quinta-feira, outubro 30, 2014

ECONOMISTAS E PATRÕES



Uma das notícias que teve destaque hoje na imprensa foi a de que “economistas e patrões recusam regresso às 35 horas”.

O argumento esgrimido, como não podia deixar de ser, é que a nossa economia está muito frágil e que o país não aguentaria se fosse tomada essa medida. Um outro economista veio acrescentar o argumento da discriminação entre público e privado, o que esbarra frontalmente com a lei, que prevê a que a contratação colectiva o pode decidir.

O mais curioso disto tudo é que o país está em maus lençóis precisamente por causa de muito economista que por aí anda, e que ganha rios de dinheiro mesmo quando as coisas correm mal, e de algum patronato, que tem descapitalizado as suas empresas levando-as à falência, apesar de terem muito dinheiro para gastar em luxos e em advogados que cobram balúrdios.

Recorde-se que não foram funcionários públicos os que aconselharam e decidiram as PPP’s, que permitiram os “tão bons” Swap’s, ou que negociaram as compras de armamento, submarinos e carros de combate. Se puxarem um pouco pela memória verão que nestas operações ruinosas estiveram envolvidos políticos, advogados, gestores, economistas, banqueiros, etc.

A implementação do horário das 35 horas não conduz a mais despesa, a menos que os serviços estejam subdimensionados, o que até acontece por exemplo na saúde, como é bem patente, mas isso é da responsabilidade das políticas de admissões de pessoal, que tem sido errada há vários anos, pois é mais fácil nomear alguém politicamente ou recorrer a empresas de prestação de serviços do que admitir alguém indispensável ao serviço, por concurso público.    


CARTOON

terça-feira, outubro 28, 2014

PORTAS EM VIAGEM DE NEGÓCIOS

Com o anúncio da visita ao México de Paulo Portas e de Pires de Lima, a pergunta que importa fazer é: o que é que eles vão "vender" aos mexicanos?

Segundo as notícias eles já se reuniram com gente das telecomunicações, dos transportes, e da saúde pelo que é fácil adivinhar o que é que foi colocado sobre a mesa, falta só saber se os sul-americanos estão virados para este lado do Atlântico...



domingo, outubro 26, 2014

PINHO E O BES

A notícia sobre a reforma choruda que o ex-ministro Manuel Pinho negociou com o BES, e que agora se pode transformar num processo judicial, não é nova mas não deixa de ser um caso interessante.

Sabe-se que Pinho trabalhou para o BES durante alguns anos e terá pedido a reforma em finais de 2009 princípios de 2010, e que depois terá sido nomeado administrador do BES África, uma holding que estava há muito sem actividade, com um salário mensal de 39 mil euros a que acresciam mais 3 mil, direito a uma secretária, assistente, viatura, telemóvel e cartão de crédito com plafond de 25 mil euros anuais.

Sabe-se que Manuel Pinho está pelos Estados Unidos onde leciona na Universidade da Columbia, depois do tal gesto feito no Parlamento que acabaria por o conduzir à demissão do cargo ministerial.

Estes são os factos conhecidos através da imprensa, que me suscitam apenas uma pergunta: porque é que Ricardo Salgado manteve Manuel Pinho ligado ao BES, mesmo depois de este ter pedido a reforma, ganhando um salário tão “interessante”, sem fazer nada?


Como não acredito no espírito caritativo do banqueiro…   


sábado, outubro 25, 2014

AS FORÇAS DO MAL

A liberdade de imprensa é incómoda para muita gente, e a intervenção do embaixador de Angola, dizendo que em Portugal existem "círculos que têm como missão apenas fazer ataques contra Angola", demonstram bem essa incomodidade.

Em Portugal também existe a mesma incomodidade e o discurso é muitas vezes idêntico, ainda que mais disfarçado.

CARTOON 

MÚSICA

quinta-feira, outubro 23, 2014

PENSAMENTO SOBRE JUSTIÇA

“Sejam as leis claras, uniformes e precisas, porque interpretá-las, quase sempre, é o mesmo que corrompê-las”.


Voltaire


terça-feira, outubro 21, 2014

PASSOS VIU A LUZ?



Ao longo destes últimos 3 anos Passos Coelho e o seu executivo têm sucessivamente, e reiteradamente, apresentado medidas que estavam feridas de inconstitucionalidades gritantes, e foi uma constante ver e ouvir membros do governo a culparem o Tribunal Constitucional e a Constituição pelas medidas com que nos tem espremido.

Numa altura em que se percebe que o executivo já não passa duma manta de retalhos, em que nem sequer os incompetentes são demitidos, talvez porque não haja substitutos para os lugares, e que se questiona se não devemos aproveitar para ter eleições antecipadas, até porque as previstas tornam bastante difícil a elaboração dum Orçamento de Estado para 2016 com alguma tranquilidade, Passos Coelho volta a mostrar a sua teimosia.

Com a mesma cara-de-pau com que até há pouco se desculpou com a Constituição de com o TC, Passos Coelho vem agora apoiar-se na Constituição para rejeitar eleições antecipadas, dizendo até estar a pensar no país.

O actual 1º ministro ficará para todo o sempre como o governante que mais vezes deu o dito por não dito, sem nunca se retratar perante os eleitores portugueses. A demissão ficava-lhe bem, mas este senhor é demasiado teimoso para fazer o que é correcto!



domingo, outubro 19, 2014

O TRATADO DE WINDSOR

A mais antiga aliança diplomática entre dois países, que ainda está em vigor, foi estabelecida entre Portugal e a Inglaterra em 1386, e veio renovar a Aliança Anglo-Portuguesa estabelecida em 1373.

Depois da Batalha de Aljubarrota D. João I foi reconhecido como rei de Portugal, pondo assim fim à crise de 1383-1385, e foi depois disso que D. João I  e Ricardo II de Inglaterra assinaram o Tratado de Windsor. O último acto de confirmação deste desta aliança terá sido o casamento do monarca português com D. Filipa de Lencastre em 1387.

Esta aliança entre os dois países foi depois sobressaltada em pelo menos 4 ocasiões: durante a dinastia dos Filipes, em 1640 quando nós solicitámos a ajuda inglesa para expulsar os espanhóis, no século XIX por ocasião do Ultimato por causa do caso do Mapa Cor-de-Rosa, por alturas da I Guerra Mundial e depois durante a II Guerra Mundial.


O que talvez seja menos conhecido é o facto do rei D. Carlos se ter deslocado a Inglaterra, a convite de Eduardo VII, com a intenção de apertar as relações de cordialidade entre as duas nações. A 16 de Novembro de 1904 é assinado um tratado de arbitragem que ficou conhecido por Segundo Tratado de Windsor, que pretendeu desanuviar a situação causada pelo Ultimato e também salvaguardar os interesses portugueses nos territórios africanos, ao mesmo tempo que renovava a aliança assinada na sequência da Guerra dos Boéres, em Outubro de 1899.

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sexta-feira, outubro 17, 2014

A TOLICE PINTADA DE VERDE

A peregrina ideia dos impostos verdes é um verdadeiro insulto à nossa inteligência, porque como se sabe o governo apenas pretende arrecadar uns cobres taxando algo que sabe que é muito usado e portanto pode render uns bons milhões.

Podem-me dizer que se podem usar sacos de papel, como nos States, ou então uns sacos de pano, como aqueles que se usavam para o pão, nos bons velhos tempos.

São tudo falácias, porque se fossem usados sacos de papel diziam que era necessária uma taxa para a reflorestação, e com os de pano outra razão seria inventada, como a dos inconvenientes da sua lavagem para o ambiente.

Se o uso irresponsável dos sacos de plástico, existe por parte de quem não sabe ou quer reciclar o lixo que produz deve ser punido, será que o hábito responsável de reciclar não merece ser recompensado? 

Afinal há quem lucre com o lixo que produzimos, e ainda mais com o que já vai devidamente separado para ser reciclado, mas quem é consciencioso paga pelo lixo que gera e pelos danos ambientais dos irresponsáveis, e pelas empresas que colocam o seu lixo em aterros sanitários.

A conclusão a tirar sobre esta fúria em taxar, é que perante este governo os cidadãos são todos os inconscientes e portanto devem pagar todos por essa inconsciência. Elementar, meus caros...
  

quarta-feira, outubro 15, 2014

O MAU MODELO ECONÓMICO



Os portugueses estão já a pagar muito caro o mau modelo económico seguido por este governo, baseado nos baixos salários e na destruição da coesão social com os cortes nas transferências para este sector.

Uma das evidências está plasmada em números da OCDE onde fica claro que Portugal é um dos países da Europa onde se trabalha mais horas por ano, e com salários dos mais baixos. Para os mais distraídos, que nos querem passar por parvos, fica o registo de que trabalhamos mais 324 horas que os alemães por menos 7.484 euros.

Mas os maus resultados deste péssimo modelo económico não se esgotam nestas diferenças de horas trabalhadas e nos baixos salários praticados, porque não nos podemos esquecer dos reformados que viram a sua situação ficar bastante pior, e dos desempregados que além de terem aumentado duma forma alarmante, também viram reduzidos os subsídios e outras ajudas sociais.

Com quase metade da população na miséria ou em claras dificuldades económicas, só nos resta correr com quem tão mal nos governou nestes últimos anos, e exigir compromissos claros dos candidatos a governar proximamente este país. Não pedimos o céu, mas tão só honestidade na gestão da coisa pública.


Cão by Leonid Afremov

terça-feira, outubro 14, 2014

HIPOCRISA OU DESCARAMENTO?



Em Portugal estamos habituados há hipocrisia na política e não só, mas por vezes sentimo-nos ofendidos por que vemos que há quem nos julgue a todos, uns grandes tolos.

O anúncio da possibilidade de descida do IRS já no próximo ano, ou pelo menos a redução da sobretaxa do IRS em 1%, andou nas páginas dos jornais e nas bocas de muita gente, sem nunca ser desmentida, até que hoje veio a notícia de que poderá haver alguma descida mas só em 2016, e se houver um aumento da eficácia na cobrança de impostos em 2015.

Houve muita hipocrisia em todo este assunto, e o que vieram agora dizer os responsáveis governamentais nem sequer foi claro, pois vai desde o aumento das receitas fiscais até à eficácia da própria máquina fiscal, ficando o retorno do que se pagou para o próximo executivo, que resultará das próximas eleições.

Descaramento é o que não falta ao presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, que veio a público dizer que a indexação da redução da sobretaxa de IRS ao aumento da receita fiscal é “uma medida responsável, porque todos chegaram a recear medidas eleitoralistas”.

A “sensatez” aduzida por António Saraiva quanto à descida do IRS, contrasta com a falta dela na descida do IRC que agradou muito a este dirigente patronal, mas que não ficou indexada a absolutamente nada…


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domingo, outubro 12, 2014

SABEDORIA

 Nos últimos dias estive a preparar jovens para poderem ocupar um lugar de chefia intermédia, e a frase que usei foi a proferida por Aristóteles, e que nunca esqueci desde os meus tempos de escola:

"Aquele que nunca aprendeu a obedecer não pode ser um bom comandante."


Mona Infantil

sexta-feira, outubro 10, 2014

A NOSSA IMAGEM NO EXTERIOR



As empresas portuguesas públicas e privadas têm sido “vendidas a pataco” a investidores estrangeiros, quer por serem mal geridas por portugueses, quer por vontade de encaixar verbas por parte de empresários ou do próprio Estado.

Tem sido um verdadeiro arraial de vendas, muitas até por parte dos empresários que ainda há pouco tempo diziam que queriam manter os centros de decisão em Portugal, e aos poucos vemos as nossas empresas em mãos estrangeiras.

O caso da PT é talvez o mais paradigmático de todos, porque se percebeu que aquilo que nos era apresentado como uma gestão exemplar e um caso de sucesso, afinal não passava de uma mistificação muito bem montada de onde só saem bem os gestores “bestiais”.

A novela PT não fica por aqui, porque temos o Bava que sai com os bolsos cheios, temos a Altice que a quer comprar e vem reunir-se com Paulo Portas e não com a Autoridade da Concorrência, e também o Belmiro que vem a público lembrar a falhada OPA sobre a PT por parte da Sonae.

Os tais investidores estrangeiros começam a perceber que é fácil comprar em Portugal a "preços da uva mijona" e que basta “olear uns quantos carretos”.

Leituras recomendadas AQUI, AQUI, AQUI ou AQUI


IMAGEM

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