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terça-feira, maio 03, 2016

A NATALIDADE EM PORTUGAL

Um estudo apresentado ontem “Determinantes da Fecundidade em Portugal”, mostra que na realidade as mulheres têm o primeiro filho aos 30 anos e 25 por cento delas não espera ter mais do que um, enquanto oito por cento dos portugueses em idade fértil não tem nem quer ter filhos.

Não existe verdadeiramente qualquer problema de fecundidade com os portugueses, existem isso sim, condicionantes que determinam que os filhos apareçam cada vez mais tarde, e que obrigam os portugueses a ser realistas e ter apenas um ou dois filhos, e raramente mais do que isso.

O problema da baixa natalidade é nacional, e as causas deviam estar sobre a mesa dos Parceiros Sociais, quando se discutem salários e condições do trabalho, e deviam ser uma preocupação dos nossos negociadores na União Europeia.


Os cidadãos perceberam já que o Estado Social em Portugal não tem capacidade para os ajudar em situações de dificuldade (desemprego, divórcio ou doença prolongada), mas o patronato e os políticos nacionais e europeus, parecem não ter percebido que com a precariedade e os baixos salários, estão a comprometer o futuro das novas gerações.


quinta-feira, janeiro 19, 2012

A IMPORTÂNCIA DA ESTABILIDADE

Eu sempre me guiei na vida por alguns princípios básicos, e um deles é que o que é mau para mim também é mau para os outros.

Este princípio não faz parte da atitude de muita gente a começar por grande parte dos políticos, continuando pelos grandes empresários e acabando até em muitos dos trabalhadores que acham que desde que eles se safem, então não há problema.

Vem esta introdução a propósito de declarações de Paulo Azevedo, o herdeiro que é presidente executivo da Sonae, à margem do Congresso da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição.

Paulo Azevedo brindou os jornalistas com estas frases: “Com toda a sinceridade, as (empresas) que temos (na Holanda) é pela estabilidade do sistema fiscal”, acrescentando que “é muito penalizador para as empresas estarem a questionar permanentemente a estrutura dos grupos e não saber, mês após mês, o que têm de fazer, se têm de transformar tudo ou não, e ninguém esclarecer”, e ainda “a gestão fiscal é um peso enorme para as empresas em termos de estabilidade e segurança”.

Curiosamente o CEO da Sonae tem toda a razão, e eu concordo inteiramente com ele nestas afirmações, mas continuo a prezar o tal princípio que mencionei no princípio, o que é mau para mim também é mau para os outros.

Paulo Azevedo podia ser coerente com o que afirmou reconhecendo que a instabilidade fiscal também é má para os restantes portugueses, e na sua grande maioria eles não podem ter sede na Holanda. Podia também mudar de opinião e de atitude no que respeita à instabilidade laboral, e à precariedade, porque é muito penalizadora para os seus funcionários (e não só), que passam dias e dias a pensar quando é que serão enviados para o desemprego, não sabendo como honrar os compromissos das suas casas e das suas famílias.

A estabilidade é boa para as empresas, é boa para os trabalhadores, é boa para se projectar o futuro e é um factor importante para a melhoria da produtividade. Tudo isto se aprende facilmente na vida sem ser necessário mandar vir um Nobel da economia, meus caros. Tenho pena que os nossos empresários não o consigam entender, e que os (maus) políticos também não o percebam.


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