as boas intenções manifestadas vão avançar, porque mesmo assim tenho muitas dúvidas.
Bjos da Sílvia
Será fado deste povo viver mansamente na miséria, na ignorância e explorado por muitos "iluminados", rodeados de mordomias,que não fazem ideia do que é viver com meia dúzia de centenas de euros?
Estou cada vez mais indignada!
Bem-hajas!
Abraço fraterno
Creio que já contei no Sexta o que fez um lavrador muito rico do Norte nos idos anos 30 à minha avó, que vivia na maior miséria com 11 filhos e achou a carteira do dito cujo com muito dinheiro e um ou dois cheques.
A minha avó foi entregar a carteira a sua casa e pediu à criada qa quem entregou a carteira para perguntar ao senhor se lhe podia dar um bocado de broa para matar a fome aos filhos.
Ele mandou-lhe uma corda para ela se enforcar, com o seguinte recado
"Quem tem filhos com fome, e acha uma carteira cheia de dinheiro, e vai entregá-la, não merece viver."
A partir daí e até morrer minha avó sempre disse que vergonha e honradez eram coisa exclusiva dos pobres.
Um abraço
Se tivessem vergonha nas trombas já teriam acabado alguns partidos por demissão de muitos responsáveis pela crise que atravessamos e já teríamos demissionárias muitas chefias do Estado e das empresas públicas, nomeadas por confiança política (amiguismo).
Lol
AnarKa
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