terça-feira, janeiro 16, 2007

FALAI DE SEGURANÇA

Começamos a ser literalmente bombardeados com a palavra flexisegurança, que por coincidência nem vem nos dicionários de português. O conceito teve origem na Escandinávia e junta os conceitos de flexibilidade e segurança características daquela sociedade nórdica, como bem explicou Poul Rasmussen há algumas semanas. O ex-primeiro ministro da Dinamarca disse também na altura que primeiro, o seu país criou uma rede de segurança social forte e só depois aplicou o conceito aliado à obrigatoriedade da formação profissional ao longo da vida para manter os trabalhadores devidamente qualificados. Ainda esclareceu que o modelo não era absolutamente transferível para outros países.
Numa União Europeia sem ideias e completamente divorciada da diversidade das realidades de cada país logo se pegou no termo e se ergueu a bandeira. Em Portugal logo apareceu um ministro a criar uma comissão, de mais livro branco, que já sabe que a flexisegurança é uma questão incontornável (?) mas garantindo que “não será o governo a indicar-lhes (comissão) os caminhos a seguir.
Da Índia chega-nos também o discurso de Cavaco Silva a falar da necessidade da flexisegurança e elogiando as suas vantagens competitivas.
A flexibilidade já cá está, atente-se na reforma da função pública que parece vir a abrir caminho para o resto dos trabalhadores por conta de outrem.
Falando de segurança, ponto de partida da implementação do conceito na Dinamarca e agora tão elogiado o que é que nos vêm dizer? NADA.
É perfeitamente conhecida a situação da segurança social, MÁ, MUITO MÁ MESMO, e também é bastante claro que o governo está a cortar e pretende cortar ainda mais neste campo.
Será que SEGURANÇA está lá só para disfarçar a flexibilidade? Se não é assim, ainda estamos a tempo de ouvir o que é que o governo e o presidente têm a acrescentar ao discurso no campo da segurança.








A FOME EXISTE



Habitantes da Indonésia mostram arroz seco que simboliza a crise de fome que o país atravessa. Centenas de activistas reuniram-se para pedir a demissão do Presidente Bambang Susilo Yudhoyono e do vice-presidente Jusuf Kalla. © AP

2 comentários:

Anónimo disse...

De facto a segurança parece ter sido enviada para a pia pois disso não se fala. Eles até querem fazer coisas, mas só as quelhes interessam a eles e a quem neles manda, o capital.

Anónimo disse...

Flexibilidade quer dizer grooso modo "você vai para o olho da rua" e segurança é aquilo que os políticos garantem para o seu próprio futuro.