quarta-feira, março 31, 2010

PÁSCOA

Segundo o livro do Êxodo, a última das pragas do Egipto foi a da morte dos primogénitos, com a passagem do anjo da morte pelas suas casas. Os primogénitos do povo de Israel seriam poupados, porque as portas das suas casas foram pintadas com sangue de cordeiros imolados.

Este episódio acabou por obrigar o faraó a ceder, e a libertar os hebreus, dando-se assim o Êxodo de Israel para a Terra Prometida (Palestina). Esta é a referência mais antiga da comemoração da Páscoa (Êxodo 12, 14).







COELHO DA PÁSCOA
DESEJO A TODOS UMA PÁSCOA FELIZ


CARTOON

segunda-feira, março 29, 2010

sábado, março 27, 2010

A REALIDADE E OS GESTORES

Portugal é um dos países europeus onde as desigualdades são maiores. Todos os estudos sobre a distribuição da riqueza apontam para o aumento destas desigualdades e o pior é que elas vão aumentando à medida que o tempo passa.

A realidade mostra que vivemos numa sociedade injusta, e não se vê nada que o evite na acção dos diversos governos. Os decisores estão cada vez mais isolados da realidade do cidadão comum e os interesses de quem detém o poder esmagam os direitos da grande maioria.

É absolutamente escandaloso que os gestores das grandes empresas ganhem milhões anualmente e, ao mesmo tempo, se discutam míseros 25 euros de aumento do ordenado mínimo. Dizem-me que os gestores têm objectivos e que merecem tão altas remunerações, mas todos sabemos que esses objectivos quando são atingidos devem-se também ao trabalho de inúmeros colaboradores, que muitas vezes são muito mal pagos.

Como podem governantes, empresários e gestores, querer que os seus funcionários se empenhem a fundo e dêem o seu melhor, se as suas preocupações diárias se prendem com a simples arte de gerir magros salários, sempre com o credo na boca com a ameaça de despedimento sempre presente?

A satisfação e a segurança são ingredientes necessários à boa produtividade e propiciam condições para a inovação, mas isso não faz parte das práticas de gestão em Portugal.

Pode também gostar de ler ISTO e ISTO.



FOTOGRAFIA
By Palaciano


CARTOON
Alexander Zudin

Pavel Constantin

quarta-feira, março 24, 2010

UM TÍTULO FANTÁSTICO

Estava eu a consultar as notícias na rede quando esbarrei neste título: Portugal “faz tremer” Wall Street. Fiquei espantado com a importância dada a este pequeno país, pela catedral do capitalismo.

A Fitch agravou o “rating” da dívida portuguesa e os atentos investidores terão reparado que a Grécia não estava sozinha na lista dos países europeus mal geridos economicamente.

Ainda conseguimos ser o alvo das atenções dos círculos da alta finança mundial, só é pena que seja por más razões. Quem é responsável por esta situação?



FOTOGRAFIA
Юлия Тельес


CARTOON
Sevket Yalaz

Gatto

domingo, março 21, 2010

POESIA DE PESSOA


Horizonte

O mar anterior a nós, teus medos

Tinham coral e praias e arvoredos.

Desvendadas a noite e a cerração,

As tormentas passadas e o mistério,

Abria em flor o Longe, e o Sul sidério

'Splendia sobre sobre as naus da iniciação.


Linha severa da longínqua costa ---

Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta

Em árvores onde o Longe nada tinha;

Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:

E, no desembarcar, há aves, flores,

Onde era só, de longe a abstracta linha.


O sonho é ver as formas invisíveis

Da distância imprecisa, e, com sensíveis

Movimentos da esp'rança e da vontade,

Buscar na linha fria do horizonte

A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte ---

Os beijos merecidos da Verdade.

sexta-feira, março 19, 2010

FALTAR À PALAVRA

Nas legislativas os cidadãos são chamados às urnas para escolher um partido, que no caso de recolher mais votos é convidado a indicar um nome para o lugar de 1º ministro. A escolha, em princípio, é feita pelo escrutínio do programa eleitoral dos partidos, apresentados ao veredicto popular.

Claro que da teoria à prática vai uma grande distância, porque não há garantias nenhumas de que os eleitos venham a cumprir as promessas com que se apresentaram ao escrutínio eleitoral.

José Sócrates dizia antes das últimas eleições:

“Aumentar os impostos? Era só o que faltava. Numa altura em que o país enfrenta uma crise destas, acha que proporia aumentar os impostos?”

“Acabar com as deduções fiscais conduziria a um aumento fiscal brutal para a classe média”.

Como é fácil de compreender, o que antes era verdade hoje é mentira. É muito difícil de engolir que uma democracia possa coexistir com políticas que são o contrário do que foi sufragado, e que a oposição não apresente uma moção de desconfiança, e que o Presidente da República esteja à espera do Parlamento quando o programa que mereceu a confiança do povo não está a ser respeitado.

A política é uma actividade nobre, o mesmo não se pode dizer de quem está na política e actua deste modo.





Ode à Mentira

Crueldades, prisões, perseguições, injustiças,
como sereis cruéis, como sereis injustas?
Quem torturais, quem perseguis,
quem esmagais vilmente em ferros que inventais,
apenas sendo vosso gemeria as dores
que ansiosamente ao vosso medo lembram
e ao vosso coração cardíaco constrangem.
Quem de vós morre, quem de por vós a vida
lhe vai sendo sugada a cada canto
dos gestos e palavras, nas esquinas
das ruas e dos montes e dos mares
da terra que marcais, matriculais, comprais,
vendeis, hipotecais, regais a sangue,
esses e os outros, que, de olhar à escuta
e de sorriso amargurado à beira de saber-vos,
vos contemplam como coisas óbvias,
fatais a vós que não a quem matais,
esses e os outros todos... - como sereis cruéis,
como sereis injustas, como sereis tão falsas?
Ferocidade, falsidade, injúria
são tudo quanto tendes, porque ainda é nosso
o coração que apavorado em vós soluça
a raiva ansiosa de esmagar as pedras
dessa encosta abrupta que desceis.
Ao fundo, a vida vos espera. Descereis ao fundo.
Hoje, amanhã, há séculos, daqui a séculos?
Descereis, descereis sempre, descereis.

Jorge de Sena, in 'Pedra Filosofal'



Jorge de Sena In Felizardo Cartoon

quarta-feira, março 17, 2010

PINÓQUIO VOLTA A ATACAR

Depois da promessa (não cumprida) da criação de 150 mil novos postos de trabalho na anterior legislatura, agora veio outra mais modesta, de 120 mil novos empregos verdes, até 2020. Acredite quem quiser, que eu fico-me pela representação gráfica e humorística, que pelo menos é mais divertida.

Este boneco foi uma simpática oferta do Palaciano, que veio mesmo a calhar.

Esta imagem foi repescada, mas continua bem actual.


segunda-feira, março 15, 2010

RAPIDINHAS

Direita adopta Estaline – A maior novidade saída do Congresso do PSD, foi sem dúvida a aprovação da proposta que considera que a crítica a líderes passa a ser infracção grave. Não há memória de, no PSD pelo menos, se ter chegado a este ponto, de penalizar aquilo que se chama um “delito de opinião”. Para que cá anda há muitos anos, apetece dizer que pela boca morre o peixe, e que o PSD afinal Estaline também inspira este partido.

Critério duvidoso – No momento em que a crise se agudiza para quem vive dos rendimentos do trabalho, que devido aos congelamentos e à diminuição das deduções fiscais em despesas essenciais, como a saúde e a educação, o governo ataca também as prestações sociais, como o abono de família, o subsídio de desemprego e outras mais. Mas o esforço não atinge todos, porque segundo Teixeira dos Santos as mais-valias só passam a ser tributadas quando passar a crise.





PINTURA
Small street by Oxa379


CARTOON
Água por Hamid Soufi

Água por Zygmunt Zaradkiewicz

sexta-feira, março 12, 2010

NEGOCIAÇÕES DA TRETA

O PS, apesar de apenas ter uma maioria relativa no Parlamento, comporta-se do mesmo modo que usava quando tinha uma maioria absoluta.

As negociações com os sindicatos da função pública nada mais foram que uma fantochada. O Governo dizia-se disposto a negociar, mas recusava-se a falar de aumentos e a discutir as reformas, o que transformava as negociações em imposições.

O Orçamento de Estado para 2010 também se transformou numa troca de palavras para parolo ouvir, porque à partida já se sabia que o PSD e o CDS iam viabilizar um diploma que se apressaram a dizer que não era o seu.

A Assembleia da República, com a aprovação deste OE, mostrou aos cidadãos a grande diferença que existe entre o que se diz e o que resulta de facto da sua actuação em concreto. Os dois partidos à direita do PS viabilizaram um orçamento que meia hora depois diabolizaram, e do qual querem lavar as mãos como se para a sua aprovação não tivessem contribuído de facto.

A hipocrisia utilizada na política, em matérias que têm grande impacto na vida de todos os portugueses merece a condenação de quem paga os salários destes senhores que não sabem assumir os seus actos.

Como frequentemente dizemos na gíria popular, “mão podemos simultaneamente estar bem com Deus e com o Diabo”.



CONVERSAS NO CHIQUEIRO



FOTOGRAFIA
Jan-Vidar Bakker
915

quarta-feira, março 10, 2010

TAPEÇARIAS

Por causa de um trabalho que tenho entre mãos, andei a ver diversas tapeçarias famosas, incluindo algumas das quais nunca tinha ouvido sequer falar. Não se tratava de nenhum estudo exaustivo das tapeçarias, mas apenas visava encontrar motivos para utilizar num projecto de decoração.

Uma série de tapeçarias francesas chamou-me a atenção pela utilização de duas imagens que são uma constante em todas elas, uma nobre senhora e um unicórnio. Estas tapeçarias flamengas, no estilo mille-fleurs, são de finais do século XV.

Fiquei a saber que as seis tapeçarias de que falo, diz-se que representam os seis sentidos – gosto, audição, visão, olfacto, tacto, e amor ou compreensão.

Para mais detalhes vá por AQUI.






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TIRA
Gilmar

segunda-feira, março 08, 2010

QUAL SOCIALISMO, QUAL CARAPUÇA

Quando se ouviu dizer que as linhas mestras do PEC eram caracterizadas pela “redução da despesas públicas e pela estabilidade fiscal”, alguns ficaram convencidos que havia alguma lógica nestas intenções, mas faltava algo ainda, que era o COMO?

O “COMO” começa a desenhar-se claramente depois das afirmações de Tiago Silveira, e não são boas notícias. A redução das despesas será conseguida pelo congelamento dos salários dos funcionários públicos, pelo controlo de novas admissões, redução do investimento e redução nas prestações sociais.

Para aumentar as receitas, o governo vai reduzir os benefícios fiscais às famílias, especialmente na Saúde e Educação. Os limites actuais (30%) vão baixar.

José Sócrates e o seu executivo mostram deste modo o seu conceito de socialismo, que no meu entender nada tem a ver com estas medidas, que são mais penalizadoras para aqueles que menos têm, aumentando deste modo as desigualdades que já são verdadeiramente vergonhosas.

Os partidos que votarem favoravelmente o PEC com estas medidas, serão cúmplices desta política verdadeiramente iníqua.





DESTAQUE



CARTOON
Fan Lin Tao

Oleg Goutsol

sábado, março 06, 2010

UM PINTOR CHINÊS

Qi Baishi a quem Picasso chamou «o maior pintor oriental», foi em 2009 o terceiro mais vendido do mundo, depois de Picasso e Andy Warhol.

A obra deste pintor é quase desconhecida dos portugueses, pelo que vos deixo aqui 3 pinturas deste artista que merece ser conhecido.



PINTURAS DE QI BAISHI





CARICATURA
Ivete por Quinho

quinta-feira, março 04, 2010

RAPIDINHAS

Processo negocial – É curioso que o governo alegue que a greve dos funcionários públicos tem contornos políticos porque, segundo o governo, estava ainda em curso o processo negocial. Ficou por dizer que o processo negocial está fechado no que respeita aos pontos que justificam a greve, nomeadamente os aumentos (congelamento), e as medidas penalizadoras das aposentações (antecipadas 3 anos). Seriedade é o mínimo exigível aos governantes, e a afirmação de que o processo negocial estava ainda em curso não é rigorosa, atendendo aos motivos que levaram a esta greve, concorde-se ou não com ela.

O insulto de Zeinal Bava – O presidente executivo da PT considera que é um “insulto” dizer que a PT foi instrumentalizada no alegado negócio da compra da TVI, já que o mesmo não foi discutido ao mais alto nível dentro da PT. Eu acho que o senhor Zeinal Bava está a insultar a inteligência dos portugueses porque as suas declarações em Junho de 2009, exactamente sobre este caso, provam que ele conhecia o negócio (entretanto inviabilizado). A menos que o presidente executivo da empresa não seja um dirigente de alto nível, as suas declarações são incompreensíveis.

Nana Mouskouri – A cantora grega que já foi eurodeputada renunciou à pensão que recebia pelo cargo que ocupara, pelo menos até o país sair da crise em que se encontra. Diz a cantora que é “um dever para com a minha pátria”. Por cá temos umas boas centenas de políticos e ex-políticos que acumulam pensões pelos cargos que ocuparam, com outras reformas ou remunerações do trabalho que desenvolvem, e que se saiba não houve um só que tivesse dado um exemplo destes. Os sacrifícios são sempre para os mesmos, e de cima nunca vem qualquer bom exemplo.




FOTOGRAFIA
mitru


CARTOON
Akbar-Pirjani

Jordan Pop-Iliev

quarta-feira, março 03, 2010

ACTUALIDADE

Como José Sócrates está de visita oficial a Moçambique, pareceu-me útil deixar-vos aqui este apontamento linguístico que li noutro espaço alimentado por uma amiga.

Moçambicano não cumpre acordo ortografico...

São 6 da manhã.
Moçambicano não dorme, ferra.
O despertador toca.
Ele não se levanta cedo, madruga.
E não vai tomar duche, vai duchar.
E não se arranja, grifa-se bem.
Depois não toma pequeno-almoço, mata-bicha.
E não bebe café solúvel e pão com doce, toma café batido e bread com jam.
Não sai de casa para ir trabalhar, vai no serviço.
E quando chega ao local de trabalho não pede desculpa por ter atrasado, diz sorry lá, que tive problema de transporte.
E não trabalha até ao meio dia, djoba até àquela hora das 12.
E aí não pede ementa, pede menu.
E não come, tacha.
Não come batata frita, come chips.
Não come salsichas, come vorse.
Não come costeleta, come t-bone.
E não bebe uma laurentina preta, toma uma escura.
E não fala com o amigo sobre a namorada, bate papo "brada, minha dama".
E não gosta muito, grama maningue.
E na saída do restaurante não vê as mulheres que passam, aprecia as damas.
E não seduz, paquera.
E não faz convite, pede contacto.
E não a segue, vai à sua trás.
E não encontra um conhecido mais velho, apanha um jon cota.
Na rua não compra cajú, compra castanha.
E não tira fotografias, fota.
No escritório, a empregada não despeja o lixo, no ofice trabalhadora vai deitar.
E não traz o jornal, leva.
E não põe insecticida, baygona.
E não tem reuniões, tem meetings.
E no computador ele não escreve, taipa.
E depois não faz impressão, printa.
E não trabalha as fotografias em Photoshop, fotoshopa.
E para fazer um intervalo não vê o patrão, tcheka o boisse.
E não sai para dar uma volta, dá um djiko.
E não escreve sms para a amiga colorida, manda mensagem para a pita.
E não mente dizendo que está ocupado, mafia que tá bizi.
Moçambicano não trai, cornea.
Não caminha, estila.
Não se faz de difícil, jinga.
Não acaba uma tarefa, ultima.
E no fim do trabalho não vai, baza.
E com os amigos não tem negócios, tem bizne com bro.
E ao fim do dia não vai ao ginásio, djima.
E não está musculoso, tá big.
E não tem bicicleta, tem bikla.
E não faz saudação batendo na mão do amigo, deketa.
E não gosta de aproveitar a vida, enjoya laifa.
De tarde não bebe chá e come pão com manteiga e queijos, toma chá.
E não vai buscar a namorada que está num cabeleireiro distante, a arranjar as unhas e a fazer tranças no cabelo, vai apanhar dama que faz unha e entrança láaaaaaa no salão.
E não bebem um refrigerante, tomam refresco.
E a namorada não usa mini-saia e saltos altos e anda descapotável, põe sainha e uns saltos e tá descartável.
E não lhe diz que é bonita, diz "tens boas".

Tirado DAQUI



FOTOGRAFIA
my HOusE by twELveRN

hOusE Of mY brOthEr by twELveRN


CARTOON
Henrique Monteiro

Henrique Monteiro

segunda-feira, março 01, 2010

AS EXCEPÇÕES À CRISE

Sempre que a economia nacional é declarada em crise, o que tem acontecido com frequência, são anunciados cortes que por acaso atingem sempre os mesmos.

Eu sei que o que disse é muitas vezes chamado de discurso da esquerda radical, mas todos sabemos que é uma verdade inquestionável. Os alvos dos cortes são feitos nos salários, nas reformas, e claro está nos impostos indirectos que atingem todos por igual.

Porque somos todos iguais, quando o governo fala da convergência dos sistemas de pensões, temos uns quantos que são mais iguais do que a generalidade dos portugueses, que são aqueles senhores que têm as pensões vitalícias.

Podem dizer-me que as pensões vitalícias dos políticos acabaram, mas há quase 400 beneficiários e nos últimos tempos houve uma corrida a esta “benesse”, que continua com uma fórmula de cálculo que data de 1985. Note-se que a pensão vitalícia é cumulável com a reforma por aposentação e ainda com um salário no sector privado.

A crise quando ataca escolhe sempre os mesmos. Chamem-me o que quiserem mas eu tenho o direito de me indignar com esta situação.

Mais AQUI



FOTOGRAFIA
Viksy

TiNk@


CARICATURA
Farrell

Diogo Salles