Uma das notícias que teve
destaque hoje na imprensa foi a de que “economistas e patrões recusam regresso
às 35 horas”.
O argumento esgrimido, como não
podia deixar de ser, é que a nossa economia está muito frágil e que o país não
aguentaria se fosse tomada essa medida. Um outro economista veio acrescentar o
argumento da discriminação entre público e privado, o que esbarra frontalmente
com a lei, que prevê a que a contratação colectiva o pode decidir.
O mais curioso disto tudo é que o
país está em maus lençóis precisamente por causa de muito economista que por aí
anda, e que ganha rios de dinheiro mesmo quando as coisas correm mal, e de
algum patronato, que tem descapitalizado as suas empresas levando-as à
falência, apesar de terem muito dinheiro para gastar em luxos e em advogados
que cobram balúrdios.
Recorde-se que não foram
funcionários públicos os que aconselharam e decidiram as PPP’s, que permitiram
os “tão bons” Swap’s, ou que negociaram as compras de armamento, submarinos e
carros de combate. Se puxarem um pouco pela memória verão que nestas operações
ruinosas estiveram envolvidos políticos, advogados, gestores, economistas,
banqueiros, etc.
A implementação do horário das 35
horas não conduz a mais despesa, a menos que os serviços estejam
subdimensionados, o que até acontece por exemplo na saúde, como é bem patente,
mas isso é da responsabilidade das políticas de admissões de pessoal, que tem
sido errada há vários anos, pois é mais fácil nomear alguém politicamente ou
recorrer a empresas de prestação de serviços do que admitir alguém
indispensável ao serviço, por concurso público.
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