domingo, julho 31, 2011

MEMÓRIA E IMAGENS

Há lugares que fazem parte das nossas memórias do passado, e nem o passar do tempo consegue apagar as recordações. Um dos lugares por onde passei faz parte das minhas memórias e não foi difícil encontrar imagens que retratam a época a que reportam as lembranças.

Até breve




domingo, julho 24, 2011

O ZÉ ESTÁ DE FÉRIAS

O Zé vai dar início a um período de férias que, acho eu, vêm mesmo a tempo porque, entre outras coisas, estou verdadeiramente cansado.

Não estarei completamente isolado do mundo como desejava, mas certamente estarei alheio a jornais e às notícias na próxima semana, a bem da boa sanidade mental.

Os últimos dias trouxeram muitas coisas desagradáveis como os aumentos já anunciados e os que se adivinham, de impostos, de preços e certamente de desemprego. Não se julgue que só cá dentro é que existem desgraças, porque como se vê até na insuspeita Noruega acontecem desgraças.

Não creio que o mundo melhore nestes próximos dias, mas eu ganharei mais algum “cabedal” para ir empurrando a vida para a frente.

Portem-se bem, ou mal, conforme vos dê mais jeito, que eu ando por aí… a descansar.


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sexta-feira, julho 22, 2011

FUTILIDADES

Enquanto se debatia a necessidade da criação da sobretaxa sobre o subsídio de Natal, e da sua “universalidade”, bem como a sua “justiça” e progressividade, o senhor ministro Vítor Gaspar ia dando as suas explicações.

O ministro das Finanças não conseguiu explicar satisfatoriamente a “universalidade” da incidência da sobretaxa, na medida em que o capital fica isento desta sobretaxa, nem teve argumentos verdadeiramente sólidos sobre a “justiça” da medida, já que se terá limitado a dizer que com a mesma percentagem o esforço é proporcional aos rendimentos. É curioso que ninguém lhe tenha dito que muitos portugueses vão simplesmente adiantar dinheiro ao Estado, já que na totalidade ou em parte, o seu desconto terá que lhes ser devolvido.

Vítor Gaspar adiantou que a sobretaxa é absolutamente “indispensável” para cobrir os “desvios existentes nas contas públicas”, acrescentando que estes são susceptíveis de serem documentados em detalhe”, o que não fez.

O que eu não entendi, e gostava que me explicassem, é a afirmação do senhor ministro, “parece-me fútil e relativamente pouco útil discutir questões de responsabilidade do passado”, quando se pedem sacrifícios aos cidadãos exactamente para cobrir asneiras praticadas por membros de vários governos. Será que quem paga não tem o direito de saber para onde vai o seu dinheiro, ou será que os nossos governantes são simplesmente inimputáveis?

Saber a verdade das contas públicas não é nenhuma futilidade, senhor ministro, e acima de tudo lembre-se que são os cidadãos que pagam os salários dos governantes e as suas asneiras!


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quinta-feira, julho 21, 2011

RAPIDINHAS

Prendas de Verão – Aproveitando agora que os portugueses estão entretidos a gozar ou a planear as férias de Verão, o governo de Passos Coelho apressa-se a fazer passar na AR, e a legislar em Concelho de Ministros, uma série de medidas gravosas para todos os trabalhadores, a começar pelos cortes no subsídio de Natal, continuando pelas mudanças na legislação laboral, nas taxas moderadoras da saúde, até chegar aos aumentos de 15% nos transportes públicos. O retorno de férias promete ser quente!

Promiscuidade – Aos poucos começa-se a saber quais são os “interesses” dos deputados que nós elegemos para nos representarem na Assembleia da República. Ao contrário do que de desejava, têm existido muitos deputados da nação que pertenciam ou tinham interesses em empresas que tiveram negócios com o Estado. Parece que a defesa dos interesses dos cidadãos não tem sido a única ocupação destes senhores e senhoras, que nós elegemos, que tanto no governo como na câmara lá foram fazendo um perninha noutros campos que em boa verdade, lhes deviam estar vedados por óbvios conflitos de interesses.


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Perdidos

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Manhã

terça-feira, julho 19, 2011

ABSOLUTAMENTE LOUCAS

É preciso vir mais um prémio Nobel da Economia dizer que as políticas económicas europeias são “absolutamente loucas”, para alguém começar a ver que a tal intenção de ser bom aluno, e muito cumpridor é uma verdadeira tolice.

Amartya Sem é apenas mais um dos muitos que declaram abertamente que não é com a contracção económica e consequentemente sem crescimento económico que podemos ultrapassar a crise da dívida externa.

Podia dizer-se que ainda não se tinham visto as consequências dos enormes cortes na despesa, mas a Grécia está aí para nos demonstrar que as consequências são mais dívida, mais desemprego e mais recessão. A vida dos gregos é a dívida do seu país é absolutamente insuportável, mas a Europa continua a adiar verdadeiras medidas de ajuda, preferindo castigar ainda mais quem já está mal.

Não sei o que irá sair da próxima cimeira europeia, mas espera-se que não seja mais do mesmo, porque isso será o enterro da União Europeia e do euro.


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Cameron (Cam) Cardow

segunda-feira, julho 18, 2011

GENTE IGNÓBIL

Portugal é um país fantástico, onde quando as coisas correm bem aparecem logo uns heróis de peito inchado a pedir medalhas ou outros prémios, mas quando as coisas dão para o torto só se vê pessoal a assobiar para o ar e a sair de cena de fininho.

As contas estavam acorrer melhor do que o esperado, dizia o antigo ministro das Finanças, mas poucas semanas depois falava-se num desvio colossal, que segundo actual ministro das Finanças era de cerca de mil milhões de euros, mas que dois dias depois saltava para mais de dois mil milhões por sugestão de Passos Coelho.

O Zé até está habituado a este tipo de barretes, enfiados por gente que se gaba de ter ponderado bem antes de anunciar um novo imposto, e que se classifica de justo por apenas 35% dos portugueses serem chamados a este esforço, porque os outros não têm rendimentos suficientes para serem abrangidos.

Governantes que não se envergonham por haver tanta gente que vive com salários e reformas tão baixas, enchem a boca com “justiça social” não merecem o meu respeito. Para eles só guardo o meu profundo desprezo.


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sábado, julho 16, 2011

POESIA

CANÇÃO FINAL


Aí vem a noite velhinha,

Erma sombra entrevadinha,

Mal pode andar, de cansada…


Já o dia se avizinha…


E a noite, triste e sozinha,

Tão pálida e fatigada,

Da sua longa jornada,

Deita-se e dorme.

A alvorada

É o sono bom da noitinha…

E a noite dorme quentinha,

Na cama que lhe foi dada…


Dorme, dorme, sossegada,

Noite de Deus, sombra minha,

Que o teu sono é madrugada…

Teixeira de Pascoaes



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quinta-feira, julho 14, 2011

O INCOMPREENDIDO

Não sei muito bem porquê, mas eu sou um dos muitos que não simpatizam com o senhor Procurador-geral da República que já nos brindou com algumas atitudes que não foram nada simpáticas.

Hoje li no título de um jornal que Pinto Monteiro terá dito que “não basta combater o grande crime”, como a corrupção, remetendo outros ilícitos para uma área considerada menor. Acho que falou em crimes contra idosos, crianças e deficientes para exemplificar do que estava a falar.

Qualquer cidadão concordará que os desprotegidos e os mais frágeis socialmente devem ser protegidos e que os crimes contra eles devem ser firmemente punidos. As preocupações sociais ficam sempre bem a um procurador, mas convenhamos que muitos dos crimes praticados sobre os mais desprotegidos derivam exactamente da sua condição de desprotegidos, e das dificuldades económicas existentes, que não permitem um acompanhamento mais efectivo dessas pessoas, e da falta de autoridades e pessoal dedicado a esse acompanhamento.

É com surpresa que se vêem mais recursos ocupados com dívidas de telemóveis do que com as tais preocupações do PGR, por exemplo, mas isso não quer dizer que o enriquecimento ilícito e o crime económico não sejam também uma preocupação real, já que muita da miséria origina o aumento da criminalidade e diminui os meios humanos e materiais necessários ao seu combate eficaz.

É difícil enfrentar o crime de colarinho branco senhor procurador, mas é indispensável fazê-lo, e isso não tem sido conseguido.


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terça-feira, julho 12, 2011

A NOSSA HIPOCRISIA

O nosso mundo tem sido invadido pelas teorias liberais, pela desregulação dos mercados e pela ambição sem limites pelo lucro e pelo sucesso.

O desejo de reconhecimento e de lucro não é em si mesmo algo de negativo, mas quando se torna uma obsessão e quando interfere com a vida dos outros, torna-se num perigo para a sociedade.

Os objectos que suscitam maior cobiça e maior procura no mercado são “oferecidos” pelas grandes marcas e são em geral fabricados nos países asiáticos. O fenómeno da deslocalização de inúmeras fábricas que operavam no mundo ocidental, para a Ásia aconteceu nas duas últimas décadas, por questões que se prendem essencialmente com a competitividade, ou melhor dizendo, com o baixo custo da mão-de-obra.

Quem usa um aparelho com uma maçã mordiscada ou com uma outra marca famosa de artigos electrónicos ou desportivos, talvez perca pouco tempo a pensar em que condições trabalham os operários que fizeram essas coisas. O preço é muito importante, é certo, mas será que é só o que conta?

Muitos destes artigos de marca que tanto disputamos são fabricados por trabalhadores explorados e mal pagos. A concorrência asiática baseia-se nisso, e nós que dizemos ser os paladinos dos direitos humanos nada fazemos para o denunciar, porque é mais fácil fingir que não sabemos de nada.


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segunda-feira, julho 11, 2011

TUDO O QUE ME PODES DIZER

Olhava este momento que ia desaparecer, com saudade – porque nunca mais se repetiria no mundo. Nunca mais outro segundo igual nem na luz, nem na vibração, nem na ternura…
O momento em que me sorriste, baloiçado entre o nada e o nada, nunca mais se voltaria a repetir, idêntico e completo, em todos os séculos a vir! Estava ali a morte… está aqui a vida. Agora pergunto a mim mesmo se te deixo morrer; e a pergunta obsidia-me e exige resposta imediata. Sei tudo, tudo o que me podes dizer – já eu o disse a mim próprio. Até hoje falava a alguma coisa que me ouvia, hoje só interrogo a mudez, só a mim próprio me interrogo.

Húmus

Raúl Brandão


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sábado, julho 09, 2011

COMPENSAÇÕES À LUSOPONTE

Devo manifestar a minha ignorância sobre a necessidade de compensar a Lusoponte, concessionária das pontes sobre o Tejo, já que a ponte velha está mais do que paga e pela ponte nova estão a pagar todos os que atravessam qualquer delas.

O contrato com a Lusoponte parece-me ruinoso para o Estado, uma vez que a portagem das duas não chega para pagar à concessionária. Se de facto as portagens são insuficientes algo está muito errado e deve ser imediatamente rectificado, e não será com o agravamento das portagens, neste caso com o pagamento no mês de Agosto na ponte velha.

Por último, mas igualmente importante, devia questionar-se se o aumento do consumo de combustíveis originado pela cobrança em pleno mês de Agosto, não será mais gravoso para o país do que o não pagamento neste período.


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quinta-feira, julho 07, 2011

O QUE SERÁ MAIS LINEAR?

Já estamos habituados a ouvir os notáveis da nossa economia comentarem assuntos da sua área, quase sempre com discursos difíceis de entender pelo cidadão normal. Muitas vezes diz-se que eles falam em “economês” e não em português.

Ontem leram-se declarações de Carlos Tavares, presidente da CMVM, a propósito do seu desejo de ver reduzida a Taxa Social Única e o aumento do IVA. Dizia sobre o assunto, o ex-ministro da Economia, que a baixa da TSU e o aumento do IVA eram o equivalente actual à desvalorização da moeda.

Embora seja contra estas medidas, que acho que podem vir a ser o princípio do fim da nossa segurança social, nem me admira esta posição de Carlos Tavares, mas já fico pasmado quando ele diz que aumentar o IVA “não se trata de obter compensação da perda da receita que não é linear, porque se as empresas melhorarem a situação financeira, o Estado recolherá mais impostos sobre as empresas”.

O senhor Carlos Tavares também podia admitir que com pequenos aumentos de salários também se podia aumentar a produtividade, diminuindo assim o custo do trabalho, e ao mesmo tempo também se aumentavam os lucros e as receitas fiscais. É bem mais linear que a satisfação aumente a produtividade do que a insatisfação, ou estarei enganado?


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terça-feira, julho 05, 2011

NOTÍCIAS CLARIFICADORAS

Desde há algum tempo a esta parte temos assistido à resistência de alguns países em ajudar os parceiros mais endividados e mal governados. Muitos têm afirmado que é uma atitude difícil de explicar porque como partilhamos todos a mesma moeda, caso um país caia o efeito de dominó é mais do que possível.

O fim das "golden shares" que agora foram decretadas pelo governo ultra liberal de Passos Coelho pode abrir um pouco o véu sobre as verdadeiras intenções de quem nos empresta dinheiro, e das cedências claras que este governo está disposto a fazer, sem o dizer abertamente aos cidadãos.

Pelas exigências feitas à Grécia já muitos suspeitávamos que os empréstimos implicavam claras perdas de soberania, mas poucos imaginávamos até onde isso podia ir. Uns clamavam que não havia perda nenhuma de soberania, outros que era apenas uma cedência temporária, com o cumprimento do memorando, mas poucos afirmavam que se iria mais longe.

Uma notícia veio clarificar um pouco mais todas estas intenções e cedências, e veio precisamente da Finlândia, pasme-se. A Finlândia quer garantias para participar em novos resgates na zona euro, garantias essas que podem ser fatias das privatizações previstas para os países em dificuldades.

Pelo menos a nova ministra das Finanças finlandesa não é hipócrita como a senhora Merkel, que é contra as "golden shares" portuguesas, mas não é contra os direitos especiais detidos por entidades estatais alemãs em grandes empresas cotadas. Também se clarificam as posições de absoluta cedência de soberania deste governo.


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Galeria de Aldrabões

segunda-feira, julho 04, 2011

WE ARE THE CHAMPIONS

Enfim somos os maiores nos aumentos de impostos sobre o trabalho e campeões nos alívios fiscais que beneficiam as empresas.

As palavras de Cavaco Silva sobre a justiça na distribuição dos sacrifícios são completamente ocas, porque a realidade é exactamente o inverso da tal justiça invocada, e o silêncio do Presidente da República é ensurdecedor.

Neste pódio ainda não está espelhada a diminuição da Taxa Social Única (TSU) nem o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal, que vão ainda acentuar mais a injustiça e a pouca vergonha reinante.

Para além destes desmandos e injustiças, Passos Coelho mostra intenções de ficar na história deste país como o “coveiro da Segurança Social”, porque a diminuição da TSU, e apesar de algumas boas intenções manifestadas, vai acabar por descapitalizar a já depauperada Segurança Social, que afinal foi “construída” com o dinheiro dos contribuintes.


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Fases

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Uma questão de... tamanho!

MÚSICA

domingo, julho 03, 2011

DEITANDO UM CAVALO À MARGEM

Vai, mísero cavalo lazarento,
Pastar longas campinas livremente;
Não percas tempo, enquanto to consente
De magros cães faminto ajuntamento.

Esta sela, teu único ornamento,
Para sinal de minha dor veemente,
De torto prego ficará pendente,
Despojo inútil do inconstante vento.

Morre em paz; que, em havendo algum dinheiro,
Hei de mandar, em honra de teu nome,
Abrir em negra terra este letreiro:

— "Aqui, piedoso entulho os ossos come
Do mais fiel, mais rápido sendeiro,
Que fora eterno a não morrer de fome"

Nicolau Tolentino

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sexta-feira, julho 01, 2011

COM OS MALES DOS OUTROS...

É simplesmente uma falta de vergonha ouvir alguém dizer que uma medida, como a aplicação do tal imposto extraordinário, é adequada, quando esse alguém é o representante do sector bancário que tem largas culpas no que concerne à situação económica do país.

O senhor presidente da Associação Portuguesa de Bancos, considerou o imposto extraordinário adequado “perante os maus resultados” penso que do défice. O que diria António Sousa dum aumento imediato das contribuições a aplicar aos bancos, que afinal estão de boa saúde, segundo as suas próprias palavras?

Ao considerar esta decisão de acertada, e ao referir o que fez Ernani Lopes, nos idos de 1983, também nos faz recordar a impunidade dos responsáveis políticos, e não só, que conduzem ciclicamente o país à ruína sem que alguma vez sejam por isso responsabilizados.

O povo trabalhador paga sempre as crises, mas será que para além das más escolhas políticas, o povo contribuiu de mais algum modo para que as coisas chegassem onde chegaram?


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