Apesar das palavras do 1º
ministro, que disse que “numa democracia madura” como a de Portugal, os
governos “não podem fazer tudo o que querem”, não me parece que Passos Coelho
tenha aprendido a respeitar a letra da Constituição Portuguesa, e muito menos o
espírito da mesma.
A prova de que a aprendizagem é
difícil está nas declarações do 1º ministro, que se apressou a afirmar que o
chumbo do TC o deixou “profundamente preocupado” e que na altura própria o
governo irá anunciar como o país (?) vai ultrapassar esta “enorme adversidade”.
Já se percebeu que a corda foi
demasiado esticada com os funcionários públicos e com os pensionistas, e que os
impostos sobre o trabalho estão para além do que é admissível, o que só deixa
em aberto os rendimentos do capital, mas por aí é que Passos Coelho não
pretende, de modo nenhum, ir.
Como Passos Coelho não parece
aprender com os chumbos do TC, o mais provável é que insista pelo lado do
imposto sobre o consumo (IRS), que incide sobre todos, pobres e ricos, ou então
que não desista de cair sobre os mesmos de sempre, funcionários públicos e
pensionistas, e reponha os cortes que vigoraram até agora, mesmo que tenham
sido excepcionais e irrepetíveis…