Já afirmei aqui por diversas vezes a minha dificuldade em entender os economistas e fiscalistas, especialmente quando eles tentam explicar a justiça de medidas de contenção, dos aumentos, ou até dos impostos. Para eles é tudo uma questão de números, percentagens e progressividade, completamente abstracta.
Hoje ouvi umas explicações disparatadas sobre a justeza das taxas moderadoras na saúde, que vão ser pagas por todos os que tenham um rendimento superior a 485 euros mensais. Para os governantes e para o economista que falava, trata-se de um acto de moralização no sistema, porque só haverá justiça se todos, a partir de um patamar, contribuírem.
Os mesmos economistas defendem aumentos salariais usando percentagens, e sempre acharam isso da mais elementar justiça. Sobre os impostos, em particular sobre o IVA, defendem-no com unhas e dentes, mesmo quando sobe como agora acontece, por ser universal, mesmo não sendo progressivo, mas porque tem taxas diferenciadas consoante o tipo de bens e serviços em causa.
Os senhores, e senhoras, economistas e fiscalistas nunca mencionam o ponto de partida da questão sobre a qual se pronunciam sobre a sua justiça, que é sempre o rendimento mensal de cada um. A realidade fica para além da abstracção matemática, mas bastava colocar números no papel para facilmente provar que os cursos que tiraram, ou caíram no esquecimento, ou então terão sido tirados em alguma universidade manhosa. Não me esqueci da possibilidade de estarem a fazer um favor aos interesses que lhes pagam, porque isso podia ofender a sua dignidade pessoal, e ainda apanhava com algum processo!
Por último deixo aqui um conselho grátis para essas sumidades, que é o de tirarem um estágio grátis na mercearia do senhor Manuel, aqui pertinho, para aprenderem umas continhas de merceeiro, que lhes iriam abrir novos horizontes.
FOTOGRAFIA
By Ben Goossens
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Ainda te hei-de meter juizo nessa tola