O episódio dos pêlos púbicos com que Catroga nos brindou, já foi esmiuçado por toda a gente, mas o que realmente importa referir é que nem Catroga nem José Gomes Ferreira (o entrevistador), têm razão quando referem que ninguém quer discutir o tema da Taxa Social Única (TSU).
A redução da TSU, para as empresas, preconizada pelo PSD, só se justificaria em termos de competitividade se comparativamente aos nossos parceiros europeus, ela fosse mais alta, e não é.
Outro argumento que pesa para os que discordam da medida, é o facto de se atribuir aos encargos com o trabalho um peso que nos distancia da concorrência europeia, e isso é também falso.
Uma preocupação legítima de quem discorda da baixa da TSU é a que se prende com as receitas da Segurança Social, porque é evidente que existe uma desconfiança razoável quanto à eventual reposição dessa diferença de verbas nos cofres da Segurança Social, se cobrada por via de qualquer outro imposto.
Não é ruído o que se ouve e lê sobre o caso da baixa da TSU, mas sim legítimas preocupações de muita gente, sobre uma medida que favorece apenas as empresas, atirando ainda maiores sacrifícios sobre os ombros dos trabalhadores por conta de outrem, podendo até vir a fazer perigar as pensões e outras prestações sociais num futuro próximo.
Ouvir dizer que a única alternativa é baixar salários, como disse Pedro Passos Coelho, é redutor e não é sério, porque se podem baixar os custos da produção pelo lado dos preços da energia, só para dar um exemplo, que é um custo bem penalizador como se sabe.
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Sarkozy by Rodney Pike