quarta-feira, maio 31, 2017

NOVAS DO MUSEU DOS COCHES

Ainda não tive oportunidade para o visitar depois da implementação da “nova” museologia, e pelos vistos existe mais uma razão para eu visitar aquele que eu chamei, ainda há pouco mais de um ano, a garagem refrigerada dos coches.

A partir de 1 de Junho vai ser disponibilizada no site do museu, uma App desenvolvida para Smartphones Androide e IOS, que permitirá a obtenção de informação exclusiva, em português e inglês, sobre as peças expostas, a sua história e imagens em 360º do interior das viaturas.


Não tenho ainda uma opinião formada sobre estas novidades, mas parece-me que se está a caminhar na direcção certa, mesmo que as novidades ainda possam vir (eventualmente) a merecer reparos.


segunda-feira, maio 29, 2017

PORTUGAL ESTÁ NA MODA?

Com a repetição constante da afirmação de que “Portugal está na moda”, os políticos tentam colher louros, de alguma acção feita no presente ou no passado, que verdadeiramente não tem nada que ver com o aumento da procura de Portugal como destino turístico.

Quem trabalha junto de turistas e com eles contacta, podendo ter uma ideia fundamentada sobre as suas impressões das visitas ao país, sabe bem que os turistas gostam do país pelas paisagens, pela simpatia das pessoas, pela gastronomia, pelo Património natural e construído, pela segurança, sem nunca ser sequer aludido qualquer factor de ordem política.

Portugal não está na moda, mas os portugueses com a sua simpatia, com a sua arte, com os seus saberes e com a sua maneira de estar na vida, aliados à beleza natural do país à beira mar plantado, conseguem atrair as preferências de quem viaja e sabe comparar o que cada país tem para oferecer.

A autenticidade dos portugueses é uma mais-valia a preservar, assim se saiba combater o lucro fácil, o turismo desregrado, os baixos salários e o despovoamento dos locais procurados pelo turismo.


Não matem a galinha dos ovos de ouro, a menos que queiram repetir os erros de outros destinos que ficaram saturados e estão em queda acentuada…


quinta-feira, maio 25, 2017

O ESTADO DA CULTURA OU A CULTURA DE ESTADO



A Cultura é, sem qualquer sombra de dúvida, o parente pobre de todos os governos em Portugal.


Os ansiados 1% do Orçamento de Estado nunca foi atingido, e nos últimos anos a fatia dedicada à Cultura tem minguado, afectando mesmo o funcionamento de museus, palácios e monumentos, que além de viverem num sufoco financeiro, viram o número de visitas aumentar enormemente.

Ouvir da boca do ministro da Cultura a admissão de apoio do Estado na realização do Festival da Eurovisão, é no mínimo caricato, porque o financiamento d televisão pública já é pago pelos portugueses, quer queiram, quer não, e pensar que ainda vai ser consignado mais dinheiro para um festival, causa uma fúria justificada.

O senhor ministro esqueceu-se de falar sobre o restauro dos carrilhões de Mafra, para os quais existiu verba consignada durante anos, por exemplo. Esqueceu-se também de sossegar os portugueses sobre a segurança, ou falta dela, devido ao mau estado dos carrilhões, que continuam apoiados em andaimes, porque a madeira que suporta os sinos está completamente podre.

Luís Filipe Castro Mendes deverá explicar-se sobre a Fundação Côa Parque, o seu estado e os problemas de segurança que ficaram bem evidentes com os actos de vandalismo recentes.

Que tal arranjar um tempinho para explicar as razões do descontentamento dos vigilantes de museu que já manifestaram o seu desagrado com uma greve e prometem não ficar por aqui.

Por último, pergunte-se ao senhor ministro se pensa que estão reunidas as condições mínimas de segurança para funcionários e visitantes nos museus que dependem da DGPC, e que formação foi ministrada nestes últimos 2 anos, no campo da segurança.


terça-feira, maio 23, 2017

A ILUSÃO DE SEGURANÇA

Quando vamos a recintos desportivos, a centros comerciais, a concertos musicais e a outras manifestações de qualquer ordem, em que se aglomeram centenas ou mesmo milhares de pessoas, confiamos que estamos seguros e que tudo correrá com a devida normalidade, mas as coisas podem não ser bem assim.

Nos últimos anos já tomámos conhecimento de diversas ocorrências fatais nestas manifestações que juntam multidões, quer por razões fortuitas (exemplo incêndios), quer por razões ligadas a terrorismo ou outras actividades criminosas.


O incidente no Manchester Arena veio recordar que a segurança é sempre relativa e que mesmo com condições de segurança apertada, casos destes podem acontecer, e que por isso todos os cuidados na implementação de medidas de segurança e a sua fiscalização, devem ser uma preocupação de todos.


sábado, maio 20, 2017

CURIOSIDADES

Há quem fale em semelhanças entre o Palácio de Mafra e o Escorial, mesmo sabendo-se que a construção portuguesa se inicia em 1717 e a espanhola em 1563, mas sendo ambas obras imponentes são na verdade bem distintos, como se pode constatar pelas imagens e pelas descrições sugeridas nos links colocados no texto.

Palácio Nacional de Mafra

San Lorenzo del Escorial Michel-Ange Houasse

Biblioteca de Mafra

Biblioteca do Escorial

quinta-feira, maio 18, 2017

DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS

O Dia Internacional dos Museus é apenas uma data em que se celebram os museus, com umas exposições, umas visitas "especiais, e sobretudo com as entradas grátis, mesmo que o dia calhe durante a semana, sendo por isso aproveitada sobretudo por estrangeiros, que por vezes não percebem como damos entradas grátis e nos queixamos de dificuldades financeiras.

Hoje deixo-vos uma fotografias de detalhes que estão visíveis no exterior de um museu da zona de Belém.

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terça-feira, maio 16, 2017

REGRESSO AO PASSADO?

Começo por declarar que não sou católico, não sou do Benfica e não um apreciador ferrenho do fado, ainda que goste do de Coimbra. No manifesto de interesses também devo declarar-me não nacionalista, embora orgulhoso de ser português.

Quando no mesmo dia vejo as atenções dos média saltar da visita a Fátima do Papa, para a victória do Benfica à tarde, e depois dar uma guinada; à noite, para o Festival da Eurovisão, fico apreensivo, porque as multidões saltam também de um acontecimento para outro, parecendo que não houve ninguém que ficasse alheio a, pelo menos um dos acontecimentos do dia.

Os três FFF do Estado Novo eram o Futebol, o Fado e Fátima, pela ordem que desse mais jeito a cada um. O povo revia-se em pelo menos uma das manifestações, bastava portanto dar o devido relevo a todas para manter o povo “anestesiado” relativamente às realidades da vida que a grande maioria dos portugueses tinha, com baixos salários, sem direitos e sem a oportunidade de manifestar a sua vontade livremente, escolhendo outros que não os candidatos impostos pelo regime.

Hoje é tudo mais subtil, mas os direitos estão ainda condicionados pela economia, os salários continuam a ser muito baixos relativamente ao espaço onde competimos, e politicamente até as escolhas estão cada vez mais condicionadas, porque temos que obedecer aos credores.


As televisões e as rádios, começando pelas que são do sector público, deram relevo aos três FFF no passado sábado, mas espero que haja sempre quem resista, alguém que pense pela sua cabeça, e alguém pretenda um Portugal melhor, para si e para os seus filhos… 


sábado, maio 13, 2017

SERVIÇO PÚBLICO E LAICIDADE

Nada tenho contra o Papa, ou contra o catolicismo em geral, mas tenho o direito de discordar com as direcções dos meios de comunicação social que beneficiam do estatuto de serviço público, que todos pagamos, e depois passam dias a fio a relatar ad nauseam todos os detalhes da visita do Papa e da canonização dos pastorinhos de Fátima.

Os portugueses não professam todos a fé católica, e estão no seu direito, não sendo por isso bem servidos pelo serviço público que se dedica totalmente a noticiar uma efeméride que apenas interessa aos seu seguidores. 

Onde está o senhor ministro da Cultura, que permite isto na RTP, onde pára a oposição na defesa da isenção e igualdade de tratamento dos diferentes credos, onde pára a autoridade para a comunicação social?

Não venham com aquela do botão de desligar a TV, porque todos pagamos para o tal serviço público, que nestes dois dias não existiu. Vão fazer um desconto nas taxas?


quarta-feira, maio 10, 2017

MINISTRO DA CULTURA ESPERA UM MILAGRE

Contrariando o espírito do Primeiro-Ministro e a atitude de todos os seus colegas do Governo, o ministro da Cultura determinou que os museus, palácios e monumentos, dependentes do seu ministério, deverão estar abertos no dia 12 de Maio, o que na prática significa que só os Assistentes Técnicos em funções de vigilância, deixem de ter direito a esta tolerância de ponto, excluindo naturalmente os serviços absolutamente essenciais, como sejam as forças de segurança e os serviços de urgência ligados ao sector da saúde, que como se percebe estão sempre de serviço devido à natureza do serviço que prestam.

A atitude do senhor ministro só pode ser encarada como um acto discriminatório para com estes trabalhadores, uma vez que a sua circular nem sequer invoca um motivo relevante, ficando-se pelas "razões de interesse público", que não foram naturalmente acompanhadas por nenhum dos seus colegas.

Errar é humano, mas não reconhecer o erro não dá boa imagem a um ministro da Cultura que consegue ser considerado o pior  ministro deste governo.


segunda-feira, maio 08, 2017

TIRO AO LADO, PLUMA CAPRICHOSA

Um artigo de Clara Ferreira Alves, no Expresso de domingo, chamou-me a atenção para o modo como alguns portugueses encaram os problemas que têm perante os serviços da administração pública.

Para começar devo dizer que a articulista agiu, e escreveu como um típico português com habilitações académicas e uma posição social até um pouco acima da média, e foi por isso que a li com mais atenção.

O seu contacto, pelos vistos traumático, com a conservatória do registo civil para obter um passaporte, que ela supôs erradamente que seria mais rápido porque a ministra da Modernização Administrativa disseram que ficaria mais simples por causa do Simplex, e afinal foi frustrantemente mais lento do que poderia imaginar.

Chegados a esta frustração, que atinge indistintamente funcionários públicos, e os não funcionários, temos que CFA decidiu lançar a suspeita de que haveria uma “hora de almoço da função pública”, bastante cedo, que entre os funcionários que estava a ver “ninguém se lembrou de simplexamente actualizar a lista do site do Estado” (desactualizado), que talvez els fossem responsáveis pelo “ar desleixado” (do piso), e pelo estado do WC, e até que “uma funcionária apanhava papéis com uma lenta deliberação, sem atender”, talvez estando a fazer cera.

Quando conseguiu entabular diálogo com uma funcionária, foi-lhe dito que os funcionários são poucos, que estão desmotivados, o que classificou como “o queixume do costume”, e conclui com “ e deste lado, a espera e a desorganização geral fazem com que os ameacemos e hostilizemos”.

A Pluma Caprichosa ignora muito simplesmente que existem responsáveis pelos procedimentos administrativos, chefias responsáveis pelos serviços e pela sua coordenação, e responsáveis políticos que deviam dar a todos os serviços condições, não só de meios físicos, mas também de meios humanos para um funcionamento de qualidade. Nada disto se cria apenas com um qualquer Simplex, anunciado com pompa e circunstância.


Clara Ferreira Alves apontou muito baixo, e inverteu a pirâmide de responsabilidades, talvez porque é mais fácil, está mais à mão e talvez lhe seja muito conveniente (isto penso eu, que também tenho o mesmo direito de opinar). 


sábado, maio 06, 2017

CONTRA A CORRENTE

Numa altura em que se discutem aumentos salariais, descongelamento de carreira e de escalões na função pública, talvez seja útil ter uma opinião, mesmo que seja bastante contra a corrente habitual.

As disparidades salariais em Portugal são enormes, para não dizer escandalosas, e quando falamos do descongelamento dos escalões e dos aumentos salariais, normalmente temos implícitas regras percentuais, e na prática isso significa que os que mais ganham terão também aumentos mais substanciais.

Quando se discutem aumentos na base percentual estamos a propor um aumento das disparidades salariais, o que não acho que seja justo na situação actual, porque se o custo de vida aumenta, os produtos essenciais aumentam, aumentam para todos de igual modo, e não em função do salário auferido.

Um governo das esquerdas, como este gosta de se autointitular, devia equacionar aumentos iguais para todos os seus trabalhadores, porque se 100 euros são suficientes para um assistente operacional, também são suficientes para os técnicos superiores, para os deputados e demais servidores públicos.


A Justiça não tem regras percentuais, meus amigos, e se advogam aumentos justos, então vamos a isso, na prática.   

quinta-feira, maio 04, 2017

terça-feira, maio 02, 2017

DIVÓRCIO COM A REALIDADE

Em conversa com responsáveis da Cultura pude constatar que são muitos os que desconhecem o que se passa em serviços da sua área de trabalho, que deviam conhecer em profundidade.

O assunto era a greve dos funcionários de vigilância dos museus, e fiquei a saber que um director de museu, e um responsável na área contabilística, desconheciam os montantes dos salários dos funcionários que estavam em greve, e não sabiam que eles não recebiam nem um avo mais, pelo trabalho feito aos sábados e domingos.

Tudo isto pode parecer caricato e surreal, mas garanto-vos que é verdade. Também é verdade que um responsável por um museu, nas vésperas dum feriado, se dirigiu aos vigilantes desejando-lhes uma “boa ponte”, quando eles nem podiam ter direito a passar o feriado com a família, quanto mais ter uma ponte.


Para se perceber bem o divórcio entre as chefias e os subordinados, nem vou recorrer a um exemplo nacional, mas cito o caso da Tate Gallery, onde a instituição (ou alguns dos responsáveis), pediu donativo aos funcionários para oferecer um veleiro ao director. É preciso ter muita lata, ou estar muito alheio à realidade.

Tate Modern