quinta-feira, maio 26, 2016

ASSIM SE ABASTARDA O TURISMO EM LISBOA

Quando um cidadão quer fazer obras de recuperação  num edifício antigo em Lisboa, exigem-lhe que sejam preservados os azulejos exteriores e das partes comuns, que as caixilharias, as portas e as janelas de madeira sejam mantidas, e até as cores sejam respeitadas. Regras do urbanismo, muito severas em zonas históricas, o que em boa parte se compreende, apesar disso não ser respeitado por muita gente, veja-se como estão as fachadas das lojas de grandes marcas internacionais.

Depois da expropriação feita a um cidadão nacional para a construção duma mesquita, em Lisboa, onde o envolvimento da câmara é incompreensível, hoje pude constatar a existência de muitas lojas de "artesanato" e de "souvenirs" na baixa desta cidade, invariavelmente propriedade de pessoas indianas, e todas com o mesmo tipo de mercadoria, que em caso nenhum pode ser classificada como artesanato ou souvenir nacional ou lisboeta.

Quem licencia este tipo de lojas, quem aprova os toldos e outros letreiros de fachada como estes que a fotografia abaixo mostra. O turismo não ganha nada com este embuste, que pelos vistos não merece a devida atenção das autoridades que se mostram tão zelosas noutras matérias e com outras pessoas.

«««FOTOGRAFIA»»» 

Ramos by Palaciano

terça-feira, maio 24, 2016

O QUE SE DIVULGA E O QUE SE ESCONDE

Os políticos nacionais, os comentadores da praça e a imprensa que ainda existe, teimam em "martelar" em certos temas, mas fazem tudo para que outros passem quase despercebidos ao público em geral.

O ênfase dado à diminuição do horário dos funcionários públicos, já só alguns por sinal, e aos cortes aos colégios privados em zonas onde a oferta pública existe, tem sido brutal. O impacto orçamental das 35 horas é baixo e afecta quase que só os enfermeiros, é claramente empolado. O corte nas ajudas aos colégios privados, respeitando a lei, permitem melhorar o ensino público, mas também é empolado, por causa de interesses corporativos.

Por abordar fica um problema muito maior, que é o da banca, onde a má gestão não será nunca castigada. Agora querem um banco mau para ficar com o lixo, e a banca privada não quer arcar com os custos. Porque não se fala deste problema, e se diz ao povo o que está em causa? Não é só a CGD que está em causa, mas sim toda a banca, portanto a clareza é necessária, e os cidadãos não podem vir a ser confrontados com factos consumados, como aconteceu há bem poucos meses...

«««CARTOON»»»


domingo, maio 22, 2016

A COZINHA DO PALÁCIO DE SINTRA

É sempre com satisfação  que recebo a notícia de beneficiações no Património edificado, especialmente em monumentos com os quais tive algum tipo de relação.

A consolidação dos azulejos da Cozinha do Palácio Nacional de Sintra e a pintura do interior das chaminés, foi algo que me agradou muito, até porque já era necessária há algum tempo.

Questionado por um amigo sobre esta Cozinha monumental, que ele visitou recentemente, com direito a uma visita guiada, surgiu a questão inevitável: no tempo da rainha Maria Pia, quando ela aqui permanecia, o que é que era usado?

Pois bem, nessa altura existia um fogão ao centro onde eram confeccionadas as refeições, pois não eram necessários muitos mais equipamentos para tão poucas pessoas, ainda que as refeições dos criados fossem confeccionados noutros locais, até porque existiam aposentos para eles dentro do Paço. Nos tempos em que o D. Luís e a rainha cá passaram temporadas, as refeições eram confeccionadas num espaço não visitável, e o actual espaço conhecido com o nome de Quarto de D. Sebastião, era a sala de jantar do casal real.

Nem sempre as coisas foram assim, e alturas houve em que os comensais seriam muitos e as necessidades eram também maiores, e a Cozinha tinha algumas dependências, exteriores mas igualmente cobertas, quase todas deitadas abaixo após a queda da monarquia, que estão assinaladas numa das imagens abaixo.

Imagem depois do restauro

Traseiras do palácio in Paço de Sintra 

Imagem de 2008

sexta-feira, maio 20, 2016

A DIREITA EUROPEIA

A direita alemã mostrou a sua verdadeira cara ao criticar Bruxelas por não ter punido Portugal e a Espanha pelo não cumprimento das regras europeias. A cegueira desta direita que não vê que as exigências de austeridade não resultaram, que os países estão agora piores, em desemprego e no desenvolvimento económico, do que antes dos programas de ajustamento.

Por cá também temos uns quantos, também eles da direita, que bem gostariam de alinhar com as críticas, mas afinal foram eles que estiveram no último governo. 

É estranho que estes "justiceiros" não se lembrem do facto da Alemanha estar também em incumprimento das regras europeias, e há vários anos por excedentes. 

Fica uma pergunta para esta direita caceteira: quanto lucrou até hoje a Alemanha com os ajustamentos da Grécia, da Irlanda e de Portugal?  


quinta-feira, maio 19, 2016

NOTÍCIAS DA CULTURA



O senhor ministro da Cultura não pediu um milagre, como o anterior, nem iludiu o facto de estar num ministério com um orçamento insuficiente, o que já não é um mau sinal.

Desconhece o senhor ministro a enorme escassez de pessoal de atendimento ao público, que até o Tribunal de Contas admitiu recentemente e que não foi devidamente aproveitada para a abertura das vagas existentes, não se percebe bem porquê. Parece, segundo as suas palavras, que encontrou uma solução para os cerca de 100 contratos a termo incerto que estavam em vias de caducar, e isso também é outra boa notícia.

Foi anunciada a aprovação da museografia do Museu Nacional dos Coches com os respectivos fundos, o que já não era sem tempo, visto que estava anunciada para o ano passado, e este ano o valor das entradas já devia ter sido ajustado. Espera-se que a sinalética exterior também seja melhorada porque ver folhas A-4 coladas nos vidros é deprimente.

O problema do Côa será difícil de resolver, a solução actual não funcionou como se esperava, as dívidas existem, o museu perdeu a capacidade de resposta e ficou demonstrado que a gestão partilhada esbarra com muitas dificuldades.

Por último, e não menos importante, que tal pagar decentemente o trabalho extraordinário, e dizer aos senhores directores que a opção de compensação em tempo é uma prerrogativa dos funcionários, não podendo ser imposta. O senhor ministro e a directora-geral da DGPC deviam tentar perceber melhor o descontentamento dos funcionários que atendem o público.



segunda-feira, maio 16, 2016

PROMESSAS SÃO PARA CUMPRIR

Nos últimos anos a política deixou de ser um espaço de debate de ideias e um confronto de pessoas com vontade de construir um mundo melhor, servindo os interesses dos eleitores, para ser uma arena onde uns quantos se batem pelo poder, e onde os desejos dos cidadãos pouco ou nada contam, porque só está em causa a ambição dos que lá se digladiam.

A vontade de servir é substituída pelo desejo de se servirem, a mentira transforma-se apenas numa das armas para alcançar o poder, e os interesses da comunidade passam a ficar em segundo plano porque há interesses que se sobrepõem.

As promessas não cumpridas dos políticos são o descrédito da Democracia. Passos Coelho seguiu as pisadas de Sócrates, e suplantou-o, e agora Costa começa a falhar também as suas promessas.

As 35 horas semanais para os funcionários públicos não surgiram quando deviam, agora parece que não serão para todos, e até parece que já há espaço para excepções bastando para tal alegar-se necessidades dos serviços. Este será o fim do apoio dos portugueses que votaram no PS e nos partidos que apoiam o governo, porque o que se quer é que as 35 horas sejam extensivas a todos, no sector público e também, a breve trecho, no privado.


Costa, o PS e os partidos de esquerda que se cuidem, porque esta promessa terá que ser cumprida, e o povo não vai deixar que os interesses de uns poucos prevaleçam contra os interesses da maioria. 

sábado, maio 14, 2016

JEROEN VAN AEKEN

Este nome é capaz de nada dizer à grande maioria das pessoas, mas é o verdadeiro nome do pintor e gravador que é mais conhecido com o pseudónimo de Hieronymus Bosch.

Bosh foi o autor do tríptico “As Tentações de Santo Antão”, que vai agora de abalada para Madrid, para uma exposição sobre os 500 anos passados sobre a morte do artista. Em Espanha Bosch é conhecido como El Bosco, e está bem representado no Museu do Prado com obras como “O Carro do Feno”, “Os Sete Pecados Mortais” e “O Jardim das Delícias”, que é o meu preferido.


“As Tentações de Santo Antão” é um dos grandes cartões de visita do Museu Nacional de Arte Antiga, e todos os conhecedores dos interesses dos públicos que visitam este nosso museu, são unânimes em lamentar que o tríptico esteja fora de Portugal exactamente na época alta do turismo.

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quarta-feira, maio 11, 2016

CONVERSAS DE TOILETTE



Imagine-se que o governo dos EUA processa um Estado por lei das casas de banho, o que acontece neste momento com a Carolina do Norte. Está em causa uma lei que, segundo alguns, discrimina a comunidade lésbica, gay, bissexual e transexual (LGBT).

Na Carolina do Norte foi aprovada uma lei que obriga a comunidade LGBT a usar as casas de banho públicas segundo o sexo indicado na certidão de nascimento, o que pode violar a lei dos Direitos Civis de 1964, que proíbe qualquer discriminação, e esta é patrocinada pelo estado, e terá (?) como objectivo provocar danos a pessoas “inocentes” e a um colectivo que “já sofreu muito” (os destaques estão na notícia).

Não sei qual será o sentimento da comunidade LGBT lá do burgo, mas já começo a imaginar se a coisa pega, qual será a solução para resolver mais este problema em locais públicos. Também não vejo qual será a solução pedida pela comunidade, porque estou a imaginar uns quantos parvalhões a fazerem passar-se por gays, só para entrarem nos wc’s delas… 


Podem sempre optar por estes sinais

sábado, maio 07, 2016

É DE CIRCO QUE O POVO PRECISA...

Ler uma notícia destas, em que uns quantos dizem que gostam mais dos animais do que os outros, e talvez por isso, gostam de os ver sofrer, ou outros com responsabilidades culturais, que dizem que as touradas são manifestações culturais, é de deitar os dedos à boca para forçar o vómito.

Ainda bem que estamos num país onde existe liberdade de expressão, porque caso contrário, as coisas podiam azedar...


quinta-feira, maio 05, 2016

ELEIÇÕES AMERICANAS

Há quem diga que as mudanças climáticas já estão a influenciar, negativamente, os seres humanos, e devo confessar que também eu acho o mesmo.

Quem diria que havíamos de ver palhaços como candidatos a lugares na política, mas já tivemos alguns, como o Tiririca, para mencionar apenas um. Já passaram pela política internacional comediantes, futebolistas, actores, enfim, quase todo o tipo de pessoas, uns melhores outros piores.

Estamos agora na iminência de poder vir a ter no lugar de topo do país mais poderoso, militarmente, do mundo, um indivíduo que não me oferece qualquer confiança quanto à sua estabilidade mental, e que já proferiu afirmações que o caracterizam como um ser xenófobo e racista, além de ser um ignorante no que respeita à política multilateral, e digo só isto porque não me apetece descer ao seu (baixo) nível.

Será que o povo americano vai dar o seu voto a um ser deste calibre? Esperemos que não!...   

««« CARTOON»»»

«««FOTOGRAFIA»»»


terça-feira, maio 03, 2016

A NATALIDADE EM PORTUGAL

Um estudo apresentado ontem “Determinantes da Fecundidade em Portugal”, mostra que na realidade as mulheres têm o primeiro filho aos 30 anos e 25 por cento delas não espera ter mais do que um, enquanto oito por cento dos portugueses em idade fértil não tem nem quer ter filhos.

Não existe verdadeiramente qualquer problema de fecundidade com os portugueses, existem isso sim, condicionantes que determinam que os filhos apareçam cada vez mais tarde, e que obrigam os portugueses a ser realistas e ter apenas um ou dois filhos, e raramente mais do que isso.

O problema da baixa natalidade é nacional, e as causas deviam estar sobre a mesa dos Parceiros Sociais, quando se discutem salários e condições do trabalho, e deviam ser uma preocupação dos nossos negociadores na União Europeia.


Os cidadãos perceberam já que o Estado Social em Portugal não tem capacidade para os ajudar em situações de dificuldade (desemprego, divórcio ou doença prolongada), mas o patronato e os políticos nacionais e europeus, parecem não ter percebido que com a precariedade e os baixos salários, estão a comprometer o futuro das novas gerações.