sábado, março 18, 2017
OS DEPUTADOS E A ÉTICA
quarta-feira, julho 13, 2016
domingo, abril 26, 2015
A FALTA DE RESPEITO PELAS LEIS
segunda-feira, março 24, 2014
ÉTICA NOS NEGÓCIOS
quinta-feira, setembro 27, 2012
QUE FALTA DE ÉTICA...
terça-feira, outubro 18, 2011
FALTA DE VERGONHA
Fiquei admirado com o espanto de alguns quando deram pelo facto de que as subvenções vitalícias dos antigos políticos, afinal ficavam de fora do corte que vai afectar funcionários públicos e pensionistas, com vencimentos ou pensões superiores a 485 euros.
Depois da explicação curiosa de Passos Coelho ao dizer que os cortes nos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores do sector privado não resolveriam o problema do défice, só faltava mesmo ver poupados uns quantos senhores, velhinhos e sem meios de subsistência, como Mira Amaral, Santana Lopes, Armando Vara, ou Marques Mendes.
O senhor Mira Amaral, aquele que dizia que os salários dos portugueses tinham que baixar cerca de 30% para equilibrar a produtividade e os salários, vem agora recusar o seu esforço numa altura de “emergência nacional” dizendo que tecnicamente as subvenções não são pensões. Repare-se que o argumento serve também para acumular o recebimento da subvenção com outras actividades remuneradas, que vão ser completamente proibidas.
Eu admiro-me com a falta de vergonha destes senhores, e já agora de quem os poupa ao tal esforço de “emergência nacional”, quando soube em 2011, arranjar maneira de tributar os rendimentos do trabalho, mesmo de quem não aufere subsídio de Natal. É estranho que o senhor ministro tenha perdido a criatividade agora, ou que tenha propositadamente deixado estes senhores de fora.
NOTA: Já depois de ter escrito este post, mais precisamente quando o estava a colocar aqui, saiu uma notícia dizendo que Vítor Gaspar está determinado a encontrar uma solução para as subvenções. Cá estaremos para avaliar o que for decidido. Mira Amaral contudo, sai mal no assunto, porque se devia ter prontificado a contribuir antes de ser obrigado.

quinta-feira, maio 26, 2011
O (MAU) CHEIRO DO DINHEIRO
Quando se fala de dinheiro não se fala de ética ou de moral, porque a cegueira do lucro não se compadece com estas coisas.
Não pretendo dizer que ter dinheiro é em si mesmo mau, mas quando o único objectivo de alguém é o dinheiro e nada mais conta, então os escrúpulos e a integridade são abandonados e vale tudo para se obter mais e mais dinheiro.
Os bancos são geridos por pessoas e por isso mesmo além da regulação dos mercados, que é pouca, apenas a consciência dos seus gestores os pode guiar e levar a ter ética e a saber recusar certos negócios ditos sujos.
Veio agora a público que mais de 160 instituições financeiras privadas e públicas, entre elas bancos europeus, continuam a investir em fabricantes de bombas de fragmentação, apesar da sua proibição.
Percebe-se cada vez melhor as reticências e a resistência à regulamentação e fiscalização da banca, que afinal nem é fiável nem se rege por princípios.

quinta-feira, janeiro 10, 2008
APRENDIZ DE MAQUIAVEL

Vou intencionalmente colocar de lado os três argumentos invocados, como a ampla maioria favorável, que é desde logo contraditória com a decisão. As implicações que o referendo teria nos outros Estados da União, como se Portugal não fosse um País independente. O terceiro em que afirma que não existe qualquer compromisso eleitoral de fazer o referendo já que o Tratado de Lisboa tem um conteúdo diferente do defunto Tratado Constitucional, que considero uma explicação ainda mais fantástica.
Fico-me pelas questões de ética, e aqui entra definitivamente o pensamento de Maquiavel no seu estado puro. Segundo Maquiavel a política deixa de ser pensada apenas no contexto da filosofia e constitui-se como um campo de estudo independente, com regras e dinâmicas livres de considerações privadas, morais, filosóficas ou religiosas. Com Maquiavel, a política identifica-se com o espaço do Poder, enquanto actividade na qual assenta a existência colectiva e que tem prioridade sobre as demais esferas da vida humana. Para Maquiavel, a política deve preocupar-se com as coisas como são, em toda a sua crueza, e não como deviam ser, com todo o moralismo que lhe é subjacente.
Talvez assim se entenda porque é que o seu nome virou sinónimo de uma prática política desprovida de moral e boa fé, ou procedimento astucioso e velhaco.
Normalmente sou pouco dado a reflexões filosóficas, mas ouvir José Sócrates falar de ética, que é a «disciplina filosófica que tem por objecto de estudo os julgamentos de valor na medida em que estes se relacionam com a distinção entre o bem e o mal», para justificar uma decisão política tomada sobre pressão, como ficou bem claro, veio-me à ideia o pensamento de Maquiavel, por sinal muito mal traduzido em argumentos.