A Europa envelheceu e deitou-se à
sombra do seu passado, e o seu legado para a humanidade, a Democracia, foi
considerada um dado adquirido enquanto uns poucos se foram apoderando do poder,
usando todos os truques da cartilha da malandragem organizada.
A política deixou de ser uma
missão, passando a ser uma profissão, a defesa do bem público e dos cidadãos
passou para segundo plano, onde o bem dos bancos e das grandes empresas estão
em primeiro lugar.
Um pouco por todo o continente
falou-se em crise e em austeridade, e os cidadãos foram chamados a contribuir
mais através dos impostos, e mesmo a abdicar de parte dos seus direitos e
salários, a bem da economia.
O futuro dos países dependia da
saúde das finanças públicas, e isso justificava os sacrifícios exigidos a
todos, ou quase, porque alguns continuavam a ser poupados. Os grandes
empresários e o grande capital conseguiam refúgio em paraísos fiscais, e alguns
mesmo em solo europeu.
Não se julgue que se ficou apenas
pela impunidade fiscal pela deslocalização das sedes das empresas, porque há
mais. Lembram-se da famosa taxa “Tobin” que deveria onerar as transações
financeiras?
Pois, essa mesma, que já vai no 3º adiamento, e que já não vai
arrancar em 2016, como diziam, e que segundo Luís Guindos, o ministro espanhol
da Economia, deverá demorar ainda mais um ano, até existir um acordo para a sua
implementação.
Em Democracia somos todos iguais
perante a lei, e portanto todos devem participar segundo as suas posses no
esforço da consolidação das contas públicas, mas quem faz as grandes transações
financeiras deverá ficar de fora deste esforço, porque… afinal quem é que manda
nisto tudo?