sábado, janeiro 20, 2007

A IVG

Eu tinha decidido não me pronunciar aqui sobre o assunto por considerar que é uma matéria de decisão pessoal e de consciência de cada um.
O termo utilizado Interrupção Voluntária da Gravidez não merece a minha concordância porque embora possa decorrer da vontade expressa de alguém não é necessariamente voluntária. Não posso conceber que alguém vá engravidar só para exercer o “direito” de abortar até às dez semanas, é uma ideia absurda.
Tenho filhos e até netos e nunca equacionei a hipótese de recorrer ao aborto ou a aconselhei a alguém, nem me colocaria nessa posição (de aconselhar), mas conheço casos em que aceitei a decisão livre de outras pessoas de recorrer ao aborto. Tratavam-se de situações extremas, que felizmente eu não atravessei, e não me atrevi sequer a condenar. Algumas dessas pessoas vieram mais tarde a ser pais e mães e por sinal, bons pais e mães.
Sempre considerei que bastava legislar de modo a que não fosse considerado crime, o recurso consciente ao aborto, porque se evitavam alguns dos disparates, bem intencionados penso eu, que já ouvimos e ainda vamos ouvir até ao referendo.
Para terminar, eu que até nem sou religioso, deixo apenas uma frase muito conhecida: Quem nunca pecou que atire a primeira pedra.
TER NETOS É FIXE


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SINAIS DE CRESCIMENTO
Segundo a Inspecção-Geral do Trabalho, em 2006, foram apurados 17 milhões de euros de salários em atraso e contribuições devidas à Segurança Social.
O valor de salários em atraso cresceu 62% e aos cofres da Segurança Social ficaram a faltar mais 29% de contribuições do que em 2005.
Segundo José Sócrates estamos a crescer passo-a-passo, mas os resultados pelos vistos são de passos à retaguarda, pelo menos no que concerne aos trabalhadores. A mesma IGT detectou também trabalho não declarado e trabalho precário ilegal.
Se o panorama é este, e não temos razões para duvidar destes dados, é no mínimo estranho que ainda se venha bater na tecla de que é necessário mexer no Código do Trabalho. Pelos vistos a rigidez que alguns têm invocado, não existe ou pelo menos já não é feita respeitar pelas autoridades.
Para exemplificar a imensa flexibilidade, ou complacência, agora existente, podemos lembrar os inúmeros contratados a prazo pelo Estado para suprirem necessidades permanentes dos serviços e o despedimento sem aviso prévio pela Culturporto ainda há poucos dias. Claro que a IGT não pode actuar nestes casos, porque o Estado é pessoa de bem (?).



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RECUPERAR O PATRIMÓNIO
É com evidente agrado que todos acolheram a notícia segundo a qual irá ser recuperada a Charola do Convento de Cristo em Tomar. O mecenato por parte da Cimpor é mais um dos motivos para nos congratular-mos.
Não são os primeiros trabalhos de restauro na Charola, anteriormente já tinham decorrido alguns trabalhos de limpeza, restauro e conservação que colocaram em evidência pinturas do século XVI. Também os estuques foram alvo de atenção na altura, mas muito ficou ainda por fazer, o que justifica plenamente uma nova acção no mesmo espaço. O Património edificado necessita de constante atenção e de conservação adequada, o que não tem sido a regra, a menos que se queira despender verbas muito mais avultadas em restauros profundos. O segredo reside na manutenção que muitas vezes não é feita por falta de verbas e de atenção por parte de quem tem obrigação de dar sequência aos alertas que vão sendo dados com regularidade por quem trabalha em cada monumento.



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Cidadela de Cascais
IPPAR autoriza destruição de património classificado

Expresso, 19:24 sexta-feira, 19 JAN 07



2 comentários:

Anónimo disse...

Recuperar, destruir enfim asneirada. O poder da construção civil ou o interesse nacional dos empreendimentos turísticos e dos grandes eventos. O Património só parece interessar na óptica do lucro.

Anónimo disse...

Falsos moralismos é o que por aí grassa, mas se a menina engravida dum pé rapado toca a ir passar uns dias de férias a Espanha, como convém.
Bebés deixados nos contentores do lixo, ou deixados em casa sozinhos porque os pais vão trabalhar e não têm dinheiro para pagar aos infantários são problemas correntes, que o NÃO nunca procurou resolver, agora acham-se com moral para condenar quem por desgraça tem de recorrer ao aborto.