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quinta-feira, março 12, 2015

CEGUEIRA POLÍTICA



A demissão de Passos Coelho seria o desfecho lógico, mas só se ele fosse, de facto, alemão, e se estivéssemos na Alemanha. É evidente que o dito não é alemão, apesar das aparências, nem estamos na Alemanha.

Já sei que alguns podem dizer que um português consciencioso, sabendo que por ocupar um lugar de relevo como o de 1º ministro, também se sentiria obrigado a renunciar ao cargo por ter sido um mau exemplo para quem nele confiou.

Passos Coelho, pelo contrário, acha que depois das trapalhadas da Tecnoforma e da falta de pagamento durante anos das contribuições para a Segurança Social, “a autoridade do primeiro-ministro não é nem um bocadinho beliscada”, como se o cidadão Passos Coelho não fosse o mesmíssimo Passos Coelho 1º ministro.

A têmpera do cidadão, que por acaso até ocupa um lugar relevante no governo fica bem retratada na justificação usada para responder e justificar perguntas sobre o seu incumprimento nos pagamentos à Segurança Social: “Muitos trabalhadores tinham essa consciência e pagavam, e muitos outros não tinham”. 


terça-feira, março 10, 2015

VANDALISMOS



A notícia de que duas turistas norte-americanas teriam sido detidas após terem gravado com uma moeda os seus nomes no Coliseu de Roma, é apenas uma notícia que passaria despercebida a muitos, mas os comentários chamaram a atenção a diversas pessoas.

Os comentários cingiram-se à nacionalidade das jovens, para alguns teriam que ser loiras e até houve quem dissesse, sem graça nenhuma, que apenas acrescentaram mais umas siglas nas pedras.
É grave que não tenha visto nenhum comentário onde a preocupação com o Património fosse séria.

Por cá não é difícil encontrar gente que tira fotos com flash mesmo em frente de pinturas, que deita papéis para o chão, que entra com pastilhas elásticas que depois deita para o chão, as cola nas paredes, móveis ou no que estiver mais à mão, e não se iniba de mexer nas obras expostas, e ainda seja malcriada quando são advertidas.

É uma pena que não esteja prevista na lei qualquer penalização real, imediata e exemplar para quem tem comportamentos incorrectos em museus e monumentos. A impunidade nestes casos coloca em risco o Património que é de todos nós.


Vittore Carpaccio, Dream of St Ursula

sábado, janeiro 18, 2014

FANTOCHADA DISCIPLINADA

Sempre manifestei alguma apreensão quanto à possibilidade de me filiar em algum partido, por razões muito minhas, mas que se prendem com alguma aversão à disciplina partidária, que em muitos casos pode ser impeditiva quando se prende com questões de consciência.

A liberdade individual, segundo a minha consciência, não é passível de se subordinar a imposições de carácter partidário quando o que está em causa não são questões meramente políticas.

O caso do referendo sobre a coadopção é um dos casos onde a disciplina partidária acaba por ser castradora, não só por este ser um assunto de consciência mas também porque não passa de uma manobra de baixa política.

Quando penso que um partido político pode “obrigar” os seus membros a votar num sentido, independentemente da própria consciência de cada um, e sobretudo constato que é a juventude desse partido que entra com a proposta da natureza em causa, sinto-me furioso com a falta de valores que é cada vez mais notória na política partidária nacional.


Desculpem-me os que possam pensar que generalizo em demasia, mas “a falta de mundo” e de experiência da vida real de bastante gente do mundo da política, pode ser fatal para o nosso futuro. 

FOTOGRAFIA

Tempestade

Calma

segunda-feira, janeiro 16, 2012

UM PORTUGAL MELHOR

Já tenho aqui manifestado alguma admiração pelo “espírito nórdico”, onde a organização existe, a consciência cívica se manifesta, e onde as preocupações sociais são uma realidade. Não estou a falar em mundos perfeitos, mas em sociedades mais justas porque todos para isso contribuem segundo as suas obrigações.

Não é por acaso que nos países nórdicos a economia paralela é muito inferior à média da OCDE. Mencionei já questões de educação, inculcadas desde tenra idade e fortalecidas pelo exemplo, podia mencionar alguma influência religiosa, que muitos preferem ignorar, para explicar uma maior consciência do bem comum, mas isso é outro assunto.


Por cá, e pelos países do Sul da Europa, a economia paralela tem elevada expressão, e aumenta em situações de crise causando ainda maiores problemas sociais do que aqueles que os que a praticam pretendem solucionar.


É mais fácil atacar os funcionários públicos, dizendo que ganham muito, têm muitas regalias e não fazem nada. Os governantes até ajudam nesta matéria, porque isso divide o universo dos trabalhadores por conta de outrem, enfraquecendo todos os assalariados, e desvia as atenções dos erros de governação.


É também popular atacar um ou vários empresários que decidem mudar os domicílios fiscais das suas empresas para países menos sedentos de impostos. O que se evita é dizer que são muitos os trabalhadores que não descontam pela totalidade dos seus salários, e são coniventes com os seus patrões nessa “esperteza”.


As culpas são sempre dos outros, e os problemas reais e perfeitamente identificados ficam sempre por resolver.


Se os governantes não nos governam bem, podemos correr com eles. Se os impostos são demasiado altos, porque há muita gente a fugir das suas obrigações, vamos exigir mais fiscalização e menores taxas de imposto. Há muita coisa que pode ser feita com consciência cívica. Cada um de nós tem o seu papel na sociedade, mas só podemos exigir dos outros se nós próprios cumprirmos a nossa parte.


Este não é um discurso moralista, mas apenas um conjunto de ideias que nos podem ajudar a ter uma sociedade melhor e mais justa. A política nacional não prima pela ética, mas a sociedade no seu conjunto pode mudar as coisas, se cada um souber e quiser fazer a sua parte.



FOTOGRAFIA

CARTOON
Falência

quinta-feira, maio 26, 2011

O (MAU) CHEIRO DO DINHEIRO

Quando se fala de dinheiro não se fala de ética ou de moral, porque a cegueira do lucro não se compadece com estas coisas.

Não pretendo dizer que ter dinheiro é em si mesmo mau, mas quando o único objectivo de alguém é o dinheiro e nada mais conta, então os escrúpulos e a integridade são abandonados e vale tudo para se obter mais e mais dinheiro.

Os bancos são geridos por pessoas e por isso mesmo além da regulação dos mercados, que é pouca, apenas a consciência dos seus gestores os pode guiar e levar a ter ética e a saber recusar certos negócios ditos sujos.

Veio agora a público que mais de 160 instituições financeiras privadas e públicas, entre elas bancos europeus, continuam a investir em fabricantes de bombas de fragmentação, apesar da sua proibição.

Percebe-se cada vez melhor as reticências e a resistência à regulamentação e fiscalização da banca, que afinal nem é fiável nem se rege por princípios.



FOTOGRAFIA
By Palaciano

CARTOON

sexta-feira, janeiro 09, 2009

A VISÃO CAPITALISTA

Porque todo o sistema capitalista foi ferido de morte, quer pela falta de moralidade, quer pela falta de consciência social, ou ainda pela incapacidade de se manter dentro da legalidade a que estava obrigado, houve que parar para reflectir. Há algum tempo que as instituições e os governos dos países ocidentais e dos países emergentes vêm procurando saídas para a crise económica actual e remédios eficazes para que algo semelhante não se possa repetir a prazo.

Os remédios para a crise têm sido muitos, ou melhor, muitos milhares de milhões de euros e dólares, o que não obsta a que o mercado esteja faminto de mais dinheiro e de mais confiança. As dívidas públicas dos motores da economia mundial, como eles gostavam de ser chamados, vão aumentar significativamente, e não há certezas quanto à vontade dos países emergentes, como a o Brasil, a Índia e outros em ficarem com essa dívida injectando muito capital que afinal também lhes faz falta.

"Devemos moralizar o capitalismo, não destruí-lo", "é preciso refundá-lo", afirmou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, ou "é óbvio que o tradicional sistema de bem-estar social não é capaz de fazer frente a este 'tsunami' económico", disse Blair, ressaltando "a importância de imprimir valores ao sistema financeiro para que ele deixe de se basear na simples especulação".

O capitalismo como o conhecemos falhou, não há volta a dar-lhe, e com estes senhores que o representam, e que fogem hoje das regras, temendo o seu excesso, que afinal são os mesmos que defenderam a ausência de regras no passado o que nos conduziu a esta crise, também não será possível reformular a economia criando maior justiça retributiva e mais consciência social. A pergunta foi feita e foi tema de debate, “Como se pode regular o capitalismo?”, e não se encontrou uma resposta credível nem consensual.



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CARTOON - VISÕES DA GUERRA
Hanung-kuncoro
Victor-Mihai
Rasool-Azargoon
Arif-Sutristanto