quarta-feira, janeiro 31, 2007

O SERVIÇO PÚBLICO DA EDP

Num serviço público verifiquei a dificuldade dos funcionários em aceder a dados nos seus computadores devido a uma falta de corrente eléctrica noutra zona onde estava o servidor com a aplicação que queriam consultar. Telefonema para cá, telefonema para lá e o caso parecia insolúvel. Um dos funcionários tentava desesperadamente fazer funcionar uma máquina, intento que se realizou cerca de dez minutos depois. Pelos vistos alguns procedimentos ficavam acessíveis, pois o atendimento começou a processar-se com alguma normalidade.
De volta para o meu serviço a cerca de um quilómetro dali deparei-me com uma arreliadora falta de electricidade. Tento entrar em contacto com a EDP e fiz mais de vinte tentativas telefónicas, através do telemóvel e só me surgia a arreliadora gravação “de momento não podemos estabelecer a sua ligação”. Cerca de duas horas depois lá veio a energia eléctrica, mas para meu espanto as UPS não paravam de tocar e até as luzes de emergência se acendiam sem que a luz faltasse.
Desisti, estava na hora de almoço, e fui alimentar o corpinho. Uma hora passada e de volta ao escritório tento ligar o computador. Consegui trabalhar cerca de dez minutos e eis que as UPS voltam a tocar e, mais dois minutos o computador desliga-se.
A paciência tem limites, e eu volto ao telefone para ligar para a EDP. Nada, a mesma gravação e mais de uma dezena de tentativas iguais. Desço a escada furioso e dirijo-me a um vizinho electricista e conto-lhe a minha desgraça, sendo que ele delicadamente me elucida que a corrente tinha sido restabelecida mas, há sempre um mas, havia uma flutuação de carga na rede que causava o distúrbio que eu estava a verificar. Nada a fazer, disse-me, senão tentar comunicar o facto à EDP, ou esperar pacientemente que alguém desse pela anomalia e a corrigisse. Entretanto, para proteger os meus computadores fui aconselhado a mantê-los desligados enquanto as UPS mantivessem o seu comportamento anormal, eram 16 horas e 30 minutos e a tarde estava irremediavelmente perdida.
A falta de energia foi às 9 e pouco da manhã e eu perdi mais de meio dia de trabalho e a EDP, a quem eu pago o fornecimento eléctrico nem sequer me atendeu o telefone. Só espero que nenhum equipamento fique danificado, senão temos o caldo entornado.
Que saudades do tempo em que a EDP era inteiramente pública e o piquete de urgência atendia os telefones.

FOTOS





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POUPANÇAS EM GRANDE
Enquanto pregam a necessidade de poupanças, atacam os salários, aumentam os medicamentos, taxam os actos médicos e aumentam os impostos, os nossos políticos gastam que se fartam.
Segundo CM 10 deputados do nosso Parlamento gastaram 291 mil euros em viagens. Não é apenas o transporte mas também o alojamento.
Não será muito, dirão alguns, mas verifica-se um aumento de 35% em relação ao ano anterior. Afinal estamos em contenção de despesas, ou isso só se aplica a alguns portugueses? Já agora, 2007 começou em grande com umas viagens ao Oriente, veremos se os negócios cobrem os gastos.
Estamos em poupança, malta.




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CARTOON




Slavomir and Richard Svitalsky - Czech Republic


Anatoliy Lerner - Germany

7 comentários:

Anónimo disse...

Passear à conta do Zé é um dos desportos favoritos dessa malta. Mete almoçaradas, hotéis e deslocações à pala, mas não é novidade, mesmo cá nós também lhes pagamos casa, telefones, viaturas, comezainas e até uns fatitos para nos representarem com "dignidade".
O povo é sereno.

Anónimo disse...

A EDP é uma máquina, de fazer dinheiro quero eu dizer, talvez não saiba mas oaga uma taxa que é pelo privilégio de poder chegar a casa e ao ligar o interruptor, ter logo energia. Quando não há, que se lixe, também já pagou! Se o material pifar devido às variações e interrupções na rede, prove-o, senão fica agarrado ao pau da roupa. Ainda vem o presidente dessa companhia tentar que sejamos nós a pagar pelos despedimentos que pretende efectuar? Um grande manguito para o Mexia.

Anónimo disse...

Poupar é de pobres, estamos num país de ricos, Lol

Anónimo disse...

Nem de propósito, parece que o Minitro da Economia foi à China gabar-se de que Portugal tem os salários mais baixos da União europeia.

CORCUNDA disse...

Relativamente ao serviço público da EDP, deixa realmente muito a desejar. Poderia alongar-me mais, mas como caso elucidativo refiro simplesmente a ideia luminosa (para eles) da estimativa, em que no meu caso, e provavelmente de tantos outros, o valor estimado é sempre, no mínimo 10 euros superior ao realmente gasto. Multiplique-se por centenas de milhar, ou mesmo milhões de consumidores e ficamos com uma ideia, através do tempo que o dinheiro cobrado a mais fica a render nos cofres deles, dos juros que ficam em sua posse, pois estes não são devolvidos aos consumidores. Agora imagine-se o cenário (em vez de mensal, ou de 2 em 2 meses, como acontece actualmente) à escala anual, como é o caso de uma modalidade que segundo creio se chama "Conta Certa", em que o consumidor paga através de uma estimativa (sempre a favor deles, claro) um valor mensal estipulado, e depois no final do ano a conta é acertada...
Abraço.

Anónimo disse...

As poupanças do governo e dos senhores deputados são "para os outros", quem duvida? Quanto à EDP já não bastava o défice energético, mesmo que nós tenhamos pago religiosamente as nossas contas, agora também querem que paguemos os despedimentos. É descaramento a mais para quem nunca nos compensa pelos prejuízos que causa com cortes de energia de mais de 3 horas sem aviso prévio, e também pela corrente oscilante que estraga electrodomésticos e computadores.
Eu mexia, lá isso mexia nos senhores que governam a EDP. Rua e sem indemnização.

Pedro Javier Mazzoni disse...

Viva o mercado livre de electricidade. Quem disse que os monopólios não são bons?
Eficiência é a palavra chave para a EDP.