Sintra é, desde há vários anos,
um destino de eleição do nosso turismo, e a pressão exercida pelo fenómeno
estava a começar a tornar-se muito intensa há 5 anos atrás, apesar da
diversificação de pontos de interesse Cultural e paisagístico.
Nos últimos dois anos começaram a
surgir os tuk tuk, as vendas agressivas um pouco por todo o lado, os guias
piratas, e um número descomunal de casas de alojamento local, tudo sinais de
muito oportunismo e pouco planeamento.
Para acrescer a esta verdadeira
selva onde todos lutam por se safar, com as armas que têm à mão,
desordenadamente como se percebe, a Câmara de Sintra resolve fazer uma
alteração ao trânsito no centro histórico, afirmando que o intuito era o de
desanuviar o trânsito daquela zona nobre, devolvendo-a aos peões.
Os resultados podem até agradar a
alguns, é possível, mas também temos quem enumere as más consequências, e
importa meditar nelas.
Para as agências de viagens (que
vendem pacotes dum ano para o seguinte), o destino Palácio da Pena, que correspondia
a um tour de meio-dia, o desastre foi completo, com turistas descontentes e
guias frustrados. Os turistas com carros próprios ou alugados têm
possibilidades de chegar à Pena (bem cedo), mas perdem entre 4 e seis horas
para subir a serra, comprar bilhetes, visitar e retornar a S. Pedro (se não
visitarem o parque), e acabam por ir almoçar a Cascais, Lisboa ou Cabo da Roca.
A Quinta da Regaleira foi,
durante algum tempo, uma alternativa, mas depressa esgotou a sua capacidade, e
a única saída de automóvel é por Colares, e os que foram a pé, acabam por
desaguar na Vila Velha sem vontade de visitar mais nada.
O Palácio da Vila continua sem
estar devidamente sinalizado nas placas à entrada de Sintra, e diminuiu as
visitas (pelo menos este ano), e os transportes públicos também não ajudam
nada.
Um indicador a ter em conta é o
TripAdvisor e creio que não é de desprezar a consulta às opiniões dos turistas
lá contidas.