segunda-feira, março 05, 2007

OS NÚMEROS DA POLÍTICA

Quem não se lembra da frase «As pessoas não são números» tanta vez repetida pelo PS quando estava na oposição e mesmo em campanha eleitoral. Soava bem ao ouvido e mostrava a preocupação social do partido que ainda tem o socialismo no nome.
As responsabilidades decorrentes do poder e as dificuldades da economia parecem ter feito mossas no lema e hoje os números são a arma de arremesso em debates e nas declarações dos membros do governo. A Saúde tem sido o caso mais paradigmático de utilização dos números, mas também da falta de significado do antigo slogan segundo o qual «As pessoas não são números». Correia de Campos usa e abusa de números para justificar encerramentos de urgências, maternidades e centros de saúde, como se a Saúde não fosse um direito igual para todos, mas só para as comunidades grandes onde os recursos podem ser inteiramente rentabilizados. Fala de distâncias e de prazos de tempo até à urgência mais próxima sem critério, sem se preocupar com o estado das estradas ou até com os engarrafamentos.
Encerrar e concentrar para poupar são as palavras de ordem. Depois, sem se comprometer com prazos porque, avisa desde logo, não tem dinheiro, virão as ambulâncias equipadas bem como os helicópeteros que resolverão o problema da distância. Use a memória senhor ministro, use a memória que os cidadãos ainda a têm.
O recuo que já foi obrigado a fazer, devia servir-lhe de lição para não decidir sem envolver as populações nos processos de mudança, num assunto tão sério como é a Saúde.
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QUADRO DE HONRA
Medalha e recorde

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CARTOON


Guiados pela Lua mentirosa



O peso da globalização

3 comentários:

Anónimo disse...

Correia de Campos é isso mesmo, uma correia de interesses privados na área da Saúde que já se preparam para lucrar onde este diz que vai poupar.

Anónimo disse...

Por enquanto vai tendo umas constipações pela manhã, nada de grave, mas pode ser que se ficar doente a sério mude de opinião.

Anónimo disse...

As tais constipações são apenas para não aturar os autarcas que refilam, porque à noite já está bom para as entrevistas. Já agora parece que toma um medicamento que faz mal à tensão arterial e coloca-o à disposição dos utentes de borla. Pode ser considerado um acto criminoso?