Poema barroco ibérico
A cada canto um grande conselheiro,
Quer nos governar cabana e vinha, *
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um freqüente olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para a levar à Praça e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.*
Estupendas usuras* nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.
Cabana e vinha: no sentido de negócios particulares.
Picardia: esperteza ou desconsideração.
Usuras: juros ou lucros exagerados.
GREGÓRIO DE MATOS GUERRA (1636-1695)
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FOTOGRAFIA
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CARTOON
6 comentários:
Actual como nunca!
Bem digo eu que o mal português dura desde Afonso.
Um feliz 2010 para si e para os seus.
Olá!
Lolololol...Muito giro...
A sonhar com bola e cerveja,que mais podia ser? Sofá e telecomando :p
Aproveito e deixo um convite: participe na Blogagem de Janeiro do blogue www.aldeiadaminhavida.blogspot.com. O tema é: “Vamos ca/ontar as Janeiras e comer o Bolo-Rei!”. Basta enviar um texto máximo 25 linhas e 1 foto para aminhaldeia@sapo.pt (+ título e link do respectivo blog) até dia 8 de Janeiro. Participe. Haverá boa convivência e prémios (veja mais hoje no blog da Aldeia)!
Feliz Ano Novo
Jocas gordas
Lena
Só uma correcção: enganaste-te nas datas de nascimento e morte do autor!
Um abraço do séc XXI
Meu caro Pata Negra
O Boca do Inferno, essa era a sua alcunha, bem que podia escrever o mesmo agora no século XXI, mas coitado, nasceu antes do tempo, para azar de muitos menbros do clero.
O Ricardo Araújo repescou a alcunha, e fez bem...
Abraço do Zé
Extraordinário!
Mas que visão de génio.
Quantos estudos não teriam sido feitos para apurar conclusões tão certeiras e cuja premissa de validade se mantem até hoje ?....
Um beijinho
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