Por vezes há afirmações que nos espantam e que nos recordam aquela do ovo e da galinha, qual terá surgido primeiro?
Hoje li diversas notícias sobre actos condenáveis que podem ser chamados de corrupção, mas que prefiro não arriscar tal a proliferação de nomes que agora andam na baila.
Fixei as afirmações de José Miguel Júdice, advogado, e de Saldanha Sanches, fiscalista, transcritas no DN de 11/01. O primeiro diz que “a luta contra a corrupção está a ser feita no sítio errado”, rematando dizendo que quer que se controlem os funcionários públicos, pois a corrupção só é reduzida "se se atacar os corruptores passivos". E acrescenta: "Ah…E parem de lhes chamar passivos, que eles são muito activos." O segundo é mais comedido e acha “interessante” a figura de “crime urbanístico”.
Ouvir um advogado falando de corruptores activos quando se refere aos funcionários públicos deixa-me estarrecido porque a generalização é mais prejudicial aos advogados do que aos ditos funcionários. Também pensei que na posição de funcionários públicos a infracção, ou crime, mais provável era a possibilidade de serem corrompidos por alguém, com benefícios para as duas partes e prejuízo para o Estado, mas isto é apenas a minha ignorância a falar.
Um advogado e um fiscalista pretendendo escrutinar o Estado e não os cidadãos, deixam-me com a sensação de que os funcionários além de serem normalmente facínoras, nem sequer são cidadãos como os outros, por algum motivo que também me ultrapassa.
Ficou-me apenas uma dúvida que foi a de me parecer que Júdice não se pronunciou sobre os casos exemplares do BPN e do BPP, nem tão pouco Saldanha Sanches, se bem me recordo. Talvez tenham sido falcatruas bem urdidas por alguns funcionários públicos daqueles que frequentemente contratam bons advogados e consultam proeminentes fiscalistas para gerir as suas fortunas.
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