Um dos maiores problemas da nossa sociedade prende-se com a responsabilidade de cada um nos actos que praticamos. É sabido que todos os actos que praticamos têm consequências e que portanto cada um tem que saber que é responsável pelos seus actos.
Se na nossa vida particular as coisas se reflectem em geral na esfera da vida pessoal, no campo laboral e no político as consequências podem atingir terceiros.
No âmbito laboral as más práticas são sancionadas legalmente e quem incorra em más práticas sofre as consequências, que podem atingir o despedimento e a indemnização de quem tenha sofrido prejuízos na consequência desses actos.
O que acontece na política é a mais completa impunidade e a falta de responsabilização de quem prejudica claramente os cidadãos e as instituições que tutelam.
Estou farto de ouvir falar em buracos orçamentais, em dívidas de empresas geridas pelo Estado e em sacrifícios para pagar toda esta incompetência, má gestão, ou mesmo gestão dolosa, sem que haja uma só condenação dos responsáveis.
Estou farto dos buracos da Madeira, da RTP, das PPP, do Metro, da TAP, da Carris, e de tantas outras empresas e sectores públicos, até porque não fui eu que nomeei os seus gestores, nem nunca tutelei esses sorvedouros. Porque é que não há responsáveis por tudo isso?
A lógica partidária nunca permitirá a responsabilização dos verdadeiros culpados, mas terá sempre o desplante de me vir cobrar ainda mais para tapar as suas sucessivas asneiras, mantendo o privilégio de impunidade dos seus pares.