terça-feira, abril 29, 2008

ANALISANDO VITORINO

Não costumo ver com assiduidade a notas soltas do António Vitorino, porque geralmente à segunda os meus horários não se compatibilizam com o programa, mas esta semana aconteceu que pude assistir aos seus comentários na televisão pública.

Sobre as convulsões no PSD disse o óbvio, e sobre o discurso de Cavaco Silva viu virtualidades que não consigo descortinar, mas também não me esforcei demasiado para as tentar perceber. O assunto que prendeu a minha atenção foi mesmo o da discussão das leis laborais, que ele abordou no final.

Eu não dou o benefício da dúvida ao António Vitorino, ele também o não merece por ser um cidadão com informação privilegiada e suficientemente inteligente para não precisar de benesses ou handicaps dessa natureza.

A propósito da flexibilização dos horários de trabalho, que ele considerou importantes ao nível da competitividade nacional, defendendo assim esta proposta, houve pelo menos um factor evidente sobre o qual nada disse, o que não me surpreende nada. Vejamos uma relação laboral como um contrato justo entre duas partes, em que o empregador valoriza o trabalho realizado pelo seu funcionário de acordo com o estabelecido legalmente para a função requerida. A determinada altura, e de acordo com esta proposta do governo, o horário é distendido num determinado período de tempo, satisfazendo as necessidades da entidade empregadora, que com isso vai naturalmente pretender obter alguns lucros, legítimos com toda a certeza, apesar dos inconvenientes que tal medida possam vir a acarretar ao seu funcionário, a nível familiar ou até de empenhamento e concentração para além do que estava estipulado normalmente.

É isto que está implícito na proposta, a que o funcionário dificilmente poderá negar o seu contributo nas condições actuais do mercado do trabalho, e perante o espectro da figura de inadaptação que também está prevista. Então estamos perante uma situação que vai proporcionar mais lucros ao empregador, e mesmo com os inconvenientes que acarreta ao trabalhador, não lhe proporciona qualquer aumento do rendimento do trabalho suplementar, pois será transformado em períodos de descanso à medida que isso for conveniente ao empregador.

O António Vitorino é inteligente, e não devia partir do princípio que os trabalhadores estão contra por pertencerem a um ou outro dos partidos à esquerda do PS, ou por estarem representados por este ou aquele sindicato. Estão contra porque esta medida apenas beneficia um dos lados das relações laborais, o patronato, e aos trabalhadores apenas cabe o sacrifício causados pela desregulação dos horários de trabalho.

Ao Estado exige-se a mediação nas relações laborais, não se admite que tome partido por um dos lados em prejuízo do outro, e o António Vitorino sabe-o muito bem.


*** * ***
FOTOGRAFIA
Ivelin

Red tulips by *valeriemonthuit

*** * ***

CARTOON

Revilo

Pat Bagley

domingo, abril 27, 2008

O MERECIDO DESCANSO

Como devem ter notado, o Zé aproveitou a preceito o feriado e o fim-de-semana alargado para descansar o corpinho. Como é aconselhável, o descanso deve ser respeitado a bem do equilíbrio familiar e mental.

Houve quem tivesse questionado o facto de eu festejar o 25 de Abril, o que parecia incompatível com o facto de ter sido um dos milhares de portugueses que foi apelidado de retornado. Lamento que existam dúvidas sobre o que escrevo, mas sempre separei os ideais dos que acabam por ser protagonistas da História, por oportunismo ou por intromissão abusiva em momentos para os quais nada contribuíram.

Fui um dos muitos que teve de refazer a sua vida depois do 25 de Abril, onde perdi não só tudo o que tinha, trabalho, casa e até estabilidade familiar, mas também a terra em que nasci, onde passei a ser considerado indesejável por causa da cor da minha pele. Se tenho que culpar alguém, esses são precisamente os protagonistas da política anterior ao 25 de Abril, e os oportunistas ou incapazes que os sucederam no poder.

A Liberdade foi por mim muito bem recebida, e os inconvenientes e excessos do período revolucionário, uma consequência de erros do passado e incapacidade aliada à ignorância de quem tomou as rédeas do poder. Nunca exigi compensações do Estado mesmo sabendo que a elas tinha direito, ao contrário de outros que nunca viram a sua subsistência ser ameaçada mas apenas o seu património. Pode parecer pouco, mas só eu sei o que é sentir o desespero de não ter dinheiro para sustentar uma família, ou vê-la ameaçada e até destruída por ter que lutar por alguma estabilidade económica, descurando a presença e o acompanhamento familiar.

Não lamento as minhas opções, apesar dos inconvenientes familiares, o divórcio, a disputa do poder paternal e o constante refazer de vida. Paguei um preço elevado pela Liberdade que prezo, mas nunca coloquei em causa os ideais de Abril. A Liberdade de que os meus filhos desfrutam e que espero deixar como herança para os meus netos, valeram todos os meus sacrifícios. Assim saibam eles que a Liberdade é um património que importa preservar.

*** * ***
FOTOGRAFIA
Артём Сабиров
Золот-Ник

*** * ***

CARTOON DE AUTOR


Japão por Bruno Venâncio

Hugo Chávez por Bruno Venâncio

quinta-feira, abril 24, 2008

IDEAIS DE ABRIL

São passados trinta e quatro anos sobre o 25 de Abril de 1974, data a partir da qual os cidadãos deste país projectaram para Portugal um futuro melhor, em Liberdade, com mais Igualdade e maior Justiça. Passados estes anos todos muitos questionam-se ainda sobre se vale a pena recordar esta data e os ideais que a ela estão associados, em pleno século XXI.

A resposta é simples e baseia-se em infindáveis SES que cada um deverá ponderar:

Se o desemprego não o preocupa.
Se acha que a Justiça funciona igualmente para todos.
Se a pobreza não o incomoda.
Se acha que há igualdade de oportunidades.
Se acha justa a redistribuição da riqueza.
Se confia na protecção social.
Se a Saúde responde às sua necessidades.
Se acha que o Ensino é para todos.
Se confia plenamente nos políticos.


São alguns SES, que a sua consciência terá que equacionar, e a resposta é apenas sua, porque em Liberdade é você quem decide.

*** * ***

Abril..
É sempre tempo de falar
de um Abril que aconteceu,
de remoer um Abril que se não deu.

Em Abril renascemos.
Respirámos tão fundo que à nossa volta estremeceu o mundo.
Assim fizemos nós, os já cansados, os sofridos,
os ansiosos pela luz tardia no brilhar.

Assim falo eu dos que Abril aguardaram
em silêncios redondos de medo e solidão.
Dos que mais longe foram e rasgaram o escuro
e por isso pagaram com o corpo e o coração.

Depois de Abril nasceram.
Não trouxeram consigo a memória das sombras.
Não precisaram de aprender da liberdade o nome,
porque ela os inundou como se seiva fora, primordial e imensa.

Assim falo eu dos que souberam pelos pais e os pais dos pais
que um outro mundo houvera em que o Adamastor
impedira a dobragem do Cabo das Tormentas
que em Esperança se tornou para lá dos temporais.

Abril ainda aqui está.
Filhos irão nascer, netos dos netos a haver.
A pouco e pouco Abril se irá esbatendo,
a lembrança dos homens esmorecendo.

Assim pergunto eu:
Que restará então?
Que histórias contarão?
Quem falará da dor do camponês a mendigar o pão?
Quem lembrará o operário banido pelo patrão?
Quem chorará do bravo resistente a vil prisão?

Agora afirmo eu:
Aos novos comedores do sangue da manada,
aos velhos fazedores do mito e da traição,
saberemos dizer, com o queixo levantado,
do nosso amigo segurando a mão,
a palpitar, festivo, o coração:
Abril nos deu a hora e nada foi em vão.


Licínia Quitério

Recebido por mail


*** * ***


FOTOGRAFIA


LedyOwl

Daemys

*** * ***

CARTOON

Patrick Chappatte

quarta-feira, abril 23, 2008

ELES SEREM TANTOS…

Os putativos candidatos à liderança do PSD são tantos, que até os laranjinhas começam a ficar baralhados. Há os que querem e não podem, também os que não podem mas querem, e há ainda os que não sabem se querem e que também não sabem se podem.

Candidatos a candidatos já houveram pelo menos quatro, parece que um até já desistiu, sendo que os outros afirmam ir até ao fim. Segundo os especialistas neste assunto, claro que não estamos aqui a falar de laranjas legítimas, há ainda a possibilidade de aparecer pelo menos mais um candidato da “tendência” (gosto desta) populista. Falou-se de Menezes, mas parece que esse bateu mesmo com a porta, depois falou-se de Santana Lopes, e agora há quem fale de Jardim.

O mínimo que se pode dizer é que a corrida está animada, tantos são os possíveis candidatos falados. Muito sinceramente estou-me borrifando para o assunto, mas há sempre quem esmiúce estas coisas até à exaustão. A mim tanto se me faz, porque ainda ando a tentar descobrir a diferença entre este partido e o outro que está agora no governo. Para ser mais exacto acho que as diferenças são tão poucas, que uns são as reservas dos outros, substituindo-os quando caem em desgraça.

Será que é isto que quer dizer, alternância em política nacional? Já vi esta questão em algum lado, e olhem que a acho pertinente.



*** * ***

PINTURAS

Still Life 1 by LuisTorregrosa

Still Life 2 by LuisTorregrosa

*** * ***

CARTOON

terça-feira, abril 22, 2008

A ATRACÇÃO PELO PODER

Os políticos por vezes assemelham-se aos insectos, pois tal como eles ficam encadeados pela luz, os políticos cegam na ânsia do poder.

Eu nunca acreditei muito no discurso tantas vezes repetido por políticos, de que a política é uma actividade mal remunerada e que quem por lá anda perde dinheiro. Talvez isso até aconteça temporariamente com alguns com uma carreira bem sucedida antes de ingressarem na política, mas mesmo esses acabam por vir a recolher dividendos da sua passagem por essa actividade, e a realidade demonstra-o.

Veja-se o que se passa agora no PSD, na disputa pela liderança do partido. Candidatos a candidatos já existem uma mão cheia, uns assumidos, outros à espreita de uma oportunidade, caso consigam uns quantos apoios dentro do aparelho. O partido até está na oposição, mas só de pensar que no futuro pode vir a ser governo, eis que se perfilam os candidatos.

Esta é a política de que eu não gosto, onde pontuam aqueles que ambicionam apenas o poder, e não mostram qualquer preocupação em defender a causa pública e o bem-estar dos cidadãos. É o poder que os move, é a ambição que os comanda, nada mais importa!



*** * ***

FOTOGRAFIA - BORBOLETAS

IgorB.

Кораблик 2000

*** * ***

CARICATURAS

Ozzy Os bourne por Carlinhos Muller

Rod Stewart por Carlinhos Muller

domingo, abril 20, 2008

ACONTECEU ...

Decorria o ano de 2003, quando numa dada noite entraram dois jovens pela porta do meu escritório, um era meu conhecido e colaborador ocasional, na área informática em que era e é um génio, o outro era-me completamente desconhecido. Depois das apresentações fiquei a saber que este último, o Francisco (nome fictício), era desenhador e maquetista, que estava na altura desempregado e à procura de ocupação.

Regra geral não costumo fazer juízos apressados sobre as pessoas baseando-me apenas no aspecto das mesmas, ou nas apresentações, mas algo me indicava que aquele jovem queria mesmo trabalhar. Por acaso tinha em mãos um trabalho que requeria uma maqueta e a conversa virou-se para o tema e depois de algumas trocas de impressões e do visionamento de umas plantas, decidi entregar-lhe o trabalho.

Dentro do prazo previsto, o Francisco entregou-me o trabalho feito, bastante rigoroso e com uma qualidade irrepreensível, pelo que continuei a recorrer aos seus serviços daí em diante. Durante dois anos manteve-se esta colaboração perfeita, e comecei a conhecer o pessoalmente o Francisco, que era um jovem calmo, muito bem educado, bastante sério e algo reservado, que namorava uma moça lindíssima, a Ana (nome também fictício) que algumas vezes o acompanhava nas visitas ao escritório e à minha casa.

No mês de Novembro de 2005, recebo a altas horas da noite um telefonema do António, o amigo que nos tinha apresentado, dizendo que o Francisco tinha morrido há poucas horas. Fiquei espantado com a notícia, tanto mais que já há três ou quatro semanas lhe tinha perdido o rasto, porque ele não me respondia nem aos telefonemas nem aos mails, e no último contacto que tínhamos tido, me dissera que estava a pensar em casar com a Ana. Mais confuso fiquei ainda quando tive conhecimento que se tinha suicidado.

Os familiares nada me adiantaram sobre o assunto na altura, e tanto a Ana como o António, amigos mais chegados também pareciam não saber nada sobre o assunto. Passados dois anos, num encontro casual com estes dois amigos, a Ana e o António, fizeram questão de abordar o assunto, coisa que nunca tínhamos feito durante esse tempo, e disseram-me que o Francisco se tinha suicidado poucos dias depois de ter tido conhecimento de que estava infectado com o vírus da Sida. Fiquei siderado.

Ele tinha tido um pequeno acidente no seu estúdio, e foi ao hospital para ser cozido num corte numa mão, e a costura acabou por infectar. Voltou ao hospital dois dias depois e ter-lhe-ão feito análises ao sangue enquanto o tratavam, como a ferida continuou a dar problemas voltou lá novamente e acabou por ser informado que estava infectado. Destroçado voltou a casa, onde a notícia caiu com estrondo, e a família reagiu negativamente, ao que me foi dito.

Alguns dias depois, enviou uma carta à Ana, que a recebeu apenas no dia da cremação, contando-lhe detalhadamente o sucedido, pedindo-lhe desculpas por tudo (erros do passado), e dizendo que se sentia incapaz de encarar amigos e conhecidos depois de saber que estava infectado, e que iria pôr termo à vida logo de seguida, como o veio a fazer.

Não consigo condenar este acto, nem sei como reagiria em situação análoga. Lamento o sucedido, perdi um amigo, fiquei mais alerta para este problema, e mais sensível ao sofrimento de quem dele padece, e dos que os rodeiam e sofrem igualmente.

sexta-feira, abril 18, 2008

RAPIDINHAS

Cultura – Dia 18 de Abril comemora-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios e o tópico deste ano é “Património Religioso e Espaços Sagrados”. O programa completo para este dia está à disposição do público AQUI, e estende-se por quase todo o país, pelo que vale a pena consultar. Não é o programa que eu gostaria de anunciar aqui, mas com o constrangimento de verbas e com as dificuldades existentes, talvez seja o que é possível. Lamento também salientar que os Palácios Nacionais também ficaram de fora destas comemorações, pelo menos os que transitaram para o Instituto dos Museus e da Conservação, o que é de algum modo incompreensível.

Descontentamento – O descontentamento popular e a insatisfação que paira no ar, não é já enquadrável nas reivindicações sindicais, nem encontrou paliativos no acordo entre os professores e o ministério, ou sequer na baixa anunciada do IVA em 1%. O problema prende-se com dois factores que se agravaram nos últimos anos, que são a perda de poder de compra devido à degradação dos salários, e o aumento do desemprego. Os problemas ultrapassaram a sua vertente reivindicativa e sindical, transformando-se em verdadeiras chagas sociais. Quando nem os salários de quem trabalha garantem a subsistência familiar e o honrar dos compromissos, estamos perante um grande desequilíbrio social que é um caldo onde a revolta germina e pode eclodir quando menos se espera.


*** * ***

HUMOR DO GORAZ


Um amigo compreensivo?...

*** * ***

FOTOGRAFIA

Oh Glorious Spring by *LadyAliceofOz

strange flower by fulfi

*** * ***

CARTOON

Al-Gayeb

Slavomir and Richard Svitalsky

quinta-feira, abril 17, 2008

SÓ QUERIA ENTENDER…

Acabei de ler que o senhor ministro das Finanças afirmou “que Portugal continuará a criar empregos em termos líquidos ao longo do ano, apesar da elevada incerteza e da deterioração da conjuntura internacional”, isto num almoço no American Club. Enfatizando a sua intervenção disse ainda que “já foram criados (nesta legislatura) 94 mil empregos líquidos”.

Eu que até nem sou muito dado a números, fixei que a taxa oficial de desemprego vai nos 8%, sendo portanto muito superior à verificada no início da legislatura, e por isso começo a duvidar dos meus conhecimentos aritméticos, já que o ministro Teixeira dos Santos, deve ser um especialista na matéria. Vai daí fui consultar os dados demográficos e constatei que não houve nenhum acréscimo populacional, e que pelo contrário diminuiu a entrada de trabalhadores estrangeiros e aumentou a saída de trabalhadores portugueses para o estrangeiro.

Pode ser que o senhor ministro das Finanças esteja com a razão, mas lá que é difícil chegar à conclusão de que se estão a criar “empregos líquidos”, isso é, a menos que ele tenha outros números que não são do conhecimento do comum dos mortais. Mais desemprego, menos habitantes, mais reformados, menor taxa de natalidade, criação líquida de emprego? Não fiquei convencido, mas o discurso era para americanos, não era?

Nota: Peço desculpa por não visitar os meus amigos com mais assiduidade, mas o meu tempo tem estado limitado por afazeres profissionais. Vou tentar organizar-me melhor nos próximos tempos.

*** * ***
FOTOGRAFIA
PHOTO BY LOLA

bwj

*** * ***

CARTOON DE AUTOR

Poder de compra... por Henrique Monteiro

'Um bando de Loucos' por Henrique Monteiro

De nenúfar em nenúfar... por Henrique Monteiro

terça-feira, abril 15, 2008

2,1% - A INFLAÇÃO IMPOSSÍVEL

Ainda mal acabou o 1º trimestre do ano e já nenhuma instituição independente e credível, corrobora os cálculos do governo relativos ao ano de 2008. Os portugueses já começam a ficar habituados aos erros dos sucessivos governos no cálculo da inflação esperada, e já poucos são os que duvidam de que isso é propositado, pois o “engano”, sempre por defeito, visa exclusivamente limitar os aumentos dos vencimentos.

Já não está sequer em causa a competência dos nossos políticos nesta matéria, porque basta ouvi-los quando estão na oposição, para compreender que esta é uma prática recorrente, utilizada pelos partidos sempre que se encontram no poder. Talvez alguns estejam a julgar-me cínico, mas os factos estão à vista de todos, e os “enganos” nesta previsão já têm mais de uma década.

Eu acho que há uma certa falta de pudor, porque quando é público que a inflação europeia anda acima dos 3%, venha alguém com responsabilidades e com todos os meios qualificados ao seu alcance, dizer que a meta dos 2,1% de inflação ainda é possível. Estes arautos do optimismo rosa, são os mesmos que nos falam da economia globalizada, e na grande dependência de Portugal no que respeita à evolução dos mercados.

Tudo tem limites, até a mentira, que como diz o nosso povo, tem a perna curta.



*** * ***

FOTOGRAFIA

Tulip by mmaja

Fav tulip by *liftangel

*** * ***

CARTOON

Prevendo o futuro
Grandes ideias

segunda-feira, abril 14, 2008

DISCURSO (POUCO) SOCIALISTA

Há uma eternidade, eu fui um dos que fui punido injustamente por um professor de Organização Política e Administrativa da Nação (OPAN), no antigo sexto ano dos Liceus, por tentar defender que o socialismo democrático era o melhor modelo a seguir, especialmente pela riqueza criada, pela disciplina no trabalho e pelo bem estar social alcançado pelos países a que me referia. Reconheço hoje que o professor foi coerente consigo próprio, e com o regime que defendia, e que eu estava a ser ingénuo. Isto passou-se depois da minha primeira viagem à Dinamarca e à Suécia, e pouco depois do Maio de 68, e eu era apenas um jovem sem qualquer experiência de vida.

Passados muitos anos, eis-me confrontado com as palavras de um ministro do Trabalho e da Segurança Social, que me tenta “vender” as virtualidades de um modelo semelhante de flexisegurança, ao aplicado pela Dinamarca. Confesso que estou velho para “engolir” este tipo de discurso, vindo de um membro deste governo que é, nem mais nem menos, o maior empregador de contratados a prazo com recibos verdes do país. Sobre o assunto o senhor ministro não se compromete com uma solução, mesmo reconhecendo que existe um claro incumprimento da Lei. Se Vieira da Silva fosse ministro de um executivo dinamarquês já se tinha demitido.

Custa-me a aceitar que o partido do governo teime em utilizar a palavra socialista, quando a sua actuação pouco, ou mesmo nada tem que o caracterize desse modo. Sinto-me incomodado, ou mesmo revoltado, quando ouço um ministro do meu país falar de flexisegurança e do modelo dinamarquês, quando acrescenta a palavra semelhante, e apenas preconiza a flexibilidade dos despedimentos, sabendo que não tem uma Segurança Social eficaz, nem nada faz para a fortalecer como foi feito na Dinamarca.

Finalizo com a constatação do facto de hoje já nem o facto de se ter emprego garante a subsistência de uma boa parte dos cidadãos. Sabendo quem o pressiona neste sentido, o patronato (parte dele), pergunto se o senhor ministro aceitou a pasta para defender os interesses da maioria dos portugueses? É que eu tenho muitas dúvidas!

*** * ***
FOTOGRAFIA
Alexandr Zadiraka

Alexandr Zadiraka

*** * ***

CARTOON

Ups!...

Lançamento Lateral

Lua de Mel na India

sábado, abril 12, 2008

ESTÁ TUDO LOUCO...

A meteorologia decidiu pregar-nos umas partidas de mau gosto, e no espaço de apenas uma semana decidiu “brindar-nos” com uma série de tornados que deixaram para atrás de si rastos de destruição e pessoas a contabilizar os prejuízos. Não, não é o tempo que enlouqueceu, somos nós os culpados dos danos que vamos causando ao ambiente, na nossa ânsia de conforto e bem-estar, quantas vezes irresponsável.

Outro acontecimento bizarro, aconteceu com uma condutora que por utilizar óleo de fritar como combustível no seu carro, ficou sem documentos e foi multada por não ter pago o respectivo imposto, sobre o combustível que estava a utilizar. Esta notícia faz todo o sentido chegar ao conhecimento público, exactamente no dia em que o 1º ministro se vangloriou da acção do seu governo no campo das energias alternativas.

Se o primeiro caso não tem graça nenhuma, e até já levou o governo a criar um fundo para acudir a catástrofes, o segundo, e apesar do incómodo a que foi sujeita a referida automobilista, teve imensa piada, e espero que o fundo de catástrofes não sirva também para indemnizar o 1º ministro, José Sócrates, pela vergonha que eventualmente tenha sentido depois do esforço que fez para nos convencer, a nós e aos senhores deputados, da sua obra meritória de defesa das energias alternativas.

*** * ***
FOTOGRAFIA
TEMA : BOM DIA - PRIMAVERA

Porque o tempo não ajuda, e o céu teima em colorir-se de cinzento não respeitando a Primavera, resolvi "colher à socapa" um pedaço da Primavera que está a colorir o blog da minha amiga Fernanda.
Para todos, os desejos de um bom fim de semana
*** * ***
CARTOON'S @rte
Darko Draljevic - Montenegro

Oleg Goutsol - Ucrania

Yuri Ochakovsky - Israel

Young Sik Oh - Coreia do Sul