sábado, janeiro 06, 2007

A INTERVENÇÃO CÍVICA

Já todos lemos e ouvimos comentários sobre a pouca intervenção cívica dos portugueses. De facto há muita gente que evita, foge mesmo, de tomar posição pública sobre coisas que em privado contesta e critica.
O nosso sistema político, sustentado em partidos que nos deviam representar na Assembleia da República, cada vez menos dá resposta aos problemas locais das comunidades ou a dificuldades de grupos de pessoas que tenham ideias diferentes das que os partidos veiculam. O afastamento dos eleitos em relação aos eleitores é cada vez maior, e a abstenção crescente deixa cada vez mais gente sem voz perante os poderes instituídos.
Vem isto a propósito das petições que a Assembleia da República tem pendentes e ao modo como foram agendadas, sem possibilidade de discussão séria pelo hemiciclo.
Mais uma vez não é um problema legal, a lei existe e está regulamentada, é apenas um problema de agenda dos partidos que sufoca a participação legal dos cidadãos.




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PORQUE NÃO ME ADMIRO?
O indicador do clima económico piorou em Dezembro de 2006.
Piorou e é dos que mais piorou na EU. Por algum motivo estamos na cauda da Europa em crescimento económico, em poder de compra e temos uma distribuição de riqueza ao nível dos países mais atrasados do mundo. Neste momento é quase impossível aumentar mais os impostos aos rendimentos do trabalho e a manutenção dos salários baixos começa a causar problemas ao consumo interno.
Não admira que existam esperanças no sector da construção, fala-se dos grandes projectos públicos e dos investimentos em hotelaria, golfe e habitação de luxo. Quanto aos consumidores, sinceramente não acredito que haja menos pessimismo, pelo contrário.


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PINHO AMANTE DO GOLFE
Pinho quer que hotéis luxo, golfes e marinas cresçam 50% no Algarve, sublinhando que nas regiões da vizinha Espanha o número de campos de golfe é muito superior aos 30 já existentes. O ministro que costuma deslocar-se em alta velocidade não terá ainda visto que para lá da fronteira existem, mesmo ao longo das boas estradas, campos a perder de vista de pomares e outras plantações agrícolas que asseguram a procura do mercado espanhol. Passando a menor velocidade também teria constatado que o território é muito mais vasto e que só damos conta desses campos de golfe pelas placas indicativas dos desvios que a elas conduzem.
Vinte e cinco milhões para promover só o golfe levam-nos a outra questões: de quanto vai ser a promoção para o turismo cultural ou ao gastronómico?
MOTOS

3 comentários:

CORCUNDA disse...

Uma excelente análise do panorama em que vivemos neste país, mas que a mim pessoalmente não me admira nada, pois vem no seguimento e tradiçaõ de há longos anos.
Um abraço e Bom ano, na medida do possível...

Anónimo disse...

Os anúncios a longo prazo permitem anunciar diversas vezes as mesmas iniciativas ainda antes de serem realidades, o Pinho reagiu à API e lá teve que anunciar alguma coisa (nada de novo) pois afinal ainda é o ministro da economia.

Anónimo disse...

Os portugueses fizeram boa figura mas atenção que isto é uma prova de resistência onde os meios disponíveis são uma pessa fundamental, e aí temos as equipas de fábrica em grande vantagem.