quinta-feira, março 12, 2015
CEGUEIRA POLÍTICA
terça-feira, março 10, 2015
VANDALISMOS
sábado, janeiro 18, 2014
FANTOCHADA DISCIPLINADA
segunda-feira, janeiro 16, 2012
UM PORTUGAL MELHOR
Não é por acaso que nos países nórdicos a economia paralela é muito inferior à média da OCDE. Mencionei já questões de educação, inculcadas desde tenra idade e fortalecidas pelo exemplo, podia mencionar alguma influência religiosa, que muitos preferem ignorar, para explicar uma maior consciência do bem comum, mas isso é outro assunto.
Por cá, e pelos países do Sul da Europa, a economia paralela tem elevada expressão, e aumenta em situações de crise causando ainda maiores problemas sociais do que aqueles que os que a praticam pretendem solucionar.
É mais fácil atacar os funcionários públicos, dizendo que ganham muito, têm muitas regalias e não fazem nada. Os governantes até ajudam nesta matéria, porque isso divide o universo dos trabalhadores por conta de outrem, enfraquecendo todos os assalariados, e desvia as atenções dos erros de governação.
É também popular atacar um ou vários empresários que decidem mudar os domicílios fiscais das suas empresas para países menos sedentos de impostos. O que se evita é dizer que são muitos os trabalhadores que não descontam pela totalidade dos seus salários, e são coniventes com os seus patrões nessa “esperteza”.
As culpas são sempre dos outros, e os problemas reais e perfeitamente identificados ficam sempre por resolver.
Se os governantes não nos governam bem, podemos correr com eles. Se os impostos são demasiado altos, porque há muita gente a fugir das suas obrigações, vamos exigir mais fiscalização e menores taxas de imposto. Há muita coisa que pode ser feita com consciência cívica. Cada um de nós tem o seu papel na sociedade, mas só podemos exigir dos outros se nós próprios cumprirmos a nossa parte.
Este não é um discurso moralista, mas apenas um conjunto de ideias que nos podem ajudar a ter uma sociedade melhor e mais justa. A política nacional não prima pela ética, mas a sociedade no seu conjunto pode mudar as coisas, se cada um souber e quiser fazer a sua parte.

quinta-feira, maio 26, 2011
O (MAU) CHEIRO DO DINHEIRO
Quando se fala de dinheiro não se fala de ética ou de moral, porque a cegueira do lucro não se compadece com estas coisas.
Não pretendo dizer que ter dinheiro é em si mesmo mau, mas quando o único objectivo de alguém é o dinheiro e nada mais conta, então os escrúpulos e a integridade são abandonados e vale tudo para se obter mais e mais dinheiro.
Os bancos são geridos por pessoas e por isso mesmo além da regulação dos mercados, que é pouca, apenas a consciência dos seus gestores os pode guiar e levar a ter ética e a saber recusar certos negócios ditos sujos.
Veio agora a público que mais de 160 instituições financeiras privadas e públicas, entre elas bancos europeus, continuam a investir em fabricantes de bombas de fragmentação, apesar da sua proibição.
Percebe-se cada vez melhor as reticências e a resistência à regulamentação e fiscalização da banca, que afinal nem é fiável nem se rege por princípios.

sexta-feira, janeiro 09, 2009
A VISÃO CAPITALISTA
Porque todo o sistema capitalista foi ferido de morte, quer pela falta de moralidade, quer pela falta de consciência social, ou ainda pela incapacidade de se manter dentro da legalidade a que estava obrigado, houve que parar para reflectir. Há algum tempo que as instituições e os governos dos países ocidentais e dos países emergentes vêm procurando saídas para a crise económica actual e remédios eficazes para que algo semelhante não se possa repetir a prazo.
Os remédios para a crise têm sido muitos, ou melhor, muitos milhares de milhões de euros e dólares, o que não obsta a que o mercado esteja faminto de mais dinheiro e de mais confiança. As dívidas públicas dos motores da economia mundial, como eles gostavam de ser chamados, vão aumentar significativamente, e não há certezas quanto à vontade dos países emergentes, como a o Brasil, a Índia e outros em ficarem com essa dívida injectando muito capital que afinal também lhes faz falta.
"Devemos moralizar o capitalismo, não destruí-lo", "é preciso refundá-lo", afirmou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, ou "é óbvio que o tradicional sistema de bem-estar social não é capaz de fazer frente a este 'tsunami' económico", disse Blair, ressaltando "a importância de imprimir valores ao sistema financeiro para que ele deixe de se basear na simples especulação".
O capitalismo como o conhecemos falhou, não há volta a dar-lhe, e com estes senhores que o representam, e que fogem hoje das regras, temendo o seu excesso, que afinal são os mesmos que defenderam a ausência de regras no passado o que nos conduziu a esta crise, também não será possível reformular a economia criando maior justiça retributiva e mais consciência social. A pergunta foi feita e foi tema de debate, “Como se pode regular o capitalismo?”, e não se encontrou uma resposta credível nem consensual.