Passados uns anos de ter chefiado um governo Cavaco Silva, ao candidatar-se à Presidência da República, pretendeu passar a imagem de político amadurecido e menos a de tecnocrata que sempre demonstrou ser.
Recentemente todos vimos o presidente num roteiro para a inclusão e com um discurso com preocupações sociais, onde pontuava a preparação da iniciativa e certamente o aconselhamento do staff político.
Agora na Índia, mais solto e à vontade, voltou a ser o Cavaco que foi 1º ministro e professor de economia, o genuíno. Falou dos benefícios da globalização considerando-os superiores aos seus riscos e custos afirmando que «A globalização tem contribuído para uma melhor afectação de recursos à escala global, tem sido certamente uma força positiva. Contudo, se ao mesmo tempo conduzir os já poderosos a uma posição de poder ainda superior, então é uma força que necessita de ser domada». Também mencionou o problema do aumento da agitação social e o «risco de uma maior desigualdade na distribuição de rendimentos a nível mundial».
Cavaco confia nos benefícios da globalização e enaltece a «flexisegurança» que acredita, ajudarão os nossos filhos a crescer num mundo melhor.
Fica-nos a dúvida se o discurso é uma dissertação teórica, ou aplicável à realidade portuguesa. Por cá está por domar a situação dos já poderosos que estão claramente a ser conduzidos a uma posição de poder ainda superior. A pressão negativa sobre os salários e a diminuição da segurança no trabalho são também uma evidência e a desigualdade na distribuição de rendimentos é gritante.
Tendo nós por cá todos os sinais negativos enumerados por Cavaco Silva, será que vamos vê-lo exigir ao governo que envide esforços para combater esta realidade, ou seja, os malefícios da globalização? E quanto à «flexisegurança» irá também exigir a rede de protecção social para aqueles que já estão a ser afectados pela globalização, ou vai continuar a apoiar o governo nos cortes das prestações sociais?
Recentemente todos vimos o presidente num roteiro para a inclusão e com um discurso com preocupações sociais, onde pontuava a preparação da iniciativa e certamente o aconselhamento do staff político.
Agora na Índia, mais solto e à vontade, voltou a ser o Cavaco que foi 1º ministro e professor de economia, o genuíno. Falou dos benefícios da globalização considerando-os superiores aos seus riscos e custos afirmando que «A globalização tem contribuído para uma melhor afectação de recursos à escala global, tem sido certamente uma força positiva. Contudo, se ao mesmo tempo conduzir os já poderosos a uma posição de poder ainda superior, então é uma força que necessita de ser domada». Também mencionou o problema do aumento da agitação social e o «risco de uma maior desigualdade na distribuição de rendimentos a nível mundial».
Cavaco confia nos benefícios da globalização e enaltece a «flexisegurança» que acredita, ajudarão os nossos filhos a crescer num mundo melhor.
Fica-nos a dúvida se o discurso é uma dissertação teórica, ou aplicável à realidade portuguesa. Por cá está por domar a situação dos já poderosos que estão claramente a ser conduzidos a uma posição de poder ainda superior. A pressão negativa sobre os salários e a diminuição da segurança no trabalho são também uma evidência e a desigualdade na distribuição de rendimentos é gritante.
Tendo nós por cá todos os sinais negativos enumerados por Cavaco Silva, será que vamos vê-lo exigir ao governo que envide esforços para combater esta realidade, ou seja, os malefícios da globalização? E quanto à «flexisegurança» irá também exigir a rede de protecção social para aqueles que já estão a ser afectados pela globalização, ou vai continuar a apoiar o governo nos cortes das prestações sociais?
Honoris globalis
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AMADEU SOUSA-CARDOSOUma exposição que aqui aconselhámos e que foi muito bem organizada e que teve a melhor publicidade que existe, o passar da mensagem de quem já tinha visto para quem ainda não tinha tido oportunidade de ver ou ainda nem estava desperto para tal.
Em Portugal são sempre grandes eventos exposições de qualidade, o que demonstra que temos público para elas e para outras manifestações culturais de qualidade. É uma pena que o Ministério da Cultura não tenha capacidade ou vontade de liderar este tipo de iniciativas.
1913, óleo sobre madeira 29,2 x 49,6 cm
Centro de Arte Moderna / Fund. Gulbenkian Lisboa, Portugal
2 comentários:
O mundo melhor que daremos aos nossos filhos será o do desemprego certo após os 45 anos de idade, o encargo com os pais que não terão cobertura social na velhice e a exploração do trabalho pelo patronato. Cavaco sabe bem que nem todos têm direito a pensões do montante da sua mas lá vai tecendo loas à globalização e à flexisegurança como se nós todos fossemos parvos. A contestação vai sair à rua porque a canga já começa a ser insuportável.
O título Honoris globalis devia ser outorgado ao Dr. Cavaco Silva, APOIADO.
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