segunda-feira, fevereiro 28, 2011
CULTURAS
domingo, fevereiro 27, 2011
POESIA
ANTÓNO CABRAL
SOLIDÃO
A maior parte das vezes não abre a janela:
senta-se no velho poial, como um resto de musgo,
e deixa que os olhos passem no vidro,
visitando-se mais uma vez. As coisas,
gradualmente, configuram-na, desde aquela hora,
e quem a procura, sentindo-a no fundo das águas,
não lhe pergunta pelo marido.
O relicário de pau-santo fere-lhe
a solidão de semente abolida,
já o arco de si própria.
Pudesse ao menos saber para onde irão varrer
o que ficar da sua sombra, quando vender a quinta.
Para junto dos limoeiros, sonha.
enquanto a alma escorrega, docemente.
in ANTOLOGIA DOS POEMAS DURIENSES
sexta-feira, fevereiro 25, 2011
TEMPOS DE MUDANÇA
Os putos
Uma bola de pano, num charco
Um sorriso traquina, um chuto
O céu no olhar, dum puto.
Uma fisga que atira a esperança
Um pardal de calções, astuto
E a força de ser criança
Contra a força dum chui, que é bruto.
Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.
As caricas brilhando na mão
A vontade que salta ao eixo
Um puto que diz que não
Se a porrada vier não deixo
Um berlinde abafado na escola
Um pião na algibeira sem cor
Um puto que pede esmola
Porque a fome lhe abafa a dor.
José Carlos Ary dos Santos
quarta-feira, fevereiro 23, 2011
A POBREZA
Esta noite bateu-me à porta um indivíduo que à primeira vista eu não reconheci, mas que vinha apelar à minha boa vontade para o ajudar, que não tinha dinheiro para comer nem para o gás para cozinhar.
Meio aturdido, principalmente porque àquelas horas não é hábito baterem-me à porta, lá fui fixando a vista no indivíduo e verifiquei que a cara não me era estranha. Os lamentos do pobre lá continuaram, e chegaram ao seu termo com o lamento de que “já não tinha idade para isto”.
Ajuda entregue, em géneros, e lá parte o pobre com um tímido agradecimento, fugindo com o olhar. Creio que ele percebeu que eu o reconhecera, já que ele trabalhara para um vizinho meu, na construção civil, há uns bons anos.
Foi apenas mais um dos muitos trabalhadores que conheci, que sempre preferiram receber o pagamento em dinheiro, sem qualquer tipo de descontos, sem nunca pensar no futuro. Foi para o estrangeiro, recebeu bom dinheiro que enviou para a esposa e para os filhos, durante quase uma década.
A ausência e sabe-se lá o que mais, ditou o divórcio e acabou por perder a família, a casa e o carro, ficando apenas com a conta do tribunal para pagar. Não se conseguiu recompor, nem arranjou trabalho devido à idade, acabando por cair na rua.
terça-feira, fevereiro 22, 2011
O “FEELING”
O The Wall Street Journal (WSJ) escreve, citando fonte europeia, que o sentimento dominante em Bruxelas é o de que Portugal vai em breve pedir ajuda externa.
Não se pode dizer que isto é uma notícia fresca, ou sequer que é necessário ser-se especialista em economia, ou ter uma qualquer bola de cristal para se chegar a esta conclusão. Eu próprio, que nem sou nenhum especialista na matéria, disse-o aqui e apostei com amigos, ainda no ano passado, que isso iria acontecer antes de Maio deste ano.
O Governo com a sua teimosia incompreensível, foi adiando o que já se previa. A oposição também alinhou de certo modo, dizendo que o FMI era um papão.
O FMI não é flor que se cheire, mas o adiamento do pedido de ajuda resultou num aumento dos juros a que nos fomos endividando neste últimos meses, e no campo dos sacrifícios que nos vão ser impostos, vão também ser maiores do que seriam naquela altura.
Chegámos aqui porque era preciso defender o euro e a soberania nacional, mas os parceiros do euro deixaram-nos cair, e já mandam em todas as matérias ligadas à economia e finanças, apesar da ilusão que alguns ainda alimentam.
A Europa só acordará para o problema quando os especuladores atacarem um país grande como a Espanha ou a Itália, porque aí teremos a morte certa do euro, e aí teremos a Alemanha e a França verdadeiramente aflitos. Como alternativa só existe a saída do euro, que a ser feita apenas por Portugal terá efeitos desastrosos durante muito tempo.
segunda-feira, fevereiro 21, 2011
VARA(PAU)
Armando Vara parece não ter aprendido nada com os processos em que está envolvido. Diz-se que terá utilizado influências em benefício de alguém, com benefício próprio, e está farto de se defender dizendo que é tudo um processo político.
Na semana passada terá entrado num centro de saúde em Lisboa, passou à frente dos restantes utentes e deu ordens a uma médica para lhe passar um atestado, alegando estar com pressa para apanhar um avião.
Esta situação, que a ser verdadeira como parece, mostra bem como há pessoas que abusam dum certo estatuto, conseguido através de contactos com o poder, sem o mínimo de pudor. É vergonhoso que tenha passado à frente dos outros doentes, é pior ainda ter dado ordens para que lhe fosse passado um atestado, e pior ainda foi a desculpa utilizada de ter que ir apanhar um avião.
Os primeiros sintomas desta doença, que não será exclusiva deste senhor, surgiram quando saiu da política e em vez de voltar ao lugar que desempenhava antes disso, tivesse logo sido alcandorado a um lugar de chefia sem que tivesse mostrado mérito para tal.
Não creio que alguém acredite que este infeliz caso do centro de saúde teve motivações políticas, ou que seja uma cabala montada contra Armando Vara, mas não me admira nada que a pobre médica ainda venha a ser alvo de um processo disciplinar, e o utente que se queixou venha a ser processado por danos morais.
sábado, fevereiro 19, 2011
CARTAZES IMPROVÁVEIS
quinta-feira, fevereiro 17, 2011
PAUL CÉZANNE
Paul Cézanne nasceu em 19 de Janeiro de 1839, em Aix-en-Provence. O seu pai, Louis-Auguste Cézanne, é negociante e exportador de chapéus de feltro. A mãe, Anne-Elisabeth Honorine Aubert, é filha de um torneiro marselhês. Paul foi batizado em 22 de Fevereiro na igreja de Santa Madalena, os pais só casaram em 1844. No ano de 1852 ele freqüenta o Collêge Bourbon (hoje Licée Mignet) onde começa amizade com Jean-Baptiste Baille e Emile Zola, cujo pai trabalha num projeto de barragem em Aix. Eles fizeram numerosas excursões nos arredores de Aix.
Por vontade do pai, em 1859, Cézanne começa contrariado, estudo de Direito na Universidade de Aix. Livre do serviço militar, dado que o pai pagava quem o substitua, recebe o segundo prêmio da Escola especial de desenho por um estudo de figura. Louis Auguste Cézanne adquire o Jas de Bouffan, perto de Aix, que é a antiga residência do governador da Provença.
Reside em Paris de Abril a Setembro de 1861. Estuda nus na Academia Suíça onde encontra Camille Pissarro. Começa, então, um retrato de Zola e não o acaba. Regressa a Aix desanimado e entra para o banco do pai e retoma os estudos na Escola de Desenho de Aix.Arranja um estúdio no Jas de Bouffan no ano de 1862. Deixa o banco e abandona a carreira jurídica. Volta para Paris em Novembro com uma pensão mensal de 125 francos.
Em 1863 trabalha regularmente na Academia Suíça onde encontra, além de Achille Empéraire e Pissarro, Renoir, Monet e Sisley. Foi reprovado na Escola das Belas-Artes já que possuía temperamento de um colorista, mas ele exagerava.
Participa, em 1863, no Salão dos Recusados com Manet, Pissarro, Jongkind, Guillaumin, Whistler, Fantin-Latour e outros. Começa então a pintar quadros demoníacos e expressivos num estilo lançado e selvagem. Faz frequentemente cópias no Louvre, em especial de telas de Delacroix.
É recusado, em 1866, no Salão, envia, por sua vez uma carta de protesto ao diretor das Belas-Artes. Trava conhecimento com Manet, que elogia as suas naturezas-mortas.Começa também os primeiros ensaios de pintura ao ar livre. Fica em Aix a partir de Agosto e faz o retrato do pai a ler um jornal.
Novamente é recusado no Salão em 1869. Conhece Hortense Fiquet, de 19 anos de idade e encadernadora de profissão.
Tenta novamente entrar no Salão, mas é recusado 1870 e 1871. Passa o tempo que dura a Guerra Franco-Alemã em l’Estaque, na companhia de Hortense. Acaba o período tumultuoso com quadros sombrios e expressivos. Volta a Paris depois da Comuna.
Nasce o seu filho Paul em 1872. Instala-se com a família em Auvers-sur-Oise, onde pinta quadros com Pissarro. Logo, em 1873 pinta na casa do doutor Gachet. Trava conhecimento com o negociante de tintas Julien Tanguy que troca material de pintura pelos seus quadros. Encontra Van Gogh na casa Tanguy.
Tem sua primeira exposição coletiva, em 1874, dos impressionistas em casa do fotógrafo Nadar. Os quadros de Cézanne fazem escândalo (A Casa do Enforcado em Auvers, Uma Olímpio Moderna). No Verão fica em Aix e a partir de Setembro, fica outra vez em Paris.
Recusado no Salão, novamente em 1875. Renoir arranja-lhe um encontro com Victor Chocquet, inspetor das alfândegas e amador de arte, que se tornará um dos seus mais fiéis colecionadores. Participa, em 1877, na terceira exposição impressionista com 16 quadros e suscita ainda uma vez mais violentas críticas.
Passa o ano de 1878 em Aix e em l’Estaque enquanto Hortense e Paul vivem em Marselha. O pai toma conhecimento da existência deles e reduz a pensão mensal. Zola ajuda-o financeiramente. E é novamente recusado no Salão.
Em 1879 é recusado no Salão. No Outono, visita Zola em Médan. Desconcertado com o luxo do amigo, Cézanne afasta-se de Zola.
Em 1885 é outra vez recusado no Salão. Decide não enviar mais obras para lá. Passa uma grande parte deste ano e do ano seguinte em Aix e nos arredores da cidade.
Ruptura com Zola após a publicação do romance L’Oeuvre que descreve a vida de um artista falhado. Casa por sua vez com Hortense Fiquet. O pai de Cézanne morre em Outubro e ele herda uma fortuna considerável.
Vive principalmente em Aix, em 1887. Pinta com Renoir no Jas de Bouffan. Apresenta três quadros na exposição Les XX em Bruxelas, isso em 1890. No Verão, passa cinco eses com a sua família. No Outono, está outra vez em Aix. Sofre de diabetes. Primeira exposição individual em Dezembro de 1895, na casa do negociante de arte parisiense Ambroise Vollard. Pinta em 1896 na pedreira de Bibémus. Conhece o escritor Joachim Gasquet. A mãe de Cézanne morre em Outubro. A Nationalgalerie de Berlim compra um quadro de Cézanne. É a sua primeira tela num museu.
Trabalha em Aix, 1898, perto do Chateau Noir. Depois, outra vez fica um longo tempo em Paris. Em 1899, fica em Paris até o Outono e, depois, regressa a Aix onde ficará durante cinco anos quase sem interrupção. Venda do Jas de Bouffan. Aluga uma pequena casa em Aix e contrata uma governanta. A mulher e o filho vivem, sobretudo em Paris. Uma nova exposição individual na Casa Vollard. As suas telas atingem somas consideráveis.
Três dos seus quadros na exposição centenal de Paris, em 1900. O negociante de arte Cassirer organiza em Berlim uma exposição individual. Não é vendida qualquer tela.
Participa no Salão dos Independentes, 1901, em Paris e em exposições em Bruxelas e na Haia. Compra um terreno no Chemin des Lauves, acima de Aix.
Em 1902 muda para o seu novo estúdio, Chemin des Lauves. Morte de Zola em Setembro. A venda da coleção Zola no decurso da qual as obras de Cézanne, 1903, atingem um preço médio de 1.500 francos. Expõe na Secessão Vienense. Neste mesmo ano, Pissarro morre.
Visita de Emile Bemard, em 1904, que o vê pintar. Vai a Paris para participar no Salão de Outono. Expõe trinta telas. Em Berlim, segunda exposição individual na Casa Cassirer. As suas relações com os outros tornam -se cada vez mais difíceis. A diabetes enfraquece-o cada vez mais.
Expõe seus quadros no Salão de Outono, em 1905, e nos Independentes. O negociante de arte Durand-Ruel envia dez dos seus quadros à exposição impressionista de Londres.
Participa no Salão de Outonoem 1906 mais uma vez. No mesmo ano, Cézanne é surpreendido por uma tempestade no dia 15 de Outubro e morre a 7 dias depois, de uma pneumonia. Cézanne é enterrado no cemitério Saint-Pierre d’Aix.
Acontece em 1907, a Grande Retrospectiva no Salão de Outono com 56 quadros de Paul Cézanne. Em 1954 O estúdio do Chemin des Lauves é aberto ao público.
Informações retiradas do livro: " Cézanne " de Ulrike Becks-Malorny
dimensions 59.8 cm x 75 cm, located at The Barnes Foundation, Merion, Pennsylvania
quarta-feira, fevereiro 16, 2011
BELEZA
terça-feira, fevereiro 15, 2011
SINCERIDADE E COERÊNCIA
É suposto os cidadãos de qualquer país, poderem escolher livremente quem os devia dirigir durante um tempo, correspondente a um mandato. Isso é o que chamamos de Liberdade.
O que parece ser uma tarefa simples, que é a de fazer uma escolha, não será tão fácil como possa parecer.
Comecemos pelo que nos é dado a escolher, que afinal é escolha de apenas uns quantos. Talvez pareça um pormenor, mas mesmo essa escolha depende de uma preposição. O escolhido deixa de defender as suas próprias ideias e fica obrigado a defender as ideias de quem o propôs.
Temos então que só podemos escolher de entre os que já outros escolheram, e não pelo que os candidatos pensam, mas antes pelo que os que em primeiro lugar o escolheu e depois propôs, decidiram que seria o seu programa, que afinal é o do partido.
Isto quer dizer que apoiamos um candidato que está obrigado a decidir pelo que lhe é imposto, que forçosamente não será o que pensa, e que também não é coincidente com o que prometeu.
Será que podemos mesmo escolher alguém pelo que essa pessoa pensa, e que essa pessoa esteja disposta a só fazer aquilo a que se comprometeu? Talvez um dia isso seja possível, mas nunca com políticos profissionais como os que temos actualmente.
segunda-feira, fevereiro 14, 2011
14 DE FEVEREIRO
Os versos que te fiz
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!
Florbela Espanca
sexta-feira, fevereiro 11, 2011
MUDAR, OU NÃO MUDAR…
Por estes dias fala-se muito em moções de censura e de sentido de voto naquela situação em particular. Uns dizem que vão ponderar com responsabilidade, outros fazem-se de vítimas, como convém.
Está mais do que visto que com políticas como as que têm sido seguidas não vamos a lado nenhum, e esse é o cerne da questão. As políticas económicas que estão a ser seguidas resultam em grande medida do que nos tem sido sugerido pelo FMI e pela UE e pelos acordos entre PS e PSD, o que nos deixa com um outro problema. Se sai o PS e vai para o governo o PSD, o que é que vai mudar para além das caras?
O país não enfrenta apenas uma crise económica, e um elevado nível de dívida externa, é que enfrentamos também uma crise de confiança externa, e uma descrença e desmoralização dos cidadãos, que nos últimos anos têm vindo a ser forçados a esforços sucessivos que não resolveram nenhum dos problemas do país.
Será que os partidos estão dispostos a mudar? Será que os eleitores vão continuar a votar nos mesmos que nos conduziram até ao buraco onde estamos?
Muito claramente, é indispensável que todos os partidos definam o que pensam fazer se lhes forem confiados os votos, e que estejam dispostos a aceitar demitir-se em caso de não cumprimento do prometido, ou então a farsa continuará até que o povo tome as rédeas do poder de formas menos convencionais.
quarta-feira, fevereiro 09, 2011
IMPOSSÍVEL IGNORAR
Há notícias que nos deixam revoltados e à beira de um ataque de nervos. A sociedade está completamente à deriva, tendo apenas uma certeza que é a da inoperacionalidade das suas instituições políticas.
Saber que a banca portuguesa pagou menos 54% de impostos que no ano anterior, para um montante de lucros muito idêntico, leva-nos a pensar se os políticos são ingénuos, ou se pensam que os cidadãos são burros.
Numa altura em que os portugueses são obrigados a um esforço enorme, traduzido em aumentos de impostos (reais) e em cortes salariais efectivos, como explicar que os bancos que estão a ser apoiados pelo Estado, paguem menos impostos do que anteriormente.
Outra notícia que não pode passar despercebida é a da destruição de parte dos dados do tráfego telefónico de Armando Vara e de outros envolvidos no caso Face Oculta, por parte da operadora, TMN, já depois de os mesmos terem sido pedidos.
Talvez haja quem acredite em ingenuidades e em coincidências, mas serão muitos mais os que nisso não crêem, e para quem se torna cada vez mais evidente que há cobertura nuns casos e favorecimento noutros, o que torna cada vez mais insustentável o status quo existente.
terça-feira, fevereiro 08, 2011
RECEITA CASEIRA
Os veterinários de um zoológico russo, estão preocupados com a saúde dos seus chimpanzés, e decidiram-se por uma dieta especial. Até aqui nada de novo, todos conhecemos bem algumas dietas simplesmente saudáveis, outras ricas num ou noutro elemento que favorecem determinados pacientes.
Este caso é assaz interessante porque se assemelha muito a uma dieta do tipo caseiro, que aliás conheço de zonas da Beira Alta. A dieta especial para aqueles chimpanzés, combina vinho tinto, cebola e alho, e pretende reduzir o risco de estes animais serem infectados com o vírus da gripe A pelos visitantes.
Ainda há por aí quem despreze a sabedoria popular e escarneça das receitas caseiras, sem nunca sequer as ter considerado ou testado. Será que os senhores doutores acham que somos assim tão diferentes dos chimpanzés?
segunda-feira, fevereiro 07, 2011
sábado, fevereiro 05, 2011
PENSAMENTO
quinta-feira, fevereiro 03, 2011
A JUSTIÇA
Um dos valores que é fundamental para que se viva em Democracia é a Justiça. Quando se fala em Justiça, com um “J”, fala-se numa Justiça eficaz, célere e ao alcance de todos.
Nos dias que vivemos assistimos todos os dias a casos caricatos da nossa Justiça, que não sei se devam ser atribuídos a quem pratica a dita, ou se ao deficiente articulado das leis que nos regem.
No caso da Casa Pia temos assistido a um circo mediático em que já se percebeu que vai tudo dar em águas de bacalhau, e não tarda teremos os acusados a exigir chorudas indemnizações e algum advogado de nomeada a afirmar que nunca houve ninguém abusado.
O caso Portucale chegou agora à barra dos tribunais e os acusados atiram já as culpas para o Estado, apesar de nenhum dos responsáveis políticos à época dos acontecimentos ter sido sequer acusado.
Por último temos o caso Bragaparques em que Ricardo Sá Fernandes passou de acusador a acusado, mesmo sendo óbvio que foi alvo de uma tentativa de suborno por parte do responsável da empresa em causa.
terça-feira, fevereiro 01, 2011
MORRER DA CURA
Ouvir a administradora do Banco de Portugal, Teodora Cardoso, dizer que “temos de mudar de vida”, dá-me uma imensa vontade de rir, mesmo esquecendo o facto de esta ser um frase de um outro personagem da política, que nem vale a pena citar.
De acordo com a senhora economista, temos que reduzir o endividamento, em todas as suas vertentes, ao mesmo tempo que devemos fomentar o crescimento sustentado. A quadratura do círculo parece ainda não ter sido possível, mas não informaram esta senhora.
As receitas são as do FMI e da União Europeia, que se esgotam na redução a toda a força do endividamento externo, com a contracção forçada do consumo interno, com a consequente estagnação da economia, o aumento do desemprego e a diminuição da protecção social e dos salários.
Apesar de tudo, Teodora Cardoso veio recordar que a fuga de jovens portugueses para o estrangeiro seria “a maior tragédia, pior que a dívida externa”, ainda que não tenha explicado como é que ela pode ser evitada com as políticas restritivas implementadas.