Ao ler o editorial de ontem do DN, da autoria de João Morgado Fernandes, achei interessante a questão por ele colocada no título “E Soares?”. Porque não terá ficado Mário Soares entre os 10 primeiros do programa Grandes Portugueses, onde figuram, entre outros Salazar e Cunhal?
Podíamos começar pelo facto de ambos já terem morrido e portanto terem passado à categoria de mitos, seja por boas ou más razões consoante as diferentes opiniões. Acho que é uma explicação possível, mas não suficiente perante outros possíveis candidatos à escolha.
Escolheram-se diversos personagens da História, da Cultura e do espectáculo, pelo que era inevitável também a escolha de políticos, mas mesmo assim Soares recolheu menos votos que Salazar e Cunhal.
Pegando apenas nestes três políticos e excluindo o facto de apenas um estar vivo, então o que é que os diferencia entre si, para justificar as preferências? Não pesou o facto de se situarem à esquerda ou direita do espectro partidário, porque é clara a opção das últimas eleições pelo chamado centrão (PS/PSD).
Tudo ponderado, resta-nos a coerência de atitudes, tanto Salazar como Cunhal sempre mantiveram o mesmo tipo de discurso durante o tempo em que tiveram o seu espaço de influência e a honestidade que pautou o seu estilo de vida, austero e de acordo com os princípios que sempre defenderam.
Dois estilos antagónicos, dois inimigos declarados, duas visões opostas no que respeita à política nacional mas sempre coerentes com as suas ideias e honestos quanto aos bens materiais que nunca ofuscaram a sua acção. O carácter despojado de cada um, aliado à firmeza das suas ideias justificam a escolha dos portugueses?
Penso que sim. Nós portugueses, temos a tendência de desculpar os erros dos protagonistas históricos, tendendo a valorizar mais a constância, a honestidade e os princípios que pautaram a vida dos que de algum modo marcaram a nossa História passada e não muito recente.
Talvez seja uma conclusão politicamente incorrecta, para quem conhece profundamente a acção política deste dois Homens, com H grande, até porque não me identifico com nenhum deles no campo das ideias, mas é a explicação mais provável (na minha modesta opinião), para Mário Soares ter sido preterido na escolha popular, pois o seu percurso (embora) notável teve oscilações ideológicas (meteu o socialismo na gaveta), e nunca terá sido um exemplo de frugalidade como os seus dois adversários, que embora derrotados na vida política, se impuseram perante o português comum.Será uma opinião politicamente incorrecta, mas é a minha!
Podíamos começar pelo facto de ambos já terem morrido e portanto terem passado à categoria de mitos, seja por boas ou más razões consoante as diferentes opiniões. Acho que é uma explicação possível, mas não suficiente perante outros possíveis candidatos à escolha.
Escolheram-se diversos personagens da História, da Cultura e do espectáculo, pelo que era inevitável também a escolha de políticos, mas mesmo assim Soares recolheu menos votos que Salazar e Cunhal.
Pegando apenas nestes três políticos e excluindo o facto de apenas um estar vivo, então o que é que os diferencia entre si, para justificar as preferências? Não pesou o facto de se situarem à esquerda ou direita do espectro partidário, porque é clara a opção das últimas eleições pelo chamado centrão (PS/PSD).
Tudo ponderado, resta-nos a coerência de atitudes, tanto Salazar como Cunhal sempre mantiveram o mesmo tipo de discurso durante o tempo em que tiveram o seu espaço de influência e a honestidade que pautou o seu estilo de vida, austero e de acordo com os princípios que sempre defenderam.
Dois estilos antagónicos, dois inimigos declarados, duas visões opostas no que respeita à política nacional mas sempre coerentes com as suas ideias e honestos quanto aos bens materiais que nunca ofuscaram a sua acção. O carácter despojado de cada um, aliado à firmeza das suas ideias justificam a escolha dos portugueses?
Penso que sim. Nós portugueses, temos a tendência de desculpar os erros dos protagonistas históricos, tendendo a valorizar mais a constância, a honestidade e os princípios que pautaram a vida dos que de algum modo marcaram a nossa História passada e não muito recente.
Talvez seja uma conclusão politicamente incorrecta, para quem conhece profundamente a acção política deste dois Homens, com H grande, até porque não me identifico com nenhum deles no campo das ideias, mas é a explicação mais provável (na minha modesta opinião), para Mário Soares ter sido preterido na escolha popular, pois o seu percurso (embora) notável teve oscilações ideológicas (meteu o socialismo na gaveta), e nunca terá sido um exemplo de frugalidade como os seus dois adversários, que embora derrotados na vida política, se impuseram perante o português comum.Será uma opinião politicamente incorrecta, mas é a minha!
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Parada militar na Índia Foto@EPA/STR
Soldados indianos treinam o desfile para as celebrações do Dia da República, em Nova Deli. A 26 de Janeiro, a Índia comemora a adopção da constituição em 1950, com festejos que incluem marchas militares e eventos culturais por todo o país
3 comentários:
Não tenho tido tempo para estas andanças, mas sobre os Grandes Portugueses pronuncio-me. Soares foi um grande político mas os seus erros (todos os cometemos) ainda estão vivos na nossa memória, como a descolonização desastrosa e aquele acordo com o FMI, quando nos tiraram o 13º mês e o mencionado socialismo posto na gaveta.
Gostei da análise, embora as figuras não sejam obviamente da minha escolha.
Já vi que não gosta ce Salazar nem de Cunhal, mas Soares nem vê-lo. Certo ou errado?
Voltei às lides embora com limitações, mas continuo sempre atento ao Zé.
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