Ao ler um artigo de Nicolau Santos (Expresso, 27/01/07) com o título “podem os bons líderes ser pessimistas”, fiquei completamente baralhado, pois referia-se expressamente aos empresários, gestores e dirigentes sindicais e patronais ao colocar a questão, a que respondia com um rotundo não.
O pessimismo e o optimismo são reacções naturais que todos temos perante as situações que nos são colocadas. Partindo deste pressuposto lógico, o discurso a cada momento reflecte a situação que se vive e as expectativas para um futuro a curto ou médio prazo, porque os nossos tempos já não permitem previsões económicas a longo prazo.
Numa sociedade justa era expectável que os líderes fossem todos optimistas, quer os que se situam no campo do capital quer os que lideram no campo laboral, todos tinham garantias de ganhar algo, havia essa garantia. Descendo à realidade, temos uma sociedade liberal mas pouco justa, onde a relação de forças está muito desequilibrada onde há quem ganhe e que esteja a perde visivelmente – o trabalho.
O pessimismo não é nem pode ser considerado miserabilista, como o classifica Nicolau Santos, mas resulta normalmente da constatação da situação. Os trabalhadores em geral vêm o exemplo do Estado, que fala na redução de custos à custa de despedimentos, agora já é bem claro, como se não houvessem outras soluções como a melhoria dos serviços e o colmatar de faltas gritantes de meios humanos (para não mencionar os materiais) em muitos sectores da sua responsabilidade, nomeadamente na assistência social, apoio à infância e à terceira idade e cultura, para mencionar apenas alguns exemplos.
Mesmo ao lado deste artigo, e julgo que também da autoria de Nicolau Santos, menciona-se o primeiro discurso oficial do novo director-geral da VW em que a tónica foi a necessidade de baixar os salários na Autoeuropa, que atribui à ignorância profunda de Reimers, e que considera como um mau começo que pode vir a originar turbulência naquela empresa. Não sejamos ingénuos, ninguém acredita que o novo director da Autoeuropa desconheça o passado da empresa. O que este senhor quer, é aproveitar este momento estratégico em que a correlação de forças está claramente desfavorável para os trabalhadores, copiando o discurso do próprio Estado, é reduzir ainda mais os custos laborais da empresa que vem gerir. Afinal não é ignorância, é mimetismo, e deste fenómeno estamos todos a ficar fartos. Somos portanto pessimistas!
O pessimismo e o optimismo são reacções naturais que todos temos perante as situações que nos são colocadas. Partindo deste pressuposto lógico, o discurso a cada momento reflecte a situação que se vive e as expectativas para um futuro a curto ou médio prazo, porque os nossos tempos já não permitem previsões económicas a longo prazo.
Numa sociedade justa era expectável que os líderes fossem todos optimistas, quer os que se situam no campo do capital quer os que lideram no campo laboral, todos tinham garantias de ganhar algo, havia essa garantia. Descendo à realidade, temos uma sociedade liberal mas pouco justa, onde a relação de forças está muito desequilibrada onde há quem ganhe e que esteja a perde visivelmente – o trabalho.
O pessimismo não é nem pode ser considerado miserabilista, como o classifica Nicolau Santos, mas resulta normalmente da constatação da situação. Os trabalhadores em geral vêm o exemplo do Estado, que fala na redução de custos à custa de despedimentos, agora já é bem claro, como se não houvessem outras soluções como a melhoria dos serviços e o colmatar de faltas gritantes de meios humanos (para não mencionar os materiais) em muitos sectores da sua responsabilidade, nomeadamente na assistência social, apoio à infância e à terceira idade e cultura, para mencionar apenas alguns exemplos.
Mesmo ao lado deste artigo, e julgo que também da autoria de Nicolau Santos, menciona-se o primeiro discurso oficial do novo director-geral da VW em que a tónica foi a necessidade de baixar os salários na Autoeuropa, que atribui à ignorância profunda de Reimers, e que considera como um mau começo que pode vir a originar turbulência naquela empresa. Não sejamos ingénuos, ninguém acredita que o novo director da Autoeuropa desconheça o passado da empresa. O que este senhor quer, é aproveitar este momento estratégico em que a correlação de forças está claramente desfavorável para os trabalhadores, copiando o discurso do próprio Estado, é reduzir ainda mais os custos laborais da empresa que vem gerir. Afinal não é ignorância, é mimetismo, e deste fenómeno estamos todos a ficar fartos. Somos portanto pessimistas!
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A REFRESCAR AS IDEIAS
2 comentários:
Esta é uma nação onde o pessimismo já tem grandes e antigas tradições. Infelizmente a dicotomia pessimismo/optimismo reflecte-se perfeitamente no país real que somos, em que poucos têm razão para ser optimistas e muitos têm razão para ser pessimistas...
Abraço.
Ideias frescas numpaís onde a política cheira a mofo. Porque será que políticos, analistas e até constitucionalistas se unem agora para impedir que se investigue devidamente o enriquecimento de titulares de altos cargos públicos? Cheira muito mal, mesmo muito mal.
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